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8343449 | INFLUÊNCIA DA SATISFAÇÃO ACADÊMICA NA COMUNICAÇÃO DO ENFERMEIRO | Autores: Francine da Costa Alves ; Ana Claudia Puggina |
Resumo: **INFLUÊNCIA DA SATISFAÇÃO ACADÊMICA NA COMUNICAÇÃO DO ENFERMEIRO**
_Francine da Costa Alves_
Ana Cláudia G. Puggina
**Introdução**
As instituições de ensino superior desempenham importante papel na formação
dos acadêmicos, deve em todo o processo de formação, disponibilizar recursos e
proporcionar experiências positivas para o desenvolvimento profissional com o
objetivo de gerar sucesso e satisfação acadêmica1. Durante a fase de formação,
o enfermeiro passa pelo momento de aquisição de conhecimentos teóricos e
práticos2. Espera-se que esta formação possibilite situações em que os
estudantes se sintam confiantes e seguros. Para a formação da identidade
profissional, os graduandos esperam que se deem a eles mais responsabilidades
e oportunidades, o que faz que se sintam confiantes e capacitados para
fornecer cuidados de enfermagem3. Conhecer as satisfações ou insatisfações dos
estudantes pode auxiliar o entendimento do impacto do ensino superior na
atuação do profissional, já que o desencontro entre a diversidade de
expectativas dos estudantes e o que realmente a instituição oferece pode gerar
baixo desempenho e insegurança4.
**Objetivos**
1. Correlacionar a satisfação acadêmica com a comunicação interpessoal do enfermeiro;
2. Associar as características sociodemográficas e profissionais com a comunicação interpessoal do enfermeiro
**Método:**
Estudo analítico transversal realizado com enfermeiros que atuam ou atuaram na
área assistencial de três hospitais e três grupos públicos da rede social
_Facebook_®. Teve como variáveis dependentes a comunicação interpessoal do
enfermeiro e a autoavaliação sobre o profissionalismo e com variáveis
independentes satisfação acadêmica, características sociodemograficas e
profissionais. Forem incluídos no estudo enfermeiros com atuação na área
assistência. Foram excluídos enfermeirs com atuação exclusiva na área de
pediatria e neonatologia ou somente na área administrativa, por uma das
escalas enfocarem o exame físico no adulto. Foram utilizados quatro
questionários: Escala de satisfação com a experiência acadêmica de estudantes
do ensino superior; Escala de competência em comunicação interpessoal; Escala
sobre profissionalismo e competência em comunicação interpessoal enfermeiro e
paciente; e um questionário de caracterização dos participantes. Foi realizada
análise descritiva (frequência absoluta, relativa, medidas de posição e desvio
padrão), inferencial. O nível de significância adotado nos testes foi de 0,05.
A coleta de dados ocorreu de junho a novembro de 2016. O desenvolvimento do
estudo atendeu as normas nacionais e internacionais de ética em pesquisa
envolvendo seres humanos e foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa sob o
número de Parecer 1.562.760.
