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8329400 | PROCESSO DE ENFERMAGEM INFORMATIZADO UTILIZANDO A CIPE® PARA A SEGURANÇA DO PACIENTE EM UNIDADE DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA | Autores: Grace Teresinha Marcon Dal Sasso ; Fernanda Paese |
Resumo: **Introdução: **As tecnologias da informação promovem meios aos profissionais de saúde a compartilhar efetivamente a informação relacionada ao atendimento do paciente. Na tentativa de fundamentar o registro do paciente na rede de atenção a urgência e emergência desenvolveu-se um processo de enfermagem informatizado a partir de um sistema de classificação de risco associada a uma terminologia de enfermagem a fim de contribuir para uma prática assistencial segura. **Objetivos: **Analisar o resultado da aplicação do Processo de Enfermagem Informatizado utilizando a CIPE® versão 2.0 associado ao Sistema de Triagem de Manchester® para a segurança do paciente em unidades de emergência. **Metodologia: **É um estudo de natureza quantitativa que integrou os seguintes tipos de desenho: pesquisa metodológica e de produção tecnológica e pesquisa semi experimental randomizada. O primeiro desenho utilizou etapas estruturadas e específicas para mapear os fluxogramas e discriminadores do STM® aos diagnósticos e intervenções de enfermagem da CIPE® 2.0 e o registro eletrônico do Processo de Enfermagem. Para essa parte da pesquisa, seguiu-se as seguintes etapas: estabelecimento da equipe de desenvolvimento e recursos da organização da estrutura de dados; adequação e codificação dos termos clínicos de enfermagem utilizando a CIPE® 2.0; mapeamento do Sistema de Triagem de Manchester® e a CIPE®; associação da avaliação clínica, diagnósticos e intervenções para o processo de enfermagem e; transferência dos dados para uma plataforma computadorizada. O desenho semi experimental randomizado foi estruturado em dois grupos testes e um grupo do tipo antes e depois equivalente (denominado como grupo controle pelo pesquisador). Os dois grupos testes se constituíram de um grupo que utilizou os dados e informações apenas em papel e outro somente em um sistema informatizado. O grupo controle utilizou primeiramente em papel e posteriormente em sistema informatizado. Esse desenho foi utilizado para analisar o resultado da aplicação do Processo de Enfermagem Informatizado a partir dos critérios de tempo de preenchimento do PEI, tempo e denominação da classificação de risco e usabilidade a partir dos padrões NBR ISO 9241-11. E seguiu as seguintes etapas de desenvolvimento: elaboração de casos clínicos simulados para a avaliação dos sistema; randomização dos enfermeiros; orientação aos enfermeiros quanto ao Sistema de Triagem de Manchester® e a CIPE®; avaliação dos pacientes simulados; preenchimento dos dados sociodemográficos por todos os enfermeiros e avaliação dos critérios de usabilidade do sistema. A população foi de 70 enfermeiros, a amostra foi de 59, porém somente 58 enfermeiros atuantes em unidades de emergência participaram da pesquisa; e 4 programadores de sistemas por uma amostra intencional não probabilística. Utilizou-se quatro instrumentos para a coleta de dados: 1 - o próprio sistema informatizado do processo de enfermagem desenvolvido na primeira parte da pesquisa; 2 – instrumento utilizado pelo pesquisador para o registro e análise do tempo de preenchimento do Processo de Enfermagem no papel e informatizado; 3 – questionário construído a partir do Google Docs® contendo a avaliação dos critérios de usabilidade do sistema e; 4 – questionário específico para os dados sóciodemográficos. Para a análise dos dados adotou-se a estatística descritiva (média, desvio padrão, máximo e mínimo) e inferencial (ANOVA, Qui quadrado, McNemar e Análise Envoltória dos Dados) por meio do Software Excel®. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com número de protocolo 526.123. **Resultados: **Os resultados apresentam uma estrutura metodológica de mapeamento em uma estrutura informatizada do STM® associado aos diagnósticos e intervenções de enfermagem. Foi possível mapear os 50 fluxogramas da triagem a 1.118 diferentes diagnósticos e 678 diferentes intervenções de enfermagem, bem como estruturar o processo de enfermagem informatizado a partir da associação de 1.445 possibilidades de avaliações clínicas, 961 diferentes diagnósticos e 953 diferentes intervenções de enfermagem distribuídas em nove sistemas do corpo humano. As médias do tempo de realização da triagem entre os dois casos clínicos (1 e 2) são diferentes, bem como entre os grupos de análise. Foi realizado o ANOVA (fator duplo com repetição) e este revelou que a diferença entre as médias do Grupo Teste 1 (só papel) e do Grupo Teste 2 (só modo informatizado) dentro do mesmo caso clínico demonstram significância dentre as médias