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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 8550999

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8550999

OFICINA DE EXECUTIVE COACHING PARA DESENVOLVIMENTO DE ENFERMEIROS LÍDERES: EXPERIÊNCIA DE INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO

Autores:
Luciana Cristina Paiva Leal ; Edna Cristina Vieira da Conceição ; Victoria Malcher Silva ; Jouhanna do Carmo Menegaz ; Thaís de Fátima Aleixo Correa

Resumo:
**Introdução: **O coaching é um processo de engajamento focalizado na pessoa, no presente, que visa a saída de um estado não desejado para um estado desejado, envolvendo o _coach_ (agente instigador de processos de mudança), e o _coachee_ (agente realizador das mudanças, de fato). Estes estados e mudanças podem se dar em diferentes campos, desde o pessoal ao profissional, derivando diferentes nichos de coaching: _life coaching_, coaching de carreira e _executive coaching_, sendo este último voltado ao desenvolvimento de liderança e competências relacionadas a gestão.¹ Estando o enfermeiro constantemente em posição de liderança e sendo categoria profissional expressiva nos serviços de saúde, é mister que as organizações de saúde e escolas que desejam ver melhorias nos serviços de saúde invistam, através de ações integradas, no desenvolvimento gerencial destes profissionais. Tendo em vista que as competências gerenciais envolvem também competências atitudinais e relacionais, desenvolvê-las acaba por se tornar um desafio que requer diversas estratégias, sendo o coaching, uma delas. **Objetivo: **Socializar experiência de realização de oficina de executive coaching junto a dez enfermeiros. **Descrição Metodológica: **Trata-se de relato de experiência de oficina vivenciada na execução do projeto de extensão intitulado, “Introdução de ferramentas estratégicas a gestão de pessoal de enfermagem em hospitais de ensino”, integrante do Programa Institucional de Bolsas de Extensão (PIBEX) da Universidade Federal do Pará (UFPA), vigente de março de 2017 a fevereiro de 2018. A oficina, que teve duração de cinco horas, foi planejada pelos membros da equipe técnica, composta por duas docentes, seis estudantes e duas enfermeiras do Hospital Universitário João de Barros Barreto, onde a oficina foi realizada. O público alvo foram dez enfermeiros que ocupavam cargos gerenciais e que já vinham participando de outros momentos do projeto. A oficina iniciou com exposição da facilitadora sobre o objetivo, o conceito de coaching, os tipos de coaching e as diferenças entre coaching, mentoring, aconselhamento e treinamento. Após a explanação, os participantes iniciaram um percurso que foi organizado em cinco estações, onde permaneciam cerca de trinta minutos em cada. Nas estações eram assessorados por moderadores; enfermeiras e estudantes integrantes da equipe técnica do projeto, previamente treinados. A ideia das estações era proporcionar um panorama geral do processo de executive coaching, do planejamento à execução, passando pela efetiva postura e conduta esperada de uma pessoa que utiliza o coaching para desenvolver e avaliar competências. A primeira estação focalizava ferramentas auxiliares de planejamento estratégico situacional, especificamente, tipologia, priorização e descrição de problemas. A segunda estação focalizava o desenvolvimento de um plano de ação com a ferramenta 5W2H, partindo do problema analisado e eleito na estação anterior. A terceira estação focalizava o estabelecimento de acordos e metas, partindo de um cenário onde o plano estabelecido já estava em curso. Para tanto, neste momento da oficina foi explorada a relação entre _coach_ e _coachee_, a partir dos resultados da realização do indicador do tipo Myers Briggs, solicitada previamente aos participantes. Já a quarta estação buscou através de exercício de escuta e perguntas eficazes, despertar os participantes para a comunicação não verbal e para a escuta atenta e efetiva do outro. Em duplas previamente formadas e acompanhadas por mediadores, os participantes foram colocados frente a frente e um deles estimulado a contar uma história ao outro que primeiramente tinha somente de ouvir, por dois minutos. Após, ao ouvinte era solicitado que recontasse a história. Ao final, houve a socialização onde mediador e participantes destacavam aspectos da comunicação.  