**Resultados**
A amostra do estudo foi constituída de 397 enfermeiros com média de idade de
34,72 anos (±8,10), com tempo médio de formação de 6,84 anos (±5,15). A
maioria era do sexo feminino (n=363; 91,44%), católicos (n=216; 54,41%) e
brancos (n=281; 70,78%); provenientes da região Sudeste (n=337; 84,89%). As
maiores frequências foram de casados (n=195; 49,12%), com até 3 salários
mínimos de renda (n=116; 29,22%). A maioria foi de profissionais com
especialização (n=212; 53,40%), formados em universidades privadas (n=331;
83,38%), sem formação prévia na área de enfermagem (n=218; 54,91%); participou
de eventos científicos durante a graduação (n=136; 34,26%). Foi mais frequente
enfermeiros com atuação em unidades de internação (n=165; 41,56%) e em turno
de trabalho integral (8 horas por dia) (n=148; 37,28%).O escore médio total
das respostas dos enfermeiros em relação a ESEA foi de 113,57 (±20,62). As
maiores médias foram nos itens 9, 5 e 13 indicando que os enfermeiros sentem-
se satisfeitos com o curso e as oportunidades de desenvolvimento oferecidas
pela instituição. O escore médio total das respostas em relação à ECCI foi de
64,62 (±5,92), e em relação à EAPCI foi de 47,91 (±4,91), indicando que os
enfermeiros sentem-se competentes quanto a sua comunicação interpessoal. As
maiores médias na ECCI foram nos itens 10, 11 e 14 mostrando que os
enfermeiros conseguem demonstrar que estão acessíveis e abertos para a
comunicação. A EAPCI apresentou maiores médias nos itens 3, 5 e 10
demonstrando que os enfermeiros possuem habilidade interpessoal e classificam
seu profissionalismo como alto. Encontrou-se por meio das diferenças
estatisticamente significativas que enfermeiros com menor tempo de
formação(p-valor 0,03) mais jovens (p-valor <0,00) e católicos(p-valor 0,01)
demonstram mais disponibilidade nas relações; os que estudaram em instituições
públicas (p-valor 0,04) mostraram mais habilidade para expressar sentimentos;
aqueles que não tinham formação prévia na área de enfermagem (p-valor 0,01)
são mais capazes de demonstrar compreensão e perceber o que as pessoas sentem;
tanto aqueles que se declararam católicos (p-valor 0,00) quanto sem religião
(0,02) referem ter mais sinceridade nas relações enfermeiro-paciente. O turno
de trabalho influenciou significativamente na autoavaliação do
profissionalismo (p-valor= 0,00), na capacidade de demonstrar sentimentos
(p-valor 0,04), bem como transmitir e receber informações (p-valor =0,01).
**Conclusões**
Quanto mais satisfeitos com a experiência acadêmica, maior a competência em
comunicação interpessoal e melhor é a autoavaliação sobre seu
profissionalismo. A comunicação interpessoal difere de forma positiva com o
tempo de formação, idade, sexo e religião, bem como com o tipo da instituição
de formação, ter ou não formação prévia na área de enfermagem e turno de
trabalho. A percepção do indivíduo sobre o seu profissionalismo modifica-se
com o sexo e o turno de trabalho
**Contribuição do Estudo**
Enfatiza-se a importância de que conhecer a relação que existe entre a
satisfação acadêmica, a comunicação e profissionalismo pode elucidar questões
importantes que precisam ser revistas na formação do enfermeiro.
**Descritores:** Comunicação; Relações interpessoais; Profissionalismo; Educação em Enfermagem.
**Referências **
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2. Carvalho G, Lopes S. Satisfação profissional do enfermeiro em uma unidade
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[Internet] 2006 [cited 2015 dez 06]; 5(1):11-20. Available from:
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**Área Temática: **Diretrizes Curriculares Nacionais e desafios contemporâneos da formação profissional em Enfermagem.****
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2. Silva RM, Silva ICM, Ravalia RA. Ensino de enfermagem: reflexões sobre o estágio curricular supervisionado. Rev. Práxis [internet]. 2009 [acesso em 2013 set. 20];1(1):37-41. Disponível em: http://web.unifoa.edu.br/praxis/ojs/index.php/praxis/article/view/7
3. Associação Brasileira de Enfermagem. Carta de Belém (PA) para a educação em enfermagem brasileira. Rev. Bras Enferm. Brasília. 2012 [acesso em 2013 set. 15];65(4):696-8. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-71672012000400022&script=sci_arttext
4. Brasil. Resolução COFEN nº. 441, de 15 de maio de 2013. Dispõe sobre participação do enfermeiro na supervisão de atividade prática e estágio supervisionado de estudantes dos diferentes níveis da formação profissional de enfermagem [internet]. Diário Oficial da União. 2013 mai. 21; Seção 1; Edição 96. p.171. [acesso em 2013 jul. 15]. Disponível em: http://novo.portalcofen.gov.br/resolucao-cofen-no-4412013_19664.html
5. Moraes, MC. O paradigma educacional emergente. 13º ed. Campinas, SP: papiros, 2007. |