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8277208 | PRINCIPAIS DIFICULDADES DO ENFERMEIRO NO ATENDIMENTO AO PACIENTE TERMINAL | Autores: Murilo Dias da Silva ; Maria Lucimaria Gama Ribeiro ; Bianca Morais de Oliveira ; Tacio Macedo Silva ; Adriana Antônia de Oliveira |
Resumo: **INTRODUÇÃO**: A morte é o destino de todos. Logo após o nascimento, o corpo humano começa a sua caminhada em meio a um processo de degeneração celular progressiva e inevitável, sendo assim, todos tem um começo e findar da vida. Caracteriza-se um paciente como terminal, quando, em meio a todos os cuidados prestados a esse indivíduo esgotam-se as possibilidades de resgate das condições de saúde, O plano de cuidado da enfermagem em pacientes nos quais o estado terminal foi diagnosticado é de suma importância, abrangendo não só o cuidado ao indivíduo, como também o apoio à família do mesmo. A enfermagem vem, desde os seus primórdios, sendo intitulada como a “arte do cuidar” e deve agir como tal em momentos em que os cuidados servirão não mais para resolução de problemas, mas como medidas paliativas, a relevância deste trabalho está sustentada no pressuposto de que as ações de enfermagem são medidas prioritárias no atendimento a este tipo de paciente, e o estudo cientifico nesse campo é inerente ao aperfeiçoamento de novas práticas e rompimento de quaisquer obstáculos para efetividade do serviço prestado. **OBJETIVO**: Analisar quais são as dificuldades enfrentadas pela equipe de enfermagem frente ao cuidado paliativo-terminal, tal como seus embates éticos e bioéticos relatados em publicações cientificas que abordam este tema **DESCRIÇÃO METODOLÓGICA**: Para a realização desta pesquisa, foi desenvolvido um estudo de natureza bibliográfica, em cuja obtenção de material foram usadas as bases de dados eletrônicas da SciELO (ScientificElectronic Library Online), LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e do site da BVS (Biblioteca Virtual em Saúde). Na busca foram usados aleatoriamente associados os descritores “Paciente terminal”, “cuidados paliativos” e “dificuldades de enfermagem”. A base geral de estudos foi formada por 317 artigos, onde foram usados para critério de inclusão os seguintes parâmetros: ser publicado no Brasil, estar disponível em sua total integralidade e ter sido publicado entre 2007 e 2016, sendo excluídos artigos que não continham assuntos relevantes a temática abordada, que fugiam do corte temporal preconizado ou que não se encaixavam no contexto do tema, resultando, assim, numa amostra de 10 artigos que se encaixaram de forma coerente nos parâmetros estabelecidos. Para uma melhor compreensão do tema abordado, o conteúdo analisado foi dividido em três categorias. Na categoria 1, através de revisão bibliográfica de artigos publicados sobre o tema, foi elucidada a definição de paciente terminal. Na categoria 2, foram expostas as ações de enfermagem frente o paciente terminal. Por fim, a categoria 3 faz um análise das principais dificuldades enfrentadas pela equipe de enfermagem na prática dos cuidados paliativos. Para analisar quais são os pontos que mais são citados em artigos científicos, foi elaborado um quadro descritivo dessas dificuldades..**RESULTADOS:** Falar sobre a terminalidade da vida e todas as questões que a permeiam, mesmo na área médica, ainda é cercado de paradigmas. Aqueles que atuam na prática hospitalar (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas etc.) passam suas vidas acadêmicas e profissionais se empenhando no estudo do diagnóstico, tratamento e cura das doenças, e quando são confrontados com um prognóstico onde a cura já não é mais viável, se deparam com uma situação para a qual não foram devidamente preparados para enfrentar. De acordo com Moritz (2008), este estágio pode ser compreendido como uma fase onde a cura da patologia não é mais possível e o prognóstico irreversível é a morte. Os diagnósticos de estado terminal existem desde os tempos mais remotos, onde a assistência aos enfermos era praticada por religiosos, como forma de benevolência aos doentes, os chamados hospices. Embora não seja atual o conceito de paciente terminal, existe ainda muita dificuldade por parte dos profissionais de saúde quanto ao seu critério de uso. Através dessa pesquisa foi observado que os fatores que dificultam a assistência de enfermagem ao paciente terminal são diversos, porem os mais citados nas literaturas estão relacionados principalmente com a falta de conhecimento teórico e treinamento para essa demanda, tanto para profissionais já atuantes na área hospitalar, como para estudantes de nível superior e técnico, os conceitos que envolvem essa prática pouco são falados nas escolas de ensino em saúde. Os dogmas e conflitos bioéticos também se relacionam com a dificuldade encontrada nesse tipo de demanda. Os temores acerca das práticas de eutanásia, ortotanásia e distanásia, trazem dúvida a equipe de enfermagem no que diz respeito aos serviços que devem ser ofertados ao cliente terminal. Todas estas questões interferem para que seja ofertado um atendimento digno e de boa qualidade, como é preconizado pela OMS frente a casos que requerem cuidados paliativos terminais. **CONCLUSÃO:**É notável que a falta de preparo e de conhecimento dos profissionais da área da saúde sobre fatores importantes no tocante a esses cuidados tem gerado dificuldade no atendimento e criado paradigmas em relação ao assunto, entretanto, medidas simples podem ser tomadas para, ao longo do tempo, esses percalços sejam extintos. Como a educação continuada para profissionais atuantes e o incentivo do ensino superior e técnico em saúde sobre a perspectiva do paciente terminal e cuidados paliativos. Dentre todas as possíveis medidas a serem tomadas, o ensino dos cuidados paliativos e do processo natural de finitude da vida, deve ser ensinado de forma mais especifica nas universidades e escolas de ensino técnico, além da adoção de medidas que envolvam os profissionais de saúde atuantes, em projetos de educação continuada, que enfoquem esse tema, visto que a sua importância se dá pelo aumento contínuo da taxa de pacientes que necessitam de cuidados paliativos ao longo dos anos no Brasil e no mundo. **IMPLICAÇÕES PARA ENFERMAGEM: **A problemáticas que surgem ao se falar sobre os cuidados paliativos no fim da vida, nos levam a refletir sobre o quanto devemos ainda discutir acerca desse tema, pois definir cuidados paliativos, assim como rotular quais as ações de enfermagem nessa etapa final da vida, não são tarefas difíceis, porém existe muito a se debater esse assunto e suas recorrentes dificuldades, para que a enfermagem continue digna do seu emblemático rotulo como arte do cuidar. Desenvolver trabalhos educativos em enfermagem desenvolve a conscientização sobre o tema e acarreta uma atenção maior dos profissionais, dando apoio ao enfermo ate o fim da vida.
Referências: Araujo CA. Bibliometria: evolução histórica e questões atuais. Em Questão. 2006; 12(1), p. 11-32. Azevedo IC; Vale LD; Araújo MG; Cassiano AN; Silva HS; Cavalcante RD. Compartilhando saberes através da educação em saúde na escola: interfaces do estágio supervisionado em enfermagem. R. Enferm. Cent. O. Min. 2014; 4(1), p. 1048-56. Santiago LM; Rodrigues MTP; Oliveira Jr AD; Moreira TMM. Implantação do Programa Saúde na Escola em Fortaleza-CE: atuação de equipe da Estratégia Saúde da Família. Rev. Bras. Enferm. 2012; 65(6), p. 1026-9. |