Por fim, a quinta estação objetivava estimular a reflexão sobre a avaliação. Para estimular a discussão, uma obra de arte, Guernica, de Pablo Picasso, foi projetada e os participantes foram estimulados a se imaginar como críticos de arte e avalia-la. A partir da discussão gerada, as formas de avaliação e retorno foram debatidas entre os participantes. Após a quinta estação, a facilitadora realizou uma fala de fechamento e solicitou o preenchimento de instrumento de avaliação. **Resultados**: Na primeira estação, a proposta era estimulá-los a identificar problemas e separar os que poderiam e os que não poderiam ser resolvidos a partir do coaching, analisando-os, de modo a estabelecer prioridades. Percebeu-se em alguns participantes a expectativa de solucionar com coaching problemas estruturais e de falta de pessoal. Na discussão, alguns participantes conseguiram redirecionar sua lista de problemas, entretanto uma parcela apresentou dificuldade nesta compreensão. Na segunda estação, onde a intenção era que compreendessem a relevância do planejamento antes de qualquer iniciativa organizacional, constatou-se que a oficina possuiu dois perfis de participantes: aqueles que conseguiram seguir com as atividades propostas e aqueles que tiveram dificuldade em traçar estratégias que pudessem ser exequíveis. A terceira estação, mobilizada pela discussão dos perfis, possibilitou reflexões sobre explorar a diferença que existe no outro e principalmente perceber que não existe um perfil ideal para liderar, existem personalidades diferentes, cenários diversos e, portanto, múltiplas formas de gerir pessoas. O importante é o autoconhecimento, a responsabilidade e os acordos, pilares do coaching. Já a quarta estação, cuja intenção era despertar os participantes para a comunicação não verbal e para a escuta atenta e efetiva do outro, despertou a reflexão de que cada um percebe as situações sob óticas diferentes. A quinta estação, que objetivava estimular uma análise sobre avaliação, estimulou a reflexão de como, por vezes, somos julgadores e que precisamos desenvolver novas formas de avaliar. Após um tempo observando a obra, houve uma mudança na condição de julgamento para um modo de apreciação, e aos poucos o debate foi sendo construído. Ao final, após a facilitadora apresentar o contexto da pintura e do autor, os presentes puderam refletir sobre sua forma de julgamento e avaliação, fazendo alusão aos processos de trabalho com os liderados, chefes e equipe multiprofissional. Este aspecto é relevante sobretudo no coaching, pois, uma vez que o coaching é focalizado no _coachee_, a suspensão de julgamento na interação é fator caro a relação. **Conclusão: **A oficina foi mais que um momento de formação para os enfermeiros, foi um momento de aproximação entre ensino e serviço, onde juntos, discentes, docentes e enfermeiros, puderam debater e experienciar uma nova ferramenta, sim, mas sobretudo um novo olhar sobre a forma de gerir pessoas em enfermagem. **Contribuições/implicações para a enfermagem: **O coaching como ferramenta tem sido apontado como inovador, e mostrando benefícios nos diversos processos de trabalho da enfermagem.² Todavia, são importante maiores estudos sobre a temática, sobretudo a compreensão de que não se trata de abordagem pertinente a todos e a todo problema organizacional.


Referências:
REFERÊNCIAS 1. Oliveira AM, Rodrigues ABL, Reis EF; Strohschoen AAG. Ensino pela pesquisa na escola. Experiências em Ensino de Ciências.12(7):141-153; 2017. 2. Rausch RB, Schroeder SL. A inserção da pesquisa nas séries iniciais do ensino fundamental. Atos de Pesquisa em Educação, v. 5, n. 3, p. 315-337, set./dez. 2010. 3. Galiazz MC. A Pauta do Professor na Sala de Aula com Pesquisa Rev. eletrônica Mestr. Educ. Ambient, Vol.14, Janeiro a junho de 2005. 4. Demo P. Educar pela Pesquisa. 8ªed. Campinas: Autores Associados, 2007. 5. Kaës R. O grupo e o sujeito do grupo. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997.