Imprimir Resumo


SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 8430032

E-Pôster


8430032

A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO COMO FERRAMENTA PARA O ENSINO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM

Autores:
Thomas Filipe Mariano da Silva ; Suzana de Oliveira Mangueira ; Tayza Beatriz Duarte de Morais ; Wellington Manoel da Silva ; Alcides Francisco da Silva Filho

Resumo:
**Introdução:** Atualmente, o ensino mediado por tecnologias tem se tornado uma importante ferramenta na construção do conhecimento em todas as áreas. Desta forma, é possível afirmar que a educação atual passa por um processo dinâmico de modificações decorrentes da Revolução Tecnológica/Eletrônica devido às transformações no âmbito da informação digital. Além disso, há outros aspectos relevantes a serem considerados como os avanços e as inovações constantes decorrentes do desenvolvimento das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação. Com o advento do computador, surgiram os _softwares_, que são programas que permitem o uso e a aplicação de tecnologias da informática. Dentre os mais variados tipos de _softwares_, figuram os educativos que são desenvolvidos, exclusivamente, para promover a aprendizagem de determinado conteúdo, competência ou habilidade1. Entretanto, a literatura revela uma lacuna quanto ao desenvolvimento de _software_, para apoio à tomada de decisões na identificação de diagnósticos e intervenções de enfermagem2. O ensino do processo de enfermagem e dos sistemas de classificação torna-se mais eficaz com o uso da informática, de modo a simular o prontuário eletrônico do paciente. Um estudo realizado com um grupo controle e um grupo de intervenção de estudantes, aos quais foram submetidos a pré-teste e pós-teste para a realização de estudo de caso, evidenciou que o grupo intervenção, que usou um sistema de documentação eletrônica com finalidade educacional obteve melhores escores no pós-teste. Deste modo, a autora ressaltou a importância do uso do sistema de documentação eletrônica como instrumento pedagógico para o ensino da assistência de enfermagem, com vistas a aprimorar as habilidades de pensamento essenciais à prática de enfermagem3. Nesse contexto, com o intuito de aproximar os estudantes do curso de enfermagem com as tecnologias atuais, desenvolveu-se o _software_, com o propósito de ser utilizado como instrumento de suporte à decisão clínica e para o registro de dados de cada etapa da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE). **Objetivo:** Desenvolver um _software_ de suporte à decisão clínica para o ensino do Processo de Enfermagem. **Descrição metodológica:** Trata-se de um estudo metodológico, desenvolvido em quatro etapas, com base no Modelo de Espiral4: levantamento de requisitos, análise de riscos e prototipagem, desenvolvimento do produto e testes e avaliação. A avaliação resulta em novos requisitos, iniciando outra volta no espiral, de forma que, a cada volta, tem-se um produto mais completo. O estudo é desenvolvido no Centro Acadêmico de Vitória da Universidade Federal de Pernambuco (CAV/UFPE), desde o ano de 2016. Para a elaboração de requisitos, foram realizados _workshops_ com discentes do curso de enfermagem a partir do quinto período (que já cursaram a disciplina Sistematização da Assistência de Enfermagem), mediados pelo pesquisador, que cumpriu o papel de facilitador, para discutir os requisitos gerais do _software_, com ênfase nas etapas do processo de enfermagem. O facilitador apresentou a pesquisa e foram formados grupos que discutiram e listaram os principais requisitos que o _software_ deveria contemplar, por meio da técnica de _brainstorming_. Posteriormente, os pesquisadores analisaram os requisitos quanto à sua adequação e pertinência. Procedeu-se a etapa de prototipagem, com a construção do design gráfico do protótipo. Para criação das propostas, foi utilizado como ferramenta gráfica o _Fire Works_ CS6 e linguagem Java. Esse _software_ oferta recursos para criar e editar imagens da Web, inserir gráficos dentro de páginas, desenhar linhas e posicionar textos. A partir dele foram criadas interfaces não funcionais. Os primeiros protótipos foram submetidos à avaliação de docentes com expertise na área e foram feitas readequações. Na sequência, está sendo desenvolvida a funcionalidade do sistema, para proceder aos testes e avaliação. A avaliação será feita com docentes e também com estudantes, com base na NBR ISO/IEC 9126-1, que trata da Engenharia de _software_ – qualidade do produto, e serão avaliadas a funcionalidade, a confiabilidade, a usabilidade e a eficiência do sistema. Caberá à equipe de informática avaliar os critérios de manutenibilidade e portabilidade do sistema. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição proponente (CAAE: 44545215.7.0000.5208) e conta com financiamento do Programa de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) da UFPE. **Resultados:** Dentre os requisitos gerais apontados, estão: acesso por meio de _login_ e senha; preferência de acesso em aplicativo (_mobile_), que não dependa só da internet e possa ser utilizado _offline_, nos campos de estágio; permitir que todos os usuários consigam visualizar os casos clínicos elaborados por outros discentes, como forma de estudo; criar um fórum de discussão dos casos clínicos, para retirar dúvidas e dar opiniões; utilizar as taxonomias NANDA-I, NIC e NOC. Para o levantamento de dados, foi proposto utilizar um instrumento validado para adultos em clínica médica5. Para os diagnósticos, foram listados os mais frequentes, a partir de estudos de caso realizados em semestres anteriores. Com base nos requisitos, foram construídas as telas principal, de cadastro, da etapa de levantamento de dados, diagnósticos de enfermagem e intervenções. O sistema foi intitulado “Sistema de Informação de Ensino do Processo da Enfermagem (SIEPENF)”. O sistema simula um prontuário eletrônico, com fóruns e chat para discussão dos casos clínicos, além de já existir casos pré-elaborados para os alunos desenvolverem o raciocínio diagnóstico e propor intervenções, em forma de _serious game_. Cada aluno poderá inserir um caso clínico novo, de acordo com a sua prática no hospital. Apenas ele poderá editar as informações, mas os demais alunos poderão visualizar e discutir o caso por meio do chat ou respondendo a perguntas guiadas pelo docente nos fóruns. Após o caso ser corrigido pelo docente, este poderá ser parte integrante do jogo, no qual os dados da primeira etapa da SAE ficarão disponíveis e os alunos tentarão acertar os diagnósticos e propor intervenções. **Conclusão:** Os requisitos levantados a partir da ótica dos discentes permitiu a construção do _software_ de forma mais atrativa para a utilização do ensino das etapas do processo de enfermagem. Os protótipos construídos foram aprimorados e as telas estão ganhando funcionalidade para serem submetidas à avaliação. **Contribuições/implicações para a Enfermagem:** Na era digital, é importante o uso das tecnologias da informação e comunicação como ferramenta de ensino. O ensino do processo de enfermagem, no tocante ao registro das etapas da SAE é ensinado no CAV/UFPE apenas em formulários impressos. Com esse estudo, busca-se aprimorar a formação dos futuros enfermeiros, com o desenvolvimento de habilidades no manuseio de prontuário eletrônico. Espera-se que o processo de ensino e aprendizagem torne-se mais instigante e possa preparar o profissional para o uso de ferramentas tecnológicas na sua prática.


Referências:
1 Miranda GMD, Mendes ACG, Silva ALA. O envelhecimento populacional brasileiro: desafios e consequências sociais atuais e futuras. Rev. bras. geriatr. Gerontol. 2006 Jun; 19(3): 507-19. 2 Ribeiro AA, Pessoa MTG, Azevedo SMU, Olveira VTL, Meireles AL. Caracterização socioeconômica, estado nutricional e prevalência de insegurança alimentar em idosos usuários do restaurante popular de um município do nordeste brasileiro. Rev. Ciência Plural. 2016; 2(3): 59-71. 3 Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Especializada e Temática. Caderneta de saúde da pessoa idosa. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 4 Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Participativa. II Caderno de educação popular em saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 5 Passos JG, Guimarães LC, Victoria MCM. Avaliação da percepção gustativa em idosos para os gostos básicos, doce e salgado, em comparação a jovens adultos. J Health Sci Inst. 2016; 34(1): 29-32.