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8344754 | HABILIDADES E COMPETÊNCIAS INERENTES A FORMAÇÃO DO ENFERMEIRO: PERSPECTIVA DE DISCENTES E EGRESSOS | Autores: Elisabeta Albertina Nietsche ; Thayná Champe da Silva ; Cleton Salbego ; Andressa Böck ; Tierle Kosloski Ramos |
Resumo: **Introdução: **além de atividades teóricas e práticas, a formação do enfermeiro compreende o Estágio Curricular Supervisionado (ECS) que deve ocorrer nos dois últimos semestres da graduação.1 Nessa etapa o discente se encontra imerso no serviço de saúde e passa a atuar como futuro enfermeiro, por meio da supervisão direta de um profissional do serviço e indireta de um docente da instituição de ensino. Ao longo da formação do enfermeiro torna-se imprescindível o desenvolvimento das habilidades e competências gerais e específicas, descritas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem (DCNEnf).1 O ECS caracteriza-se como um momento essencial para observação, reflexão e desenvolvimento dessas competências, oportunizando que o discente comece moldar seu perfil profissional. O conhecimento a respeito das competências e habilidades é essencial para que os discentes estejam atentos ao seu desenvolvimento e/ou aperfeiçoamento, não só no decorrer da formação, mas também na prática profissional, como futuros enfermeiros. O processo de reflexão deve traduzir-se de forma efetiva no exercício da prática diária assistencial e gerencial das atividades do enfermeiro que ele terá oportunidade de vivenciar durante o ECS.2 Visto isso, apresenta-se como questão norteadora: que características o profissional enfermeiro deve apresentar para o exercício profissional na perspectiva de discentes e egressos de um curso de graduação em enfermagem? **Objetivo:** conhecer a percepção de discentes que estavam realizando o ECS e egressos acerca das características que o profissional enfermeiro deve apresentar para o exercício profissional. **Descrição metodológica:** trata-se do recorte de uma pesquisa de campo com abordagem qualitativa do tipo descritiva e exploratória intitulada “Estágio Curricular Supervisionado: influências para a formação do discente de enfermagem”. A coleta dos dados ocorreu no período de março a maio de 2016, por meio de uma entrevista semiestruturada, na qual foram entrevistados 10 discentes matriculados na disciplina de Estágio Supervisionado II no primeiro semestre de 2016, e oito enfermeiros residentes do programa de residência multiprofissional egressos de um curso de enfermagem de uma Universidade Federal do interior do Rio Grande do Sul, totalizando 18 participantes. A análise dos dados ocorreu por meio da Análise de Conteúdo de Bardin3, a qual compreende três polos cronológicos: pré-análise; exploração do material e; tratamento, inferência e interpretação dos resultados. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética na Pesquisa da instituição de filiação do estudo sob registro de CAAE 51624315.5.0000.5346. **Resultados: **quando questionados a respeito das características que o profissional enfermeiro deve apresentar, foram mencionadas: empatia, ética, estudo, diálogo/comunicação, amor, autonomia, responsabilidade, iniciativa, não julgar/ não ter preconceitos, liderança, organização e gerencia. Tendo em vista as características mencionadas pelos participantes, identificou-se sua relação com as competências e habilidades gerais presentes na resolução que institui as DCNEnf1, entre elas tem-se atenção a saúde, tomada de decisões, comunicação, liderança, administração e gerenciamento e educação permanente. O enfermeiro deve se apropriar de uma postura inovadora, ser crítico-criativo, e consciente de suas responsabilidades, sejam elas éticas, políticas e profissionais e, para isso é necessário desenvolvimento de tais habilidades.4 A competência denominada “atenção a saúde” 1, aborda que os profissionais devem seguir os princípios da ética/ bioética, além de altos padrões de qualidade, abrangendo a ética, a empatia, não julgar/ter preconceitos, conforme mencionado pelos participantes. Também houve relação com a competência da “tomada de decisões”1, que aponta que o profissional enfermeiro deve estar fundamentado na capacidade de tomar decisões, devendo