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8205311 | PERFIL DE COMPETÊNCIAS NA FORMAÇÃO DE ENFERMEIROS GENERALISTAS | Autores: Leonara Raddai Gunther de Campos ; Marcela Jossani Ferreira Polo ; Luciana Portes de Souza Lima ; Mara Regina Rosa Ribeiro ; Juarez Coimbra Ormonde Júnior |
Resumo: **INTRODUÇÃO:** As competências em enfermagem foram inicialmente estabelecidas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Enfermagem em 2001. As diretrizes significaram um marco para a profissão, uma vez que possibilitaram aos cursos de graduação a adoção de currículos que atendessem às novas competências almejadas.1 Em 2010, foi divulgado um perfil de competências para a formação de enfermeiros generalistas, por docentes da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso,_ campus_ de Cuiabá. A elaboração desse perfil se deu em determinado contexto onde os docentes vislumbraram a necessidade de aproximação entre as competências descritas nas diretrizes com o projeto político pedagógico do curso, além disso, havia a necessidade de instituir uma prática interna de avaliação das competências. Em sua versão final constavam quatro competências: atenção à saúde, administração e gerenciamento, educação e produção do conhecimento. Além disso, foi elaborada uma lista de critérios de avaliação. Tais critérios são frases relacionadas ao desenvolvimento de determinada competência e compostas por verbos que indicam ações executáveis.2 Os critérios são, portanto, listas de desempenhos, que permitem operacionalizar os perfis de competência. O ponto de partida da pesquisa foi o referido perfil, elaborado por docentes e consensuado entre acadêmicos, gestores e preceptores. Atualmente, considera-se que a ausência de um perfil de competências apto a ser utilizado, é fator limitante à prática educativa, pois não conduz a uma formação alinhada aos objetivos, metas e preceitos atuais dos serviços de saúde e das instituições educativas3. Apesar dele expressar perspectivas sobre o processo formativo com base na experiência profissional, literatura especializada e evidências empíricas dos autores, o perfil não teve seu conteúdo validado por atores sociais importantes para o processo formativo. Nesse sentido, questiona-se: Qual é o perfil de competência para a formação de enfermeiros generalistas, na perspectiva de experts em educação em enfermagem do Brasil, docentes e acadêmicos de enfermagem? **Objetivo:** O estudo teve como objetivo validar o conteúdo de um perfil de competências para a formação de enfermeiros generalistas. **Método:** Trata-se de pesquisa descritiva, exploratória, quanti-quali, com emprego de técnica Delphi. Os participantes foram experts em educação em enfermagem do Brasil, docentes e acadêmicos de duas instituições de ensino superior no Mato Grosso. Os experts atenderam aos seguintes critérios de inclusão: ser enfermeiro com título de doutor em enfermagem, com experiência mínima de dois anos em docência na área e com produção científica – artigos ou livros sobre competências em periódicos nacionais e/ou internacionais. O levantamento dos participantes foi realizado pelo currículo Lattes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Docentes e acadêmicos também foram convidados a fazer parte da pesquisa, provenientes de duas faculdades de enfermagem, uma púbica e outra privada, a saber: Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso e da Universidade de Várzea Grande – Mato Grosso. Os docentes atenderam aos seguintes critérios de inclusão: ser enfermeiro, docente em graduação de enfermagem há pelo menos dois anos. Quanto aos acadêmicos, foram convidados aqueles que estavam no último ano do curso e regularmente matriculados nas instituições de ensino superior. A análise das respostas quantitativas do questionário, foi procedida mediante a utilização da estatística descritiva simples, para a avaliação da concordância, utilizou-se cálculo do Índice de Validade de Conteúdo, estabelecido previamente em =70% para a média da somatória das respostas da escala Likert. No que se refere ao olhar qualitativo, utilizou-se da análise de conteúdo, para embasar as modificações no perfil e para analisar a compreensão dos participantes sobre as áreas de atuação do enfermeiro. O estudo respeitou todas as exigências formais contidas nas normas nacionais e internacionais regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. O projeto foi aprovado com o número de parecer 1.436.962 em 03 de março de 2016. **Resultados:** O perfil foi validado junto a 26 experts em educação em enfermagem, para as quatro competências propostas: Atenção à Saúde (96,20%), Administração e Gerenciamento (92,30%), Educação (88,50%) e Produção de Conhecimento (96,20%). Com base nas sugestões e recomendações dos experts, foram realizadas alterações, gerando uma nova versão do perfil de competências que foi submetida à validação, concomitantemente, junto a docentes e acadêmicos que estavam cursando o 8º semestre e 9º semestre de dois cursos de graduação em enfermagem das instituições mencionadas. As competências foram validadas com os seguintes resultados: Atenção à Saúde (98,80%), Gestão em Saúde e Enfermagem (98,80%), Educação (97,60%) e Produção de Conhecimento (97,60%). Com base nas contribuições de docentes e acadêmicos, gerou-se a última versão do perfil. A análise qualitativa das sugestões ao final do trabalho buscou compreender quais elementos os participantes julgaram como necessários à formação dos enfermeiros generalistas. Depreende-se que o desenvolvimento da competência se dá ao longo de todo o curso de graduação, sendo contínua, e perpassa do âmbito acadêmico para o profissional. Também se considera que existem inúmeros conhecimentos, habilidades e atitudes que são apreendidos e desenvolvidos concomitantemente e não de forma isolada. A formação, nesse sentido, não pode ser compreendida como sendo fragmentada e descontextualizada da realidade. A busca pela formação crítica, reflexiva, humanista e pautada em princípios éticos, que atenda às necessidades atuais em saúde e em enfermagem, implica em entender o processo formativo como sendo de ordem complexa ao envolver múltiplos atores sociais, exigindo empenho, compromisso e dedicação de todos os envolvidos. Nesse sentido, acredita-se que a participação efetiva de professores, gestores, acadêmicos, profissionais e membros da comunidade é importante para a elaboração de currículos mais democráticos e participativos.4 **Conclusão:** O grau de concordância favorável demonstra o reconhecimento do perfil como representativo das competências para formação do enfermeiro generalista. A validação realizada junto a experts, acadêmicos e docentes denota que o perfil contempla as competências essenciais a serem desenvolvidas no processo de formação do enfermeiro. **Contribuições/implicações para a Enfermagem**: Os resultados aqui apresentados podem contribuir no sentido de oferecer subsídios aos processos de construção e validação de perfis de competências, assim como, constitui-se em ponto de partida para novas pesquisas acerca dos conhecimentos, habilidades e atitudes necessários ao profissional enfermeiro.
Referências: Brasil, Ministério da Saúde/ Anvisa/ Fiocruz. Protocolo de Prevenção de Quedas. Protocolo integrante do Programa Nacional de Segurança do Paciente: Brasília, 2013
UERJ, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, HUPE. POP CIC Nº 01: Prevenção do Risco de Queda, 201 |