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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 8352661

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8352661

DERMATITE ASSOCIADA À INCONTINÊNCIA: AÇÕES DE MELHORIA NO CUIDADO PARA PREVENÇÃO

Autores:
Daniela Tenroller de Oliveira ; Karina Martins ; Silvania Martins Almeida ; Patricia da Silva ; Elisandra Leites Pinheiro

Resumo:
**Introdução:** A incontinência urinária tem impacto negativo sobre a vida das pessoas, pois as predispõe às infecções perineais, genitais e do trato urinário, problemas de pele, interrompe o sono, compromete o convívio social, além de ser um dos grandes fatores de risco para quedas na população¹. Uma variedade de termos tem sido utilizada para descrever lesões de pele associadas à incontinência, tais como: dermatite perineal, erupção cutânea por uso de fralda, dermatite irritativa de fraldas, dermatite amoniacal, maceração por umidade, dermatite de contato entre outros². A dermatite associada à incontinência (DAI) trata-se de uma complicação freqüente nas pessoas com perda do controle esfincteriano, que induz irritação e ruptura da pele, com impacto na qualidade de vida e vulnerabilidade para desenvolvimento de úlceras por pressão e infecções secundária³. Alguns estudos indicam que para desenvolver DAI é necessária a presença de irritantes em contato com a pele assim como a duração e a frequência de exposição a esses componentes. O pH alcalino dos pacientes com incontinência dupla, ou seja, com incontinência urinária e fecal é o responsável pela ativação de lipases e proteases as quais quebram proteínas e contribuem para erosão da epiderme. A hiper hidratação e a maceração do tecido, elevação da temperatura na região devido ao uso de fraldas, penetração dos irritantes internos (excreções) e externos (produtos), fricção, dentre outros fatores também contribuem para o aparecimento e agravamento desta situação descrita². Esta dermatite causa desconforto e dor, que pode ser comparada à dor da queimadura. A dor provocada tem sido relacionada com aumento do risco de lesão por pressão devido à limitação imposta à mobilização na tentativa do paciente proteger-se. Estudos têm apontado uma tolerância menor a fricção e pressão nesta população, ocasionando maior risco de ulceração². A DAI está englobada num conjunto de alterações cutâneas provocadas pela presença de umidade, sendo que se caracteriza pela exposição prolongada da pele a fezes e/ ou urina. Trata-se de uma condição bastante frequente, tendo em conta que existe uma percentagem significativa de pessoas com mais de 65 anos de idade, internadas em cuidados agudos ou de longa duração, que sofrem de incontinência urinária e/ou fecal. Tipicamente é reconhecida como uma inflamação da superfície da pele caracterizada por vermelhidão (_rush _cutâneo), que afeta principalmente a região das coxas, nádegas e escroto, em pessoas do sexo masculino e os grandes lábios em mulheres. Este tipo de lesão traduz a reação da pele perante o agente agressor, comprometendo de imediato a sua capacidade de atuar como barreira protetora4. Se a DAI não for identificada e tratada rapidamente, este rubor cutâneo poderá evoluir para a formação local de escoriações e de lesões vesiculares, que com a exposiçãoprolongada aos fatores de risco poderão desencadear um processo infeccioso com elevada gravidade3. Os profissionais da área de saúde têm pela frente um grande desafio, pois se verifica uma necessidade latente de investimentos em capacitação de recursos humanos que propiciem uma assistência adequada a essa clientela². Acrescenta-se o fato de que o envelhecimento e a institucionalização aumenta o risco da integridade da pele prejudicada, o que torna ainda mais necessário que os enfermeiros façam um diagnóstico mais precoce possível com vistas a implementação de ações que contribuam para a melhoria do cuidado1. A prevenção e cicatrização da DAI é um resultado em saúde associado aos cuidados de enfermagem. As suas repercussões estão evidenciadas no segmento da economia em saúde, todavia os seus ganhos tem igual tradução na melhoria da qualidade de vida, redução do desconforto e dor da pessoa portadora de DAI². No que concerne à prevenção da DAI, genericamente encontram-se recomendadas 3 etapas no âmbito da intervenção de enfermagem: limpar a pele – aplicação de emolientes/hidratantes – proteção cutânea. Na cicatrização está aconselhada a realização de 2 ou 3 etapas: limpar a pele – proteção cutânea – gestão de exsudado (se DAI severa). A literatura aponta ainda a existência de variáveis que são protetoras e de risco no desenvolvimento de DAI, sobre as quais o enfermeiro pode intervir para melhorar a segurança e efetividade das suas intervenções3. **Objetivo:** Revisar os cuidados com DAI, orientar as intervenções de enfermagem dirigidas à prevenção e diagnosticar possíveis carências nesse cuidado através dos relatos das equipes. **Método:** Foram realizadas ações nas unidades de internação sobre a prevenção da DAI, onde foi revisado o protocolo e esclarecido dúvidas dos colaboradores, tais como: A importância da limpeza da pele imediatamente após evacuar/urinar com água e sabão com pH ácido para evitar a irritação cutânea, necessidade da freqüência da troca de fraldas para manter a pele seca,do cuidado para evitar a fricção excessiva da pele, uso indiscriminado de duas fraldas, pois com isso favorece o aquecimento e desenvolvimento da DAI e sobre a importância da utilização de cremes barreira como forma de prevenção das dermatites. **Resultados:** Envolvimento das equipes na intensificação dos cuidados com a aplicação do protocolo de prevenção de dermatite associada à incontinência. **Conclusão:** Conclui-se que há uma carência em recomendações baseadas em evidências para com o manejo de prevenção da DAI. A prevenção, diagnóstico e cicatrização de DAI são sensíveis aos cuidados de enfermagem. **Contribuição:** Observa-se a necessidade de melhorar o protocolo institucional e da avaliação criteriosa da pouca absorção da fralda como nos foi relatado pela maioria dos colaboradores durante as ações. Contudo almeja se implementação de cuidados mais seguros e eficazes para melhor qualidade na assistência prestada e melhor manejo quanto à prevenção de dermatite associada à incontinência.


Referências:
1- FERREIRA, V.A. Gestão por competências: um estudo comparativo entre profissionais em estruturas organizacionais mecanicistas e orgânicas. [dissertação]. Mestrado em 2- Administração PUC-MG: Belo Horizonte; 2009. 3- LE BOTERF, G. Desenvolvendo a competência dos profissionais. Porto Alegre: Artmed; 2003. 4- FONSECA, A.; OLIVEIRA, M.C. Educação Baseada em Competências. Porto: Arq Med; 2013. v. 27, n. 6, p. 272-277. 5- Ministério da Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. Portaria n. 198/GM. Brasília; 2004. 6- World Health Organization. Nurse Educator Core Competencies. Geneva; 2016.