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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 8233631

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8233631

LEVANTAMENTO DO PERFIL DE SAÚDE DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM: UMA ESTRATEGIA PARA MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA

Autores:
Felipa Rafaela Amadigi ; Juliana dos Santos ; Suzana dos Santos da Rosa ; Rosani Ramos Machado

Resumo:
Introdução: No âmbito institucional, a identificação do perfil de saúde dos acadêmicos é ação fundamental, pois possibilita aos gestores dos cursos de graduação a identificação das necessidades discentes. A identificação do perfil de saúde do aluno de enfermagem pode subsidiar a elaboração de políticas públicas que atendam as reais demandas, bem como a elaboração de ações e projetos voltados a melhoria da qualidade de vida da comunidade discente. O presente estudo é parte da pesquisa intitulada “Integração ensino- serviço: em discussão as políticas indutoras da reorientação em saúde”, realizada pelo PETGraduaSUS/Enfermagem/UFSC.  Objetivo: O presente estudo tem como objetivo a identificação do perfil de saúde dos acadêmicos do curso de Enfermagem de uma Universidade pública Federal. Nesse sentido, foram analisadas as variáveis: idade, sexo, índice de massa corpórea (IMC), tipo de alimentação, número de refeições diárias, horas diárias de sono, prática de atividade física, presença de doenças preexistentes, uso de preservativo nas relações sexuais, a ocorrência de infecções sexualmente transmissíveis, a prática de automedicação e uso de drogas (lícitas e ilícitas). Metodologia: Trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória. Os dados foram coletados por meio de questionário com questões abertas e fechadas entre os anos de 2017 e 2018. Participaram da pesquisa 177 alunos distribuídos do primeiro ao nono semestre do curso de graduação em enfermagem.  Os estudantes foram abordados em sala de aula e convidados a participar da pesquisa de forma voluntária, sendo antecipadamente esclarecidos sobre os objetivos da mesma. Foi disponibilizado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido em duas vias, sendo que uma ficou com o participante e a outra foi devolvida devidamente assinada junto com os questionários. Os dados foram tabulados e analisados estatisticamente com o auxílio do programa Microsoft Excel. A pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, inscrita sob o número CAAE: 65655716.3.0000.0121. Resultados: Ao analisar o perfil discente, foi possível identificar que 89,3% dos estudantes são do sexo feminino, confirmando uma tendência histórica na profissão.  Estudos apontam que o fato de ter maioria feminina, está relacionado a natureza do trabalho (ação de cuidado), concebida historicamente como feminina e produto das “qualidades naturais” das mulheres, que fornece atributos e coerência ao seu exercício no espaço formal das relações de trabalho na saúde(1). 71% apresentam IMC adequado, 19,2% apresentam sobrepeso, 4,8% obesidade e 4,8% baixo peso (segundo referenciais da Organização Mundial da Saúde). 49,7% não praticam nenhuma atividade física. No que diz respeito à alimentação, 79,4% consomem de 3 a 5 refeições diárias, 10,8% consomem apenas três refeições por dia, 9,7% consomem mais de cinco refeições diárias. A entrada na Universidade é uma etapa marcada por intensas mudanças na vida do estudante, representando, para muitos, o momento em que terá que responsabilizar-se por vários aspectos do seu dia a dia como: alimentação e hábitos de vida. Dessa forma, vários fatores podem influenciar o comportamento alimentar, resultando em práticas que podem gerar riscos à saúde (2). Ao alto percentual de alunos que não praticam atividade física, pode-se atribuir ao comportamento sedentário a falta de tempo, falta de motivação e de apoio social, além da distância entre os domicílios e espaços destinados a realização de exercícios (3). Em relação ao sono,  84,7% dormem menos de 7 horas por dia e 71,1% relataram que a quantidade diária de horas de sono não é o suficiente para o descanso. A falta de horas de sono é também um fator importante na saúde desses jovens, comprometendo a atenção, a memória, a capacidade de resolução de problemas e, principalmente, o desempenho acadêmico(4). Além de interferir no desenvolvimento educacional, na motivação, no interesse e na própria formação profissional (5). Ao buscar informações relacionadas à condição de saúde, identificou-se que 20,8% apresentam alguma doença preexistente (25% são asmáticos, 6% apresentam hipotireoidismo, 6% tem rinite). 96,7% referem que não fumam e 63,2% assumem fazer uso de álcool. Um dado que inspira atenção está relacionado ao fato de 40,3% dos respondentes assumirem que já utilizaram alguma droga ilícita (com predomínio de maconha, seguida pelo ecstasy e lança perfume). Sobre os hábitos de proteção nas relações sexuais, 57,6% utilizam preservativo em todas as relações sexuais, 22,7% apenas eventualmente e 18,4% não utilizam. Sobre as infecções sexualmente transmissíveis, 5,9% já tiveram alguma IST sendo a mais prevalente o HPV com 88.8%. Os acadêmicos relatam ainda que realizam automedicação (71,1%).  As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) segundo a World Health Organization (2011) tem como fatores de risco alguns dos aspectos apresentados neste estudo: vida sedentária, alimentação inadequada, consumo de tabaco e álcool, demonstrando que essa população está propensa ao aparecimento de DCNT no futuro. Considerações finais: Mesmo o curso de enfermagem pertencendo à área da saúde, e os estudantes trabalharem cotidianamente com temas relacionados ao bem estar físico e mental, percebe-se de modo geral a não adoção de hábitos de vida saudáveis. O conhecimento do perfil de saúde possibilitará a elaboração de ações que visam à promoção à saúde dos estudantes para melhor vivenciar o processo de formação profissional.  Contribuições/implicações para a Enfermagem: O estudo tem a importância e a preocupação de investigar as condições que interferem no bem estar e fatores associados à qualidade de vida dos acadêmicos do curso de graduação em enfermagem. Tem como potencial o desencadeamento de reflexão e possível mudança de hábito, o que, certamente refletirá na vida profissional.


Referências:
1 Araújo RMA, Almeida JAG. Aleitamento materno: o desafio de compreender a vivência. Rev Nutr. 2007; 20(4):431-8 2 BRASIL, MS. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Cadernos de Atenção Básica. Saúde da Criança. Aleitamento Materno e Alimentação Complementar. 2ª edição. Cadernos de Atenção Básica, no 23. Brasília.2015. 3 CARVALHAES, M.A.B.L; CORREA, C.R.H. Identificação de dificuldades no início do aleitamento materno mediante aplicação de protocolo. Jornal de Pediatria - Vol. 79, Nº1, 2003 Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/jped/v79n1/v79n1a05.pdf Acesso em: 10/05/2017 4 Herdman,TH. organizadora. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2015-2017. Porto Alegre: Artmed; 2015. 5 Docheterman, J. M. & Bulechek, G. M. Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC). (6ª ed.). Porto Alegre: Artmed; 2016.