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8409090 | PREVALÊNCIA DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM HIPERGLICEMIA EM USUÁRIOS DIABÉTICOS DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA | Autores: Erika Christiane Marocco Duran ; Micnéias Tatiana de Souza Lacerda Botelho ; Paula Cristina Pereira da Costa ; Carla Renata da Silva Andrechuk |
Resumo: **Introdução: **O Diabetes destaca-se entre as condições crônicas que provoca morte precoce, compromete a capacidade de trabalho das pessoas, tem elevadas taxas de morbimortalidade e altos custos para os sistemas de saúde.1 O Diabetes é considerado uma Condição Sensível à Atenção Primária, e a atuação adequada de profissionais que atuam nesta área podem colaborar para a redução hospitalizações e óbitos. Nesse sentido, o enfermeiro que trabalha na Estratégia Saúde da Família (ESF) tem papel importante na assistência ao usuário diabético, sobretudo no controle da glicemia, com o objetivo de prevenir complicações micro e macrovasculares.1 O acurado raciocínio diagnóstico do enfermeiro permite a seleção de intervenções que atendam às necessidades levantadas, tornando a assistência de enfermagem adequada e humanizada a cada indivíduo. O diagnóstico de enfermagem é o agrupamento e a interpretação dos dados coletados.2 Pode ser definido como o julgamento clínico, utilizado por enfermeiros, com o intuito de formular hipóteses sobre as necessidades reais ou potenciais, riscos à saúde ou processos de vida .2 Para o registro dessas informações, cada vez mais a enfermagem necessita de uma linguagem clara e uniforme. A CIPE® se constitui em uma uniformização das terminologias científicas utilizadas pela enfermagem, a partir de classificações já existentes.3 Trata-se de uma linguagem que expressa elementos do cuidado de enfermagem que possibilita comparações entre contextos clínicos, populações, áreas geográficas e também a identificação de sua contribuição frente à equipe multidisciplinar.3 A utilização da CIPE® possibilita o registro dos cuidados realizados ao usuário, assim como a elaboração do plano de cuidado com qualidade.3 **Objetivo:** Avaliar a presença do diagnóstico de enfermagem Hiperglicemia, contido na CIPE®, para a população diabética que faz acompanhamento na ESF. **Descrição Metodológica:** Estudo transversal, realizado nos Centros de Saúde do município de Campinas-SP. A população foi composta por 155 diabéticos que acompanham o diabetes na ESF. A coleta de dados e a inferência diagnóstica foi realizada por membros do Grupo de Estudos e Pesquisa em Gerenciamento da Assistência de Enfermagem devidamente treinados4. Foi realizada no período entre agosto de 2017 e janeiro de 2018 e para a análise dos dados utilizou-se a estatística descritiva. O estudo foi realizado em conformidade com a Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012, que discorre sobre a pesquisa com seres humanos 5 e, aprovado em julho de 2017, sob o parecer 2.026.545, pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Unicamp. **Resultados:** Na população estudada (n=156) houve predomínio do sexo feminino 59,9%. A idade variou de 45 a 85 anos, com média de 66,0 e mediana e desvio padrão de 9,4 anos. Foram mais frequentes os pacientes casados (42,3%), com renda familiar até dois salários mínimos (59,0%), sedentários (70,5%). Verificou-se que 53,8% tinham hipertensão, 37,2% apresentavam hipercolesterolemia. O índice de massa corporal foi de, em média, 30,5 (desvio padrão 5,9) kg/m2, a circunferência da cintura foi de 104,4 (desvio padrão 15,8) cm para os homens e 103,8 (desvio padrão 13,9) cm para as mulheres. Nove pacientes (9,6%) apresentavam retinopatia e a maioria (98,7%) relatou uso medicamento. A média de glicemia capilar encontrada em pacientes diabéticos foi de 179,9 mg/dl com desvio padrão de 88,8 mg/dl. Em relação à inferência do Diagnóstico de Enfermagem Hiperglicemia, foi identificado em 77 (49,6%) dos usuários. **Conclusão:** Os usuários diabéticos não tem conseguido manter os níveis glicêmicos dentro da faixa preconizada para esta população, isto pode demonstrar uma falta de eficácia nas ações realizadas na ESF, responsável pela promoção da saúde e prevenção de agravos desses usuários. **Contribuições/Implicações para a Enfermagem**: O diagnosticar em enfermagem neste estudo permitiu o reconhecimento do cenário atual da população diabética. O enfermeiro que atua na ESF necessita identificar os motivos do descontrole glicêmico e lançar mãos estratégias que superem essas barreiras. Diante do exposto, este estudo proporcionou um direcionamento na organização do cuidado, conferindo integralidade à assistência de enfermagem.
Referências: Referências: 1) Medeiros AL, Santos SR, Cabral RWL. Sistematização da assistência de enfermagem na perspectiva dos enfermeiros: uma abordagem metodológica na teoria fundamentada. Revista Gaúcha de Enfermagem, 33, p. 174–181, 2012. 2) Santos JLG, Pestana AL, Guerrero P, Meirelles BSH, Erdmann AL. Práticas de enfermeiros na gerência do cuidado em enfermagem e saúde: revisão integrativa. Rev. bras. enferm, 66(2):257–263, abr. 2013. 3) César, Francisco I Giocondo. Ferramentas Gerenciais da Qualidade: Instrumentos para gerenciamento e tomada de decisão na implantação da melhoria contínua. [Internet] 2013. [acesso em 13 jul 2016]. 1ed. São Paulo: Biblioteca 24 horas, 2013. 142p. Disponível em: https://books.google.com.br/books/about/Ferramentas_B%C3%A1sicas_da_Qualidade.html?hl=pt-BR&id=CniEMu69GTgC. 4) Negri SC, Campos MD. O uso da ferramenta Kanban para o controle da permanência dos usuários SUS. Convibra administração. Disponível em: . Acesso em: 09/09/2016. 2012. 5) Brasil. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do SUS –DATASUS. Morbidade hospitalar do SUS, geral, por local de internação – Brasil. Disponível em: . Acesso em: 24 out. 2016. |