possuir então, competências e habilidades para avaliar, sistematizar e decidir as condutas mais adequadas baseadas nas evidências científicas, associando-se com a iniciativa e autonomia referidas pelos participantes. O diálogo e a comunicação estiveram presentes nas falas, vindo ao encontro da habilidade denominada “comunicação”1, a qual envolve comunicação verbal, não verbal e habilidades de escrita e leitura. Já a “liderança” 1, descrita como a aptidão dos profissionais para assumir a liderança no trabalho de equipe multiprofissional, envolvendo “compromisso, responsabilidade, empatia, habilidade para a tomada de decisões, comunicação e gerenciamento de forma efetiva e eficaz”.1 O gerenciamento compreende a competência denominada “administração e gerenciamento”1, na qual os profissionais devem estar aptos para tomar iniciativas e fazer o gerenciamento e administração tanto da forma de trabalho quanto dos recursos físicos e materiais e de informação. A “educação permanente”1 descreve que os profissionais devem ser capazes de aprender continuamente, tanto na sua formação quanto na prática, por meio da relação da prática profissional com o estudo, busca pelo conhecimento, referida pelos participantes como “estudo”. Ressalta-se que foram mencionadas outras características: saber trabalhar em equipe, valorizar-se, ser humanizado/ competente, saber ouvir, acolher, realizar o trabalho multiprofissional/ não ter preconceitos, ser criativo, saber adaptar-se, gostar de pessoas. De acordo com as competências e habilidades específicas de nas DCNEnf1, tem-se na competência XIII “assumir o compromisso ético, humanístico e social com o trabalho multiprofissional em saúde” e também na competência XXII “integrar as ações de enfermagem às ações, multiprofissionais”. Na competência específica I: “atuar profissionalmente, compreendendo a natureza humana em suas dimensões, em suas expressões e fases evolutivas”.1 O ECS destaca-se enquanto etapa essencial para potencializar o desenvolvimento e/ou aperfeiçoamento desses atributos, visto que o discente vivencia a rotina da equipe no serviço em que encontra imerso. Quando o discente identifica em outros profissionais características necessárias a atuação profissional, sejam elas potencialidades ou fragilidades, passam a refletir acerca do perfil profissional que precisam desenvolver ao longo da formação e, consequentemente para o exercício profissional enquanto futuros enfermeiros. Deste modo é essencial que o discente perceba e tenha uma visão crítica em relação a essas características. Assim, espera-se que ao discente deparar-se com essas peculiaridades na atuação dos profissionais que acompanha, esteja atento ao seu perfil profissional, desenvolvendo assim, tais competências. **Conclusão: **no ECS** **o discente aprende, acompanha e identifica diante de situações da realidade, traços essenciais para a profissão, moldando seu perfil profissional. Deste modo, a percepção dos participantes nesse estudo pontua que os objetivos durante a formação vêm sendo alcançados, visto que as características referidas apresentaram estreita relação com as DCNEnf. Nesse ínterim, enfatiza-se a influência que os profissionais que atuam no serviço para a formação do enfermeiro. **Contribuições/implicações para a Enfermagem: **em tempos de novas diretrizes, compreende-se a importância de conhecer as contribuições que as DCNEnf exercem na formação do profissional enfermeiro, bem como identificar pontos vulneráveis que necessitam de atenção para avançar e fortalecer o processo formativo.
Referências: 1 Soares V. Perfil de pacientes submetidos a procedimentos endovasculares no serviço de hemodinâmica [Trabalho de conclusão de curso: residência]. Florianópolis (SC): Universidade Federal de Santa Catarina, 2014. 69 f.
2 Guido LA, Goulart CT, Brum CN, Lemoa AP, Umman J. Cuidado de enfermagem perioperatório: revisão integrativa de literatura. Rev de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online 2014; 4(6): 1601-09.
3 Souza LP, Bezerra ALQ, Silva AEBC, Carneiro FS, Paranaguá TTB, Lemos LF. Eventos adversos: instrumento de avaliação do desempenho em centro cirúrgico de um hospital universitário. Rev de Enfermagem UERJ. 2011; 1(19):127-33. |