Imprimir Resumo


SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 8373396

E-Pôster


8373396

AVALIAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM AMAMENTAÇÃO INEFICAZ EM PUÉRPERAS

Autores:
Anna Raquel da Silva ; Bruno Henrique Ximenes Rodrigues ; Jaqueline Galdino Albuquerque Perrelli ; Suzana de Oliveira Mangueira ; Evelyn Pacífico Albuquerque de Melo Morais

Resumo:
**Introdução: **O Puerpério é uma fase na qual ocorrem manifestações involutivas, locais ou sistêmicas, ao estado pré-gravídico.1 Pode ser classificado em três períodos: imediato (ocorre do 1º ao 10º dia após o parto), tardio (do 11º ao 45º dia após o parto) e remoto (a partir do 45º dia após o parto). É neste período que ocorre o efetivo exercício da maternidade, visto que a mulher irá passar por diversas modificações, sendo elas fisiológicas e emocionais, as quais acarretam uma modificação de rotina e adaptação às necessidades do binômio mãe-bebê.2 Entre as modificações fisiológicas, destacam-se as alterações nas mamas, que atingem um elevado grau de desenvolvimento durante o puerpério. Neste período, inicia-se a amamentação, momento que envolve diversos sentimentos, voltado não só para mãe e bebê, mas também relacionado a toda rotina familiar. Assim, se faz necessário que o enfermeiro realize uma assistência de enfermagem sistematizada voltada ao cuidado do binômio mãe-bebê, com vistas a promover uma amamentação efetiva. **Objetivo:** Identificar o diagnóstico de enfermagem “Amamentação ineficaz” em puérperas cadastradas e acompanhadas em Unidades Básicas de Saúde em um município do agreste pernambucano. **Descrição Metodológica: **Trata-se de um estudo transversal, realizado em seis Unidades Básicas de Saúde (UBS). A população do estudo foi composta por puérperas, em qualquer um dos três períodos do puerpério, classificado em imediato, tardio ou remoto. Foram incluídas na amostra 30 puérperas, que atenderam aos critérios de inclusão: idade igual ou superior a 18 anos, estar no puerpério e ser acompanhada em uma das UBS inclusas na pesquisa. Adotou-se como critério de exclusão as puérperas que não apresentassem condições clínicas e/ou emocionais satisfatórias para responder à entrevista. O instrumento de coleta de dados foi composto de duas partes. A primeira relativa à caracterização sociodemográfica e clínica das puérperas: idade, estado civil, escolaridade, antecedentes ginecológicos e obstétricos (número de gestações, via de nascimento, intercorrências na gestação, entre outros), presença de comorbidades (hipertensão, diabetes, anemia, entre outros). A segunda parte foi composta pelos Fatores Relacionados (FR) e Características Definidoras (CD) do diagnóstico em análise “amamentação ineficaz” contidos na NANDA Internacional 2012-2014.3 Foram construídas definições operacionais para cada indicador clínico, com vistas à identificação da presença ou ausência dos mesmos na amostra. Os dados foram coletados no período de janeiro a abril de 2016, por meio da técnica de entrevista, com uso de roteiro estruturado, nas UBS, no dia em que as participantes compareceram à unidade para a consulta do puerpério ou de puericultura. Para aquelas impossibilitadas de comparecer à unidade, a coleta foi realizada por meio de visitas domiciliares da pesquisadora junto com o ACS responsável pela área onde a puérpera residia. A identificação dos fatores relacionados e das características definidoras foi realizada por meio de questões com respostas objetivas, no qual a participante relatou se estava presente ou ausente, apoiada nas definições operacionais. Os dados foram organizados e consolidados em uma planilha do _software Microsoft Excel_. Os dados de caracterização sociodemográfica e clínica foram analisados de modo descritivo, com apresentação das frequências. Para os indicadores clínicos do diagnóstico, foram calculadas as frequências e seus intervalos de confiança. Foi aplicado o teste exato de Fisher para verificar a associação entre as variáveis CD e FR com o diagnóstico em estudo. O estudo seguiu os preceitos da bioética dispostos na Resolução Nº 466/2012, e recebeu