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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 8472672

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8472672

PAPEL DA MONITORIA NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM NO LABORATÓRIO DE ENFERMAGEM: A PERCEPÇÃO DE DOCENTES

Autores:
Janyne Aline Correia de Lima ; Fátima Maria de Melo Brito ; Célia Alves Rozendo ; Janaína Paula Calheiros Pereira Sobral

Resumo:
**Introdução: **A monitoria é um modelo de ensino-aprendizagem que auxilia a formação integrada do discente nas atividades de ensino, pesquisa e extensão dos cursos de graduação1. Nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem, as monitorias são citadas como “atividades complementares” que os cursos devem prever em seus projetos pedagógicos2, sendo “um serviço de apoio pedagógico oferecido aos acadêmicos interessados em aprofundar conteúdos, bem como solucionar dificuldades em relação à matéria trabalhada em aula”3. A monitoria abrange o conteúdo curricular, no qual os conhecimentos ou as habilidades, ou uma combinação de ambos, são desenvolvidos pelo monitor com um grupo de estudantes. A flexibilidade deve permear a condução de atividades de monitoria para que haja troca de experiências e o esclarecimento de dúvidas4. O laboratório de enfermagem é um recurso instrumental que ajuda nas demonstrações de procedimentos em situações simuladas, contribuindo para o desenvolvimento de habilidades antes do contato com a pessoa em situação real. As repetições dos procedimentos de enfermagem no laboratório permitem aos estudantes se sentirem mais seguros e preparados tecnicamente para prestar o cuidado de enfermagem de melhor qualidade5. O laboratório de enfermagem é um meio de aproximar professor e estudante com momentos de reflexão, criação, recriação e entendimento, gerando conhecimento, de forma que integre o pensar, o fazer, o conviver e o ser, e não apenas como um espaço restrito ao mero desenvolvimento de procedimentos. O monitor é considerado um agente do processo ensino-aprendizagem, capaz de intensificar a relação professor-aluno-instituição5.** Objetivo**: Analisar a percepção de docentes sobre o papel da monitoria no processo ensino-aprendizagem no laboratório de enfermagem. **Descrição metodológica:** Estudo descritivo com abordagem qualitativa, realizado em duas Instituições de Ensino Superior, uma pública e uma privada, nos laboratórios de enfermagem, dos respectivos cursos de graduação em enfermagem, na capital do estado de Alagoas – Maceió. Este estudo é um recorte de dissertação de mestrado. Participaram do estudo 18 (dezoito) professores, sendo 10 (dez) da instituição pública e 8 (oito) da instituição privada, que estavam em atividade no curso durante o período da coleta dos dados, que trabalhavam nas respectivas instituições há pelo menos um ano e que usavam o laboratório de enfermagem no desenvolvimento das disciplinas que ministravam. Após autorização das instituições e aprovação do estudo pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Alagoas, a coleta de dados foi iniciada.  As entrevistas ocorreram no período de fevereiro a novembro de 2016, após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Inicialmente, foi solicitado o preenchimento da primeira parte do roteiro que consistia de dados sociodemográficos para a caraterização dos participantes, e em seguida foi realizada entrevista. A análise das informações deu-se por meio da análise de conteúdo na modalidade de análise temática. Os aspectos éticos da pesquisa atenderam aos fundamentos éticos e científicos com pertinência e observância das exigências, conforme Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. **Resultados: **Os participantes do estudo, de ambas as instituições, possuíam faixa etária entre 25 e 58 anos. Da instituição pública, nove eram do sexo feminino e um do sexo masculino, enquanto na instituição privada, seis eram do sexo feminino e dois do sexo masculino. Quanto às titulações dos participantes, na instituição pública cinco possuíam mestrado e quatro possuíam doutorado e na instituição privada, cinco possuíam mestrado e três possuíam especialização. Por meio da entrevista com os docentes foi possível entender que a monitoria é utilizada como estratégia que potencializa o aprendizado, oportunizando ao estudante praticar um maior número de vezes e com mais tranquilidade do que durante as aulas práticas. No entanto, foi pontuado que ainda é baixa a adesão dos grupos de estudantes pelas atividades, que são mais procuradas por ocasião das provas práticas. Os professores, em seus depoimentos, apontaram ainda para um aspecto importante – a presença do professor nos momentos de monitoria, destacando que geralmente os monitores realizam os encontros de monitoria com grupos de estudantes, sob a orientação dos professores, porém na ausência destes. Todavia, a supervisão dos professores durante a monitoria, além de proporcionar suporte aos monitores, poderá estimular uma maior adesão à atividade, por parte dos estudantes, ampliando e potencializando o aprendizado destes. Na percepção dos professores, a monitoria, além dos benefícios à formação do monitor, favorece o processo de ensino-aprendizagem dos estudantes pelo apoio acadêmico a estes em discussões, estudos e pesquisas. Dessa forma, o diálogo é facilitado e os estudantes têm a oportunidade de expressar com liberdade suas dúvidas e seus questionamentos. **Conclusão:** Este estudo apresenta importantes resultados, sendo possível inferir que, na percepção dos docentes, a monitoria se configura como facilitadora do processo de ensino-aprendizagem no laboratório de enfermagem, ao passo que permite ao discente praticar os procedimentos com mais tranquilidade e liberdade antes de iniciar a prática em serviço. **Contribuições/implicações para a Enfermagem: **Esse estudo destaca a importância da monitoria no processo ensino-aprendizagem em laboratório de enfermagem, tanto para o monitor como ao estudante e sugere a presença do docente no apoio acadêmico aos estudantes junto ao monitor.


Referências:
1. Silva AM. Competências da enfermeira para a atenção à criança na Rede Básica de Saúde. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Escola de Enfermagem. Programa de PósGraduação em Enfermagem. Porto Alegre. 2012. Disponível em: < http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/55427>. Acesso em: 24 Abr. 2017. 2. Tannure MC, Pinheiro AM. SAE: Sistematização da Assistência de Enfermagem: guia prático. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2013. 3. Zahra FM, DRCarvalho, Malucelli A. Poronto: ferramenta para construção semiautomática de ontologias em português. J. Health Inform. 2013 Abril-Junho; 5(2): 52-9. Disponível em: http://www.jhi-sbis.saude.ws/ojs-jhi/index.php/jhi-sbis/article/view/232/167. Acesso em: 24 Abr. 2017. 4. Nogueira LGF. Subconjunto terminológico da CIPE® para pessoas com diabetes mellitus na atenção especializada. Tese (Doutorado em Enfermagem) – Universidade Federal da Paraíba. Centro de Ciências da Saúde. João Pessoa. 2012. Disponível em: Acesso em:Acesso em: 24 Abr. 2017.