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Resumo: 8517888

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8517888

EDUCANDO E APRENDENDO SOBRE ALEITAMENTO MATERNO: ENSINO E EXTENSÃO

Autores:
Laryssa de Col Dalazoana ; Suellen Vienscoski Skupien ; Ana Paula Xavier Ravelli

Resumo:
A Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamento materno exclusivo, ou seja, quando o bebê recebe apenas leite materno até os seis meses de vida, sendo a alimentação ideal e adequada por conter todos os nutrientes necessários para o  crescimento e desenvolvimento. Após 6 meses há necessidade da alimentação complementar, na qual a amamentação dará continuidade até os dois anos ou mais, e tais práticas previne a morbidade e mortalidade infantil 1. São várias as vantagens do aleitamento materno, tanto para a mãe, quanto para o bebê. Para o bebê, o leite materno realizará a proteção de diversas doenças como infecção respiratória, doenças cardiovasculares, reduz chances de obesidade e entre outros. Quanto aos benefícios para a mãe, ele é associado a perda de peso, aumento dos dias de amenorréia além de diminuir a chance de gravidez, reduz o número de casos de câncer de mama e de ovário e propicia um maio vínculo afetivo ao binômio2. É de extrema importância o papel do profissional de saúde em medidas preventivas no que se refere as intercorrências mamárias como também nas orientações diante das dificuldades na amamentação. Entre os problemas vivenciados na amamentação pode-se citar o ingurgitamento mamário, os traumas mamilares, mastite, produção de leite diminuída, sendo recorrentes da técnica errada, mamadas em horários determinados pela mãe, uso de complementos e entre outros fatores que predispõe a complicações na amamentação3. Visto a importância e as vantagens do aleitamento materno, sendo que muitas vezes ele é interrompido por meio de dificuldades encontradas pelas mães ou a falta de orientação, o objetivo do estudo foi identificar o perfil das puérperas e as complicações apresentadas relacionadas ao aleitamento materno.Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo, descritivo com abordagem quantitativa, o qual faz parte do projeto de extensão e pesquisa Consulta de Enfermagem no Pré-Natal e Pós-parto da Universidade Estadual de Ponta Grossa, que desde o ano de 2006, atua na educação em saúde no ciclo gravídico-puerperal com a comunidade, visando minimizar as dúvidas das puérperas quanto ao pós-parto e aleitamento, agregando o ensino a extensão como estratégia pedagógica na formação de futuros enfermeiros. A pesquisa foi realizada em uma maternidade do Município de Ponta Grossa, que atende gestantes de risco habitual e intermediário, no período de 2006 a 2016, por meio de questionário estruturado. Destaca-se as seguintes variáveis:  história obstétrica, estado civil, escolaridade, idade, realização e o número de consultas de pré-natal, participação de grupo de gestantes, preparo das mamas, profissional que realizou as orientações e tipo de parto, bem como a prática da amamentação no puerpério mediato, presença de ingurgitamento ou fissura e a quantidade de produção láctea. Após a coleta, os dados foram tabulados em Excel, e análise estatística descritiva das variáveis, por frequências simples. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UEPG sob parecer número 1.055.92. Resultou que na amamentação, 2,1% (43) não estavam amamentando no puerpério mediato, ou seja, após a primeira hora pós-parto mediato, e 97,9% (1992) amamentaram. Quanto ao preparo das mamas, 48,1% (979) não preparou e 51,9% (1056) afirmou ter preparado. Das características das mamas, na mama esquerda, 4,3% (87) apresentaram ingurgitamento, 18,4% (374) fissura; relacionado à produção láctea, 8,3% (169) relatou pouca quantidade, 59,3% (1207) quantidade moderada e 32,4% (659) muita produção. Na mama direita, 4,2% (85) apresentavam ingurgitamento, 18% (366) fissura e da produção láctea, 11,1% (226) pouca, 52% (1058) moderado e 36,9% (741) muita produção. No ingurgitamento mamário a mama se encontra dolorosa, sendo que com o achatamento do mamilo, dificulta a pega do bebê. É mais frequente do terceiro ao quinto dia pós-parto e tem associação com fatores relacionados a frequência que a mãe amamenta, duração diminuída, uso de complementos como também o seu início tardio. A fissura é considerada um trauma mamilar e sua ocorrência é relacionada na maioria dos casos pela técnica e pega incorretas4. No que diz respeito a gestação, 48,3% (983) eram primigestas e 51,7% (1052) multigestas e quanto  ao estado civil, 28,2% (574) eram solteiras, 38,9% (792) casadas e 32,9% (669) com relação estável. Na escolaridade, 40,2% (818) tinham o ensino médio completo, 37,7% (767) ensino fundamental incompleto 8,1% (165), ensino superior completo e 14% (285) apresentavam em alguns dos ensinos, incompletos.  