a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da instituição a qual a pesquisa está vinculada (CAAE: 44942315.7.0000.5208). As participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes da coleta de dados. **Resultados: **Foram entrevistadas 30 puérperas, das quais vinte e duas (73,3%) estavam no puerpério tardio, oito (26,6%) no imediato e nenhuma no remoto. A idade das puérperas variou de 18 a 49 anos, média de 25,6 anos, com porcentagem maior na faixa etária de 20 a 29 anos (53,3%). Quanto ao estado civil, treze (43,3%) participantes eram solteiras, a maioria estava desempregada (50,0%), tinham ensino fundamental e médio incompleto (53,2%) e apesar disto vinte e oito (93,3%) relataram não estudar atualmente. Vinte entrevistadas (66,6%) não possuíam residência própria, todas consumiam água tratada, e doze (40,0%) mulheres tinham renda familiar de um salário mínimo.  Dezesseis (53,3%) puérperas relataram ter realizado entre 4 a 6 consultas de pré-natal, vinte e seis (86,6%) não apresentaram gestação de alto risco, e a cesariana mostrou-se como a via de nascimento mais frequente com dezessete (56,6%) recorrências.O diagnóstico esteve presente em 40% das puérperas, dentre as quais, vinte e duas (73,3%) estavam no puerpério tardio, oito (26,6%) no imediato e nenhuma no remoto. Entre os treze FR ao diagnóstico em estudo, os que tiveram maior prevalência foram: Ansiedade materna e Lactente recebe alimentação suplementar com mamadeiras, ambos com o mesmo percentual (40,0%), seguido por Interrupção na amamentação (33,3%). O teste exato de Fisher mostrou que três FR apresentaram significância com o diagnóstico: História prévia de fracasso na amamentação; Interrupção na amamentação e Lactente recebe alimentação suplementar com mamadeiras. Entre as dezesseis CD relacionadas ao diagnóstico, as mais prevalentes foram: Persistência de mamilos doloridos após a primeira semana de amamentação (56,6%), seguida por Esvaziamento insuficiente de cada mama por amamentação e Processo de amamentação insatisfatório, ambas com o mesmo percentual (43,3%). O teste exato de Fisher apontou que quatro CD apresentaram significância estatística com o diagnóstico: Descontinuidade da sucção na mama; Esvaziamento insuficiente de cada mama por amamentação; Processo de amamentação insatisfatório e Suprimento de leite inadequado percebido. **Conclusão: **O estudo mostrou que o uso de alimentação suplementar com mamadeira é uma das principais causas da amamentação ineficaz, com maior frequência e associação com o diagnóstico. E as características mais relevantes foram esvaziamento insuficiente de cada mama por amamentação e processo de amamentação insatisfatório. **Contribuições/implicações para a Enfermagem: **A identificação dos indicadores clínicos mais significantes permite ao enfermeiro a construção do diagnóstico de forma mais acurada, com a finalidade de promover estratégias para a realização de um aleitamento materno de maneira eficaz. Conhecer as principais causas e manifestações da amamentação ineficaz permite subsidiar as ações de enfermagem de forma mais direcionada. O processo de amamentação requer efetiva participação do enfermeiro, com vistas a proporcionar mais autonomia, empoderamento e segurança à mãe, por meio de orientações precisas sobre das etapas do aleitamento materno, dificuldades e benefícios que envolvem esta prática.


Referências:
1 SCHAURICH D, CABRAL FB, ALMEIDA MA. Metodologia da problematização no ensino em enfermagem: uma reflexão do vivido no PROFAE/RS. Esc Anna Nery Rev Enferm. 2007;11(2):318-24. 2 MATTOS, R. A. de. Princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e a humanização das práticas de saúde. Interface (Botucatu), Botucatu , v. 13, supl. 1, p. 771-780, 2009. 3 CRIVARI, M. M. F. A dimensão educativa do processo de trabalho de enfermeiro: competências a serem desenvolvidas na graduação. Londrina, 2008. Mestrado (Educação) – Universidade Estadual de Londrina 4 BERBEL NN. A problematização e a aprendizagem baseada em problemas: diferentes termos ou diferentes caminhos? Interface - Comunic Saude Educ. 1998;2(2):139-54.