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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 8253769

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8253769

INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO COMO ESTRATÉGIA NA IMPLANTAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM.

Autores:
Eliane de Fátima Almeida Lima ; Kelryanna Almeida Cruz Nunes ; Cândida Caniçali Primo ; Mirian Fioresi ; Jhonathan Lucas Araujo

Resumo:
Introdução: A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é um método capaz de organizar e planejar, através de ações sistematizadas, o exercício profissional do enfermeiro, seja em atividades gerenciais, de ensino ou de assistência ao paciente (1). O processo é um instrumento metodológico que orienta o cuidado profissional de enfermagem e a documentação da prática profissional (2). Para implantação do processo deve-se utilizar um suporte teórico uma taxonomia de enfermagem. No Brasil o referencial teórico das Necessidades Humanas Básicas (NHB) de Wanda de Aguiar Horta tem sido utilizado por várias instituições de saúde devido à ênfase proporcionada pelas universidades (3). Existem diversas taxonomias ou classificações de enfermagem, sendo as mais conhecidas, a Classificação de Diagnósticos de Enfermagem – North American Nursing Diagnoses Association (NANDA-I), Classificação de Intervenções de Enfermagem – Nursing Intervention Classification (NIC), Classificação de Resultados de Enfermagem – Nursing Outcomes Classification (NOC) e integrando diagnóstico, intervenção e resultado, a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®). No entanto, a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®) é a única taxonomia aprovada na Família de Classificações Internacionais da Organização Mundial de Saúde desde 2008, sendo a terminologia padronizada que representa a enfermagem em âmbito mundial (5). Objetivo: Descrever a implantação do processo de enfermagem por meio da integração ensino-serviço. Método: Foi realizada uma pesquisa-ação coordenada por um enfermeiro mestrando e membro da equipe da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) de um hospital universitário no Espírito Santo, Brasil. O local de estudo é considerado um hospital de grande porte, com atendimentos de alta complexidade vinculado ao Sistema Único de Saúde (SUS) e referência para várias especialidades, inclusive maternidade de alto risco e terapia intensiva neonatal. A UTIN oferece um serviço composto por 25 leitos, sendo 10 de UTIN, com internação de pacientes críticos, 10 de Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional (UCINCo) e 5 de Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru (UCINCa), voltados ao atendimento aos recém-nascidos prematuros e/ou que possuem alguma enfermidade, que nasceram na maternidade do próprio hospital, ou transferidos por outros hospitais. Esse serviço possui uma equipe multiprofissional composta por neonatologistas, pediatras, residentes em pediatria, residentes em neonatologia, enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem, psicóloga, fonoaudióloga, assistente social e terapeuta ocupacional, além dos estudantes da residência multiprofissional e de enfermagem. Participaram do estudo onze enfermeiros do serviço, o mestrando e a docente orientadora. Utilizou-se o referencial teórico de Horta e taxonomia da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem para organização do processo de enfermagem. A pesquisa aconteceu nos meses de janeiro a março de 2017. Este projeto seguiu os preceitos éticos, sendo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Espírito Santo sob CAAE nº. 57930016.0.0000.5060. Resultados: Participaram do estudo 11 enfermeiros com média de idade de 30,9 anos. Dentre esses, 10 eram do sexo feminino e um masculino. Quanto a formação profissional, uma enfermeira possuía mestrado e uma graduação, os demais cursaram especialização em neonatologia ou terapia intensiva. Foram realizados quatro encontros com duração de duas horas cada, com média de participação de sete enfermeiros por encontro. Nos seminários foram discutidos a legislação brasileira que norteia a execução do processo de enfermagem (Lei nº 7498/1986, Resolução COFEN nº 358/2009), explicitando o referencial teórico de Wanda de Aguiar Horta (HORTA, 1979) e como o conhecimento sobre tal influencia na tomada de decisões do enfermeiro. Foi discutida, exemplificada e demonstrada a aplicação da taxonomia da CIPE® no processo de enfermagem. Foram discutidos os diagnósticos de enfermagem utilizados em UTIN, com base na literatura, em estudos de casos elaborados pelo pesquisador a partir de NHB e na experiência clínica dos enfermeiros. Os diagnósticos foram incluídos no instrumento e seus respectivos indicadores clínicos ligados ao histórico de enfermagem. Debateu-se as intervenções de enfermagem adequadas para recém-nascidos em UTIN. A reflexão entre participantes e pesquisador evidenciou cuidados de enfermagem relacionados ao recém-nascido internado na UTIN, baseados na taxonomia da CIPE® e na literatura científica da área enfermagem neonatal. O produto emergente destes seminários foi uma lista de intervenções de enfermagem propostas para cada diagnóstico. Após essa discussão, o grupo trabalhou na reformulação dos instrumentos de histórico, diagnóstico e intervenções de enfermagem, contendo 36 diagnósticos e 160 intervenções de enfermagem validados por consenso pelos enfermeiros. Contribuições para a Enfermagem: A elaboração e validação em grupo, integrando ensino –serviço e de forma dialogada e participativa, foi capaz de tornar os instrumentos de coleta de dados, diagnósticos e intervenções de enfermagem representativos da realidade institucional e dar significado às informações contidas nos mesmos, encorajando os enfermeiros na execução do processo de enfermagem enquanto atividade que dá significado à profissão, autonomia e empoderamento. Cabe ressaltar que o enfermeiro enquanto líder da equipe precisa entender a importância da integração ensino-serviço, acreditar no potencial que essa integração tem de contribuir na educação permanente do pessoal de enfermagem como ferramenta potencializadora do planejamento em saúde. Ainda a integração ensino-serviço possibilita o uso de estratégias participativas de capacitação, que são facilitadoras dos processos educacionais e que resulta na construção de conhecimento profissional que é capaz de potencializar a força de trabalho.


Referências:
Coluci MZO, Alexandre NMC. Construção de instrumentos de medida na área da saúde. Revista Ciência e Saúde Coletiva. 2015; 20(3): 925-36. Benedet SA, Bub MBC. Manual de diagnóstico de enfermagem: uma abordagem baseada na teoria das necessidades humanas básicas e na classificação diagnóstica da NANDA. Florianópolis: Bernúncia; 2. ed. rev. e ampl. 2001. 209 p. Bulechek GM, Butcher HK, Dochterman J. Classificação das intervenções de enfermagem (NIC). 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2016. 640 p. Carvalho EC, Oliveira-Kumakura ARS, Morais SCRV. Raciocínio clínico em enfermagem: estratégias de ensino e instrumentos de avaliação. Rev. Bras. Enferm. 2017; 70(3): 690-96. Herdman, TH; Kamitsuru, S. Diagnósticos de Enfermagem da NANDA: definições e classificação 2015-2017/ [NANDA Internacional]. Porto Alegre: Artmed; 2015. 488 p.