Em um estudo onde mulheres com mais de 8 anos de estudo, o aleitamento materno exclusivo é três vezes maior do que nas mulheres com menos de 8 anos, assim como também na frequência das mamadas durante um dia 5. Quanto à idade, 24,5% (499) tinham 19 anos ou menos, 49,9% (1015) de 21 a 30 anos e 25,6% (521) 35 anos ou mais. Durante a gestação e o pós-parto ocorrem várias mudanças com as mulheres, principalmente em adolescentes, tanto fisiológicas quanto psicológicas, sendo que na maioria das vezes, é um processo que leva ao medo e ansiedade, por constituírem situações novas em suas vidas e que podem comprometer a amamentação com o desmame precoce. Entre os fatores associados estão a baixa vinculação ao pré- natal, menor poder aquisitivo que consequentemente, em alguns casos, levam a falta de informação ao conhecimento do aleitamento materno e suas vantagens, inserindo a alimentação complementar ou interrupção do aleitamento materno 2. Considerando o pré-natal, todas realizaram a consulta de pré-natal sendo que 39,5% (804) realizaram menos de 7 consultas e 60,5% (1231) 7 ou mais consultas. Durante o pré-natal é possível identificar os fatores de risco para o desmame precoce e assim orientar as gestantes sobre os benefícios do aleitamento materno. Referente ao grupo de gestantes, 40,2%(818) não participou e 59,8% (1217) participou.  O grupo de gestantes é uma ferramenta para construção do conhecimento, troca de experiência e de aprendizado, contribuindo de forma importante para a promoção de saúde da gestante. Busca informar e orientar sobre os cuidados da gestação, as alterações fisiológicas, emocionais, os cuidados com o recém-nascido, amamentação e planejamento familiar, buscando envolver a família no processo de educação4. Com a pesquisa, pode-se notar que grande parte das mulheres não participaram dos grupos de gestante, o que talvez tenha implicação nas dificuldades relacionadas ao aleitamento materno. Quanto ao tipo de parto, 26,3% (535) cesariana e 73,7% (1500) parto vaginal. Em estudo, a cesárea é um dos fatores de risco para interrupção da amamentação logo nos primeiros dias como também no seu início. Os bebês que nasceram por cesariana obtiveram um risco maior, em três vezes, do desmame no final do primeiro mês em relação a aqueles bebês por parto vaginal, ou cesárea de emergência. Portanto, conclui-se que houve um número elevado de fissuras e ingurgitamento, levando em consideração que as puérperas tiveram algumas horas de amamentação e estavam dentro de um ambiente hospitalar. Um número considerável de mães realizou menos que 7 consultas de pré-natal, sendo que nas consultas são realizadas maior parte das orientações relacionados aos cuidados com as mamas, pega e técnica correta afim de evitar complicações no pós-parto. A escolaridade e idade são fatores de grande influência e estão relacionados com o grau de conhecimento das vantagens da amamentação. Desta forma, a atuação do enfermeiro e acadêmicos abrange todo ciclo gravídico-puerperal, ou seja,atuando desde as consultas de pré-natal até pós-parto e aleitamento materno, visando minimizar fatores de risco que possam levar ao desmame precoce.


Referências:
1- ARGENTA, M. I. Congruência entre o ensino da sistematização da assistência de enfermagem e o processo de trabalho do enfermeiro. 2011. 216 f. Tese (Doutorado) Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Universidade Federal Santa Catarina, Florianópolis, 2011. 2- BARROS, A.L.B.L.; Classificação de diagnóstico e intervenção de enfermagem: NANDA/NIC. Actua Paul. Enferm. 22(spe):864-867, 2009. 3- HORTA, W. A. Processo de enfermagem.16 ª ed. São Paulo: E.P.U; 2005. 4- Brasil. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução no 358, de 15 de outubro de 2009. Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados. Diário Oficial da União 23 out. 2009; (203): 368.