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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 8536716

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8536716

VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM DÉFICIT NO AUTOCUIDADO PARA ALIMENTAÇÃO EM PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

Autores:
Sheila Coelho Ramalho Vasconcelos Morais ; Jéssica Aperecida Biscaro ; Kelly Cristina Rodrigues Silva ; Ana Railka de Souza Oliveira-kumakura ; Cássia Milena Freitas Machado Sousa

Resumo:
**INTRODUÇÃO:** O acidente vascular cerebral (AVC) é a segunda principal causa de morte no mundo e a causa mais comum de incapacidade nos países desenvolvidos e em desenvolvimento1. Quanto as dificuldades apresentadas, cerca de 40% dos sobreviventes no primeiro ano requem algum tipo de auxílio para alimentação devido a disfagia e a dificuldade de mobilidade, o que contribui para perda da capacidade do autocuidado para a alimentação e pode levar a consequências graves. Diante disso, o enfermeiro precisa atuar frente ao paciente após o AVC, para prevenir complicações e aumentar sua autonomia para alimentação, tornando-o menos dependente2. Nesse contexto, o processo de enfermagem constitui um caminho a ser utilizado por enfermeiros que possibilita a identificação das respostas dos pacientes aos problemas de saúde e aos processos vitais que exigem intervenções. O uso da linguagem de enfermagem, como a NANDA-International, Inc. (1), permite que os enfermeiros se comuniquem efetiva e eficientemente3. A identificação de cada nova característica definidora pode confirmar uma suspeita diagnóstica, eliminar outra ou redirecionar a atenção do enfermeiro para uma resposta humana, até então não cogitada. Ressaltamos a importância da construção de definições conceituais e operacionais dos indicadores clínicos para facilitar a compreensão de cada característica definidora e sua avaliação em populações específicas.4 **BJETIVO:** Verificar com especialistas a pertinência das características definidoras do diagnóstico de enfermagem déficit no autocuidado para alimentação (00102) e de suas definições conceituais e operacionais para indivíduos com acidente vascular cerebral. **MÉTODO:** Pesquisa metodológica, apoiada no referencial de Lopes, Silva e Araújo5 que apresenta novas alternativas para o processo de validação de diagnósticos de enfermagem, a qual deverá incluir revisão do conteúdo do diagnóstico e validação clínica. A coleta de dados foi realizada de fevereiro a outubro de 2016. As definições construídas foram submetidas à análise de 32 enfermeiros, com experiência mínima de um ano no cuidado a pacientes com AVC ou com temática de sistemas de linguagem padronizados para julgar a relação entre as definições e cada indicador. Eles foram convidados por meio de correio eletrônico. Os especialistas avaliaram o título e as definições conceituais e operacionais, de cada indicador clínico com base em dois critérios psicométricos: clareza e precisão. O critério de clareza significa que o item deve ser inteligível até para o estrato mais baixo da população-meta; daí, utilizar frases curtas, com expressões simples e inequívocas. Frases longas e negativas incorrem facilmente na falta de clareza. Preocupa-se com a compreensão das frases. Já o critério de precisão indica que o item deve possuir uma posição definida no contínuo do atributo e ser distinto dos demais itens que cobrem o mesmo contínuo. Tanto os dados de cada especialista, como as notas, foram organizados em planilhas do programa Excel 2010, tabulados com o auxílio do programa estatístico _Statistical Package for Social Sciences _(SPSS), versão 22.0. Em seguida, os dados foram apresentados por frequências absolutas e relativas. Aplicamos o teste binominal bilateral para examinar se a proporção de especialistas, os quais indicaram como adequado o critério, era superior a 85%. Atendendo a resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, o estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Campinas, com número do parecer 1.623.630, e recebeu financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). **RESULTADOS:** Constatamos que dos 32 especialistas que participaram deste estudo, a maioria era do sexo feminino (93,8%), trabalhava da região Nordeste (50%), apresentava idade média de 33,1 anos (DP=6,6), com tempo de formação profissional de 10,2 anos (DP=6,4), sendo 40,6% enfermeiros mestres e 56,3% doutores e professores. Com relação à produção científica, 56,3% já desenvolveu estudo na área e publicou artigos científicos (37,5%). Após análise do instrumento pelos especialistas, constatamos que todas as características definidoras avaliadas foram estatisticamente significativas (p<0,05). Todos as características definidoras propostas foram elencadas como pertinentes ao paciente com AVC. Além disso, ressaltamos o nível de concordância ideal (proporção de concordância=1) de 13 dos 14 indicadores para alguns dos critérios avaliados, para o título ou definições construídas. Ao diagnóstico Déficit no autocuidado para alimentação foi incluída o indicador Capacidade prejudicada de engolir alimentos de forma segura; revisada a Capacidade prejudicada de pegar xícara que passou para Capacidade prejudicada de pegar/manusear xícara ou copo; e incluído o termo “na alimentação” na Capacidade prejudicada de utilizar dispositivos auxiliares. **CONCLUSÃO:** Diante do exposto, concluímos que os resultados obtidos a partir deste estudo, permitiram elaborar um instrumento válido para mensurar o diagnóstico de enfermagem de déficit no autocuidado para alimentação nos pacientes com AVC em ambiente hospitalar e ambulatorial, uma vez que apresentaram em sua grande maioria títulos, definição conceitual e definição operacional com a proporção de especialistas, os quais indicaram como adequado o critério, superior a 85%. As  características definidoras validadas foram Capacidade prejudicada de abrir recipientes, Capacidade prejudicada de alimentar-se de uma refeição inteira, Capacidade prejudicada de engolir alimentos, Capacidade prejudicada de alimentar-se de forma aceitável, Capacidade prejudicada de engolir alimentos em quantidade suficiente, Capacidade prejudicada de engolir alimentos de forma segura, Capacidade prejudicada de levar os alimentos à boca, Capacidade prejudicada de manusear utensílios, Capacidade prejudicada de mastigar alimentos, Capacidade prejudicada de manipular alimentos na boca, Capacidade prejudicada de pegar alimentos com utensílios, Capacidade prejudicada de pegar/segurar xícara ou copo, Capacidade prejudicada de preparar alimentos, Capacidade prejudicada de utilizar dispositivos auxiliares na alimentação. **IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: **As características definidoras validadas e suas definições conceituais e operacionais podem ser usadas como uma ferramenta prática para a enfermeira, auxiliando no processo de enfermagem, permitindo avaliações mais precisas e direcionando planos de ação pertinentes e individualizados.


Referências:
1. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES 4/1999. Diário Oficial da União, Brasília ,4 de dezembro de 1999. Seção 1. p. 37. 2. Brasil. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução no 358, de 15 de outubro de 2009. Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados. Diário Oficial da União 23 out. 2009; (203): 368.