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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 8343449

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8343449

INFLUÊNCIA DA SATISFAÇÃO ACADÊMICA NA COMUNICAÇÃO DO ENFERMEIRO

Autores:
Francine da Costa Alves ; Ana Claudia Puggina

Resumo:
**INFLUÊNCIA DA SATISFAÇÃO ACADÊMICA NA COMUNICAÇÃO DO ENFERMEIRO** _Francine da Costa Alves_ Ana Cláudia G. Puggina **Introdução**  As instituições de ensino superior desempenham importante papel na formação dos acadêmicos, deve em todo o processo de formação, disponibilizar recursos e proporcionar experiências positivas para o desenvolvimento profissional com o objetivo de gerar sucesso e satisfação acadêmica1. Durante a fase de formação, o enfermeiro passa pelo momento de aquisição de conhecimentos teóricos e práticos2. Espera-se que esta formação possibilite situações em que os estudantes se sintam confiantes e seguros. Para a formação da identidade profissional, os graduandos esperam que se deem a eles mais responsabilidades e oportunidades, o que faz que se sintam confiantes e capacitados para fornecer cuidados de enfermagem3. Conhecer as satisfações ou insatisfações dos estudantes pode auxiliar o entendimento do impacto do ensino superior na atuação do profissional, já que o desencontro entre a diversidade de expectativas dos estudantes e o que realmente a instituição oferece pode gerar baixo desempenho e insegurança4. **Objetivos** 1.  Correlacionar a satisfação acadêmica com a comunicação interpessoal do enfermeiro; 2. Associar as características sociodemográficas e profissionais com a comunicação interpessoal do enfermeiro **Método:** Estudo analítico transversal realizado com enfermeiros que atuam ou atuaram na área assistencial de três hospitais e três grupos públicos da rede social _Facebook_®. Teve como variáveis dependentes a comunicação interpessoal do enfermeiro e a autoavaliação sobre o profissionalismo e com variáveis independentes satisfação acadêmica, características sociodemograficas e profissionais. Forem incluídos no estudo enfermeiros com atuação na área assistência. Foram excluídos enfermeirs com atuação exclusiva na área de pediatria e neonatologia ou somente na área administrativa, por uma das escalas enfocarem o exame físico no adulto. Foram utilizados quatro questionários: Escala de satisfação com a experiência acadêmica de estudantes do ensino superior; Escala de competência em comunicação interpessoal; Escala sobre profissionalismo e competência em comunicação interpessoal enfermeiro e paciente; e um questionário de caracterização dos participantes. Foi realizada análise descritiva (frequência absoluta, relativa, medidas de posição e desvio padrão), inferencial. O nível de significância adotado nos testes foi de 0,05. A coleta de dados ocorreu de junho a novembro de 2016. O desenvolvimento do estudo atendeu as normas nacionais e internacionais de ética em pesquisa envolvendo seres humanos e foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa sob o número de Parecer 1.562.760. **Resultados** A amostra do estudo foi constituída de 397 enfermeiros com média de idade de 34,72 anos (±8,10), com tempo médio de formação de 6,84 anos (±5,15). A maioria era do sexo feminino (n=363; 91,44%), católicos (n=216; 54,41%) e brancos (n=281; 70,78%); provenientes da região Sudeste (n=337; 84,89%). As maiores frequências foram de casados (n=195; 49,12%), com até 3 salários mínimos de renda (n=116; 29,22%). A maioria foi de profissionais com especialização (n=212; 53,40%), formados em universidades privadas (n=331; 83,38%), sem formação prévia na área de enfermagem (n=218; 54,91%); participou de eventos científicos durante a graduação (n=136; 34,26%). Foi mais frequente enfermeiros com atuação em unidades de internação (n=165; 41,56%) e em turno de trabalho integral (8 horas por dia) (n=148; 37,28%).O escore médio total das respostas dos enfermeiros em relação a ESEA foi de 113,57 (±20,62). As maiores médias foram nos itens 9, 5 e 13 indicando que os enfermeiros sentem- se satisfeitos com o curso e as oportunidades de desenvolvimento oferecidas pela instituição. O escore médio total das respostas em relação à ECCI foi de 64,62 (±5,92), e em relação à EAPCI foi de 47,91 (±4,91), indicando que os enfermeiros sentem-se competentes quanto a sua comunicação interpessoal. As maiores médias na ECCI foram nos itens 10, 11 e 14 mostrando que os enfermeiros conseguem demonstrar que estão acessíveis e abertos para a comunicação. A EAPCI apresentou maiores médias nos itens 3, 5 e 10 demonstrando que os enfermeiros possuem habilidade interpessoal e classificam seu profissionalismo como alto. Encontrou-se por meio das diferenças estatisticamente significativas que enfermeiros com menor tempo de formação(p-valor 0,03)  mais jovens (p-valor  <0,00) e católicos(p-valor 0,01) demonstram mais disponibilidade nas relações; os que estudaram em instituições públicas  (p-valor 0,04) mostraram mais habilidade para expressar sentimentos; aqueles que não tinham formação prévia na área de enfermagem (p-valor 0,01) são mais capazes de demonstrar compreensão e perceber o que as pessoas sentem; tanto aqueles que se declararam católicos (p-valor 0,00)  quanto sem religião (0,02) referem ter mais sinceridade nas relações enfermeiro-paciente. O turno de trabalho influenciou significativamente na autoavaliação do profissionalismo (p-valor= 0,00), na capacidade de demonstrar sentimentos (p-valor 0,04), bem como transmitir e receber informações (p-valor =0,01). **Conclusões** Quanto mais satisfeitos com a experiência acadêmica, maior a competência em comunicação interpessoal e melhor é a autoavaliação sobre seu profissionalismo.  A comunicação interpessoal difere de forma positiva com o tempo de formação, idade, sexo e religião, bem como com o tipo da instituição de formação, ter ou não formação prévia na área de enfermagem e turno de trabalho. A percepção do indivíduo sobre o seu profissionalismo modifica-se com o sexo e o turno de trabalho **Contribuição do Estudo** Enfatiza-se a importância de que conhecer a relação que existe entre a satisfação acadêmica, a comunicação e profissionalismo pode elucidar questões importantes que precisam ser revistas na formação do enfermeiro. **Descritores:** Comunicação; Relações interpessoais; Profissionalismo; Educação em Enfermagem. **Referências ** 1. Porto MAS, Soares AB. Diferenças entre expectativas e adaptação acadêmica de universitários de diversas áreas do conhecimento. Anál. Psicol. [Internet] 2017 [cited 2017 jun 23]; 31(1):13-24. Available from: [http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid;=S087082312017000100002](http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S087082312017000100002) 2. Carvalho G, Lopes S. Satisfação profissional do enfermeiro em uma unidade de emergência de hospital geral. Arq. Ciênc. saúde [Internet] 2006 [cited 2015 dez 20]; 13(4):215-19. Available from: . 3. Vaismoradi M, Salsali M, Ahmadi F. Perspectives of Iranian male nursing students regarding the role of nursing education in developing a professional identity: A content analysis study. Jpn J Nurs Sci. [Internet] 2011 [cited 2017 mai 13]; 8(2): 174-83. Available from: .http://dx.doi.org/10.1590/010407072015002870013. 4. Schleich ALG, Polydoro SAJ, Santos AAA. Escala de satisfação com a experiência acadêmica de estudantes do ensino superior. Aval. Psicol. [Internet] 2006 [cited 2015 dez 06]; 5(1):11-20. Available from: . **Área Temática: **Diretrizes Curriculares Nacionais e desafios contemporâneos da formação profissional em Enfermagem.****