com pValor<0,001. Para o Grupo Controle as diferenças de média também foram percebidas entre os casos clínicos e entre o antes e depois – papel e sistema. O teste estatístico revelou a significância com pValor<0,001. O tempo de preenchimento do processo de enfermagem entre os dois casos clínicos são diferentes, assim como os grupos Testes com significância de pValor=0,001. Para o Grupo Controle as diferenças de média também foram percebidas entre os casos clínicos e entre o antes e depois – papel e sistema com significância de pValor=0,001. Quanto a avaliação da prioridade clínica, o resultado demonstra que para esses enfermeiros a forma de registro, seja no papel, seja no sistema informatizado, não fez diferença para a priorização, uma vez que não houve diferença significativa entre os Grupos Teste 1 e 2 com pValor=0,24; e entre o antes e o depois do Grupo Controle com pValor=0,48. A avaliação dos critérios de usabilidade para o Grupo Teste 2 teve uma média igual a 3,96, considerado “Muito Bom”; e, um valor mínimo de 2,79 e um valor máximo de 4,95, ou seja, ele teve uma avaliação variando de “Regular” a “Excelente”. No Grupo Controle a média geral de avaliação é de 3,96, considerando a usabilidade pelo grupo como “Muito Bom”. O teste ANOVA realizado apresentou um pValor<0,001 evidenciando que houve diferença significativa entre as médias das avaliações realizadas pelos participantes, reforçando que os resultados tenderam de uma avaliação “Excelente” a “Regular” e que cada enfermeiro teve uma percepção diferente em relação a usabilidade. Para os quatro programadores, a média geral se estabeleceu em 3,5, considerando os critérios de usabilidade do sistema como “Muito Bom”. O teste ANOVA demonstrou diferença significativa entre as avaliações dos programadores pValor<0,001, entendendo essa diferença como percepções diferentes de cada indivíduo para a necessidade do produto e a oferta disponível. **Conclusão: **Os resultados evidenciam que o PEI reduz o tempo de documentação clínica realizada pelo enfermeiro. Medir o tempo é fundamental, pois se espera com os registros eletrônicos que eles sejam organizados de tal forma que permitam que o enfermeiro passe mais tempo na assistência direta ao paciente do que na documentação das informações - num ciclo permanente - mais tempo com o paciente – mais conhecimento sobre as suas necessidades – melhores registros – melhora na qualidade do atendimento – promove o julgamento clínico e a tomada de decisão para uma assistência segura. A avaliação da usabilidade permite considerar o sistema capaz de contribuir na organização, controle e gerenciamento da informação nos serviços de urgência e, mais além, consolidar a comunicação e os registros eletrônicos na rede de atenção às urgências. Assim, diante dos excelentes resultados obtidos o sistema proposto contribui para a segurança do paciente porque reduz o tempo de documentação e registro clínico, minimiza a subjetividade do julgamento clínico, fomenta a busca contínua de informações que visam obter evidência científica e garante a continuidade do cuidado. **Contribuições/Implicações para a Enfermagem: **O estudo integrou a tecnologia da informação por meio dos registros eletrônicos ao cuidado do enfermeiro. Essa integração visou contribuir com o desenvolvimento de uma tecnologia informacional capaz de apoiar o enfermeiro na sua decisão clínica, na organização e agilidade do atendimento e aproximá-lo de uma terminologia própria.
Referências: 1 - Melleiro MM, Tronchin DMR, Lima MOP, Garzin ACA, Martins MS, Cavalcante MBG, et al. Temática segurança do paciente nas matrizes curriculares de escolas de graduação em enfermagem e obstetrícia. Rev baiana enferm. 2017, 31(1):1-8. Disponível em: https://portalseer.ufba.br/index.php/enfermagem/article/view/16814. Acesso em: 01 de Julho de 2017.
2 - Bohomol E, Freitas MAO, Cunha ICKO. Patient safety teaching in undergraduatehealth programs: reflections on knowledge and practice. Interface. 2016, 20(58): 727-41. Disponível em: http://www.redalyc.org/pdf/1801/180146193017.pdf. Acesso em: 02 de Julho de 2017.
3 - World Health Organization. Patient safety curriculum guide: multiprofessional edition. Geneva: WHO, 2011.
4 - Cavalcante AKCB, Rocha RC, Nogueira LT, Avelino FVSD, Da Rocha SS. Cuidado seguro ao paciente: contribuições da enfermagem. Revista Cubana Enferm. 2015, 31(4):1-13. Disponível em: http://www.revenfermeria.sld.cu/index.php/enf/article/view/907. Acesso em: 05 de Julho de 2017.
5 - The Joanna Briggs Institute. Joanna Briggs Institute Reviewers Manual 2015: Methodology for JBI Scoping Reviews. South Australia (Australia): The University of Adelaide; 2015. Disponível em: https://joannabriggs.org/assets/docs/sumari/Reviewers-Manual_Methodology-for-JBI-Scoping-Reviews_2015_v2.pdf. Acesso em: 04 de Junho de 2017. |