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8411490 | REVISÃO INTEGRATIVA SOBRE CONSTIPAÇÃO EM CRIANÇAS: SÍNTESE DO CONHECIMENTO | Autores: Joseph Dimas de Oliveira |
Resumo: **INTRODUÇÃO**
A constipação em crianças consiste em um problema relativamente comum na
infância e difere bastante da constipação entre adultos e compreende a
liberação de fezes que pode ser associada à dor abdominal e perda do apetite,
além de alterar o comportamento da criança deixando-a ansiosa, estressada e
com medo. Em crianças, a constipação é particularmente diferente do que em
adultos já que a criança tende a tende a protelar a evacuação, especialmente
após perceber que esse momento vem acompanhado de dor – o que gera um círculo
vicioso1.
**OBJETIVOS**
Realizar revisão integrativa sobre a produção científica atual sobre
constipação na infância.
**PERCURSO METODOLÓGICO**
Tratou-se de uma revisão integrativa sobre a produção científica sobre
constipação infantil2. Nesse estudo, optou-se pela busca em bibliotecas
abrangentes como Google Scholar que engloba bases de dados amplas como Scopus,
Web of Science e Research Gate (rede social internacional de pesquisadores)
além de identificar teses e dissertações e documentos oficiais. Utilizou-se
também a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) através da qual teve-se acesso aos
materiais de bases de dados como Medline e LILACS. Acessou-se também
biblioteca como o Scielo (Scientific Electronic Library Online) e o CINAHL
(Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature) que disponibiliza
estudos no campo da Enfermagem e disciplinas afins. A pergunta norteadora foi:
Qual a produção científica atual sobre constipação em crianças?.
Em todas as bases de dados e bibliotecas forma utilizados dois termos:
“criança” e “constipação intestinal” associadas ao termo booleano “and”. O
recorte temporal utilizado foi o período de “2010 a 2018”, já que em
identificamos uma revisão sistemática realizada com estudos anteriores a esse
período. Esse estudo foi publicado em 2014. Portanto, consideramos que todos
os artigos encontrados (e publicados em 2010) não haviam sido analisados nesse
estudo anterior3. Os critérios de inclusão utilizados foram: artigos de
pesquisa, revisão, atualização sobre constipação intestinal em crianças e
artigos sobre pré-escolares; teses e dissertações; artigos publicados em
inglês, português ou espanhol.
Após a investigação do conhecimento sobre constipação em crianças, passou-se à
síntese do conhecimento realizando-se a classificação dos artigos por nível de
evidência utilizando-se, para isso, a abordagem FAME, do Instituto Joanna
Briggs (IBS) que faz parte do Joanna Briggs Institute Model of Evidence Based
Healthcare (Modelo Joanna Briggs de Cuidado em Saúde Baseado em Evidências)4.
Essa abordagem tem base nos níveis de evidência do Australian National Health
& Medical Research Council - NHMRC Development e se estrutura em quatro
pontos: F (“feasibility, em português, “viabilidade”), A (“appropriateness”;
“adequação”), M (“meaningfulness” ou seja, “significância”) e E
(“effectiveness”, em português, “efetividade”). A Viabilidade refere-se à
extensão que uma atividade ou intervenção é prática ou viável em um contexto
ou situação particular. Adequação refere-se à extensão que uma intervenção ou
atividade se encaixa em um contexto ou situação particular. Significância, por
sua vez, é quando a extensão de uma intervenção ou atividade é positivamente
experienciada por um indivíduo ou grupo. Por fim, a efetividade é a extensão
que uma intervenção atinge o resultado pretendido.
O IJB, considerando que existem diferenças entre as evidências fornecidas
pelas pesquisas, oferece uma classificação das evidências na qual o leitor
pode identificar a força de cada pesquisa. Nesse modelo, existem quatro tipos
de evidência das quais as melhores evidências são fornecidas pelos estudos e
revisão sistemática de estudos experimentais (estudos randomizados e
controlados) ou estudos experimentais amplos, seguidas pelos estudos quase-
experimentais que são considerados nível 2, enquanto que os estudos de coorte,
caso-controle e observacionais são classificados como nível 3 e, por fim, a
opinião dos experts são de nível 4.