Referências:
1. Brasil. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES nº. 3, de 7 de novembro de 2001. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem [Internet]. Brasília, DF: Ministério da Educação e Cultura; 2001. [acesso em 2013 set 10]. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES03.pdf 2. Silva RM, Silva ICM, Ravalia RA. Ensino de enfermagem: reflexões sobre o estágio curricular supervisionado. Rev. Práxis [internet]. 2009 [acesso em 2013 set. 20];1(1):37-41. Disponível em: http://web.unifoa.edu.br/praxis/ojs/index.php/praxis/article/view/7 3. Associação Brasileira de Enfermagem. Carta de Belém (PA) para a educação em enfermagem brasileira. Rev. Bras Enferm. Brasília. 2012 [acesso em 2013 set. 15];65(4):696-8. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-71672012000400022&script=sci_arttext 4. Brasil. Resolução COFEN nº. 441, de 15 de maio de 2013. Dispõe sobre participação do enfermeiro na supervisão de atividade prática e estágio supervisionado de estudantes dos diferentes níveis da formação profissional de enfermagem [internet]. Diário Oficial da União. 2013 mai. 21; Seção 1; Edição 96. p.171. [acesso em 2013 jul. 15]. Disponível em: http://novo.portalcofen.gov.br/resolucao-cofen-no-4412013_19664.html 5. Moraes, MC. O paradigma educacional emergente. 13º ed. Campinas, SP: papiros, 2007.