Pesquisas com nível 1 são as revisão sistemática (com homogeneidade) de
estudos experimentais (estudos randomizados e controlados) ou estudos
experimentais amplos com (intervalos de confiança estreitos), seguidas do
nível 2 que são os estudos quase-experimentais (sem randomização), pelo nível
3 que são os estudos de coorte (com grupo controle), os estudos de caso-
controle e os estudos observacionais sem grupos controle e, por fim, os
estudos de nível 4 que são a opinião de expert sem avaliação crítica ou
baseada em fisiologia, pesquisa de bancada ou consenso4.
No presente estudo, o modelo de classificação do IJB foi aplicado na
realização da síntese do conhecimento e identificamos o nível de evidência de
cada estudo. Nesse momento, a leitura atenta dos artigos, teses e consensos
foi criteriosa para realizar a classificação adequada e evitar equívocos. Por
exemplo, o estudo de Tabbers et al (2014), a princípio, poderia ser
classificado como opinião de expert já que trata-se de um consenso. No
entanto, a leitura do material permitiu identificar que é um consenso
construído a partir de revisões sistemáticas. Assim, o artigo de Tabbers et al
(2014) foi classificado como de nível 1 em vez de nível 4.
**RESULTADOS**
A busca na BVS resultou, inicialmente em 398 artigos, a partir dos quais foram
selecionados e lidos 126 e, por fim, que após leitura restaram 42 artigos, dos
quais 39 eram do Medline e 3 do LILACS – que também estavam no Medline. Do
total de 42, dois artigos não estavam disponíveis e, assim, restaram 40
artigos.
A busca no Google Scholar resultou inicialmente em 1720 artigos, dos quais
foram selecionados 70 (após uso dos filtros) que após leitura selecionaram-se
16 artigos dos quais três estavam em outras bases de dados e uma dissertação.
Ao final, restaram 12 artigos. No Scielo foram encontrados 4 artigos, dos
quais três estavam em outras bases de dados e assim restou um artigo. No
CINAHL, a busca inicial resultou em 960 artigos que após o uso dos filtros
ficaram 31 artigos dos quais após a leitura restaram 11 artigos. Ao final da
busca em todas as bases de dados restaram 64 artigos.
Após utilização da classificação por nível de evidência, seguindo o modelo
preconizado pelo IJB, foi possível identificar 22 estudos de nível 1 (34,37%),
25 estudos de nível 3 (39,06%) e 17 artigos de nível 4 (26,56%).
**CONCLUSÃO**
A produção científica sobre constipação na infância pode ser encontrada em
diferentes bases de dados, sobretudo as de maior abrangência e os estudos têm,
majoritariamente, bons níveis de evidência como, por exemplo, estudos de
revisão sistemática e estudos com grandes populações de crianças. A
enfermagem, especialmente, no campo da atenção primária em saúde deve guiar
seu processo de trabalho à criança com constipação pelas melhores evidências.
Referências: Referências: 1) Medeiros AL, Santos SR, Cabral RWL. Sistematização da assistência de enfermagem na perspectiva dos enfermeiros: uma abordagem metodológica na teoria fundamentada. Revista Gaúcha de Enfermagem, 33, p. 174–181, 2012. 2) Santos JLG, Pestana AL, Guerrero P, Meirelles BSH, Erdmann AL. Práticas de enfermeiros na gerência do cuidado em enfermagem e saúde: revisão integrativa. Rev. bras. enferm, 66(2):257–263, abr. 2013. 3) César, Francisco I Giocondo. Ferramentas Gerenciais da Qualidade: Instrumentos para gerenciamento e tomada de decisão na implantação da melhoria contínua. [Internet] 2013. [acesso em 13 jul 2016]. 1ed. São Paulo: Biblioteca 24 horas, 2013. 142p. Disponível em: https://books.google.com.br/books/about/Ferramentas_B%C3%A1sicas_da_Qualidade.html?hl=pt-BR&id=CniEMu69GTgC. 4) Estrela Kelly da Silva Rocha, Loyola Cristina Maria Douat. Administration of medication to use when needed and the care of psychiatric nursing. Rev. bras. enferm. [Internet]. Ago 2014 [acesso em 13 jul 2016]; 67(4):563-567. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672014000400563&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167.2014670410. 5) Briner Matthias, Manser Tanja. Clinical risk management in mental health: a qualitative study of main risks and related organizational management practices. BMC health services research . [Internet]. 2013. [acesso em 13 mai 2016] 13(1):44. Disponível em: https://bmchealthservres.biomedcentral.com/articles/10.1186/1472-6963-13-44. |