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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 8051919

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8051919

PRÉ-NATAL DA GESTANTE DE RISCO HABITUAL: POTENCIALIDADES E FRAGILIDADES NA CONSULTA

Autores:
Andressa Arraes Silva ; Mara Julyete Arraes Jardim ; Lena Maria Barros Fonseca

Resumo:
**INTRODUÇÃO: **A assistência pré-natal de risco habitual é caracterizada pelo atendimento à gestação que não apresenta fatores de risco individual, sociodemográficos e relacionados à história obstétrica anterior, doença ou agravo que possam interferir negativamente na evolução da gravidez, podendo ser realizado tanto por médicos quanto por enfermeiros nas Unidades Básicas de Saúde (UBS)1. A consulta, que é parte integrante da assistência pré-natal deve ser desenvolvida mediante condutas que busquem favorecer a qualidade de vida da mulher e do seu concepto durante a gestação. Essa assistência caracteriza-se em um cuidado preventivo que abrange desde a concepção até o início do trabalho de parto. Os principais objetivos são: identificar, tratar e controlar doenças, prevenir complicações ao longo do período gestacional até o nascimento do bebê, assegurar boa saúde materna assim como promover desenvolvimento fetal sadio, reduzir os índices de morbimortalidade materna e neonatal, além de orientar o pai e a mãe a exercerem a paternidade de maneira mais segura2.  Visando garantir uma assistência que atenda todas as necessidades da mulher, desde a gestação até o parto, é necessário que os cuidados sejam mediados por uma equipe de saúde constituída por profissionais que tenham atitudes humanizadas e que sejam conscientes do papel que desempenham. Nessa perspectiva, é preciso que essa assistência, de modo especial a consulta pré-natal seja avaliada constantemente e que os resultados sejam discutidos a fim de garantir possíveis melhorias. **OBJETIVO:** Conhecer as potencialidades e fragilidades na operacionalização da consulta pré-natal às gestantes de risco habitual. **DESCRIÇÃO METODOLÓGICA:** Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa, realizada na cidade de São Luís – Maranhão, no período de julho a setembro de 2017. Participaram desta pesquisa, 20 gestantes com idade gestacional mínima de 30 semanas, de qualquer idade, que tivessem realizado no mínimo 2 consultas de pré-natal com o mesmo profissional das unidades de saúde do distrito sanitário Itaqui Bacanga. Como para coleta de dados foi utilizado uma entrevista semiestruturada, cujo instrumento continha questões objetivas referentes aos dados sociodemográfico, econômico e obstétrico e questões subjetivas referentes às percepções das gestantes sobre as consultas de pré-natal. Os resultados obtidos foram organizados em categorias de acordo a Análise de Conteúdo mais precisamente a Análise Temática e analisada com base nos parâmetros de adequação da assistência pré-natal, preconizados pelo Ministério da Saúde (MS), no Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento e Rede Cegonha. A pesquisa ocorreu após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Maranhão, sob o parecer número 1.999.550. **RESULTADOS:** A maioria das gestantes: encontrava-se na faixa etária de 26 a 35 anos e se autodeclarou parda; vive em união estável e tem renda de um a dois salários mínimos vigentes. A maior parte relatou ter concluído o ensino médio e estava na sua primeira gestação. A partir da análise das falas emitidas pelas gestantes, foi possível abstrair duas categorias temáticas a respeito da assistência pré-natal, com foco nas potencialidades e fragilidades encontradas na operacionalização da consulta. Na primeira categoria, _As Potencialidades que Humanizam a Assistência Pré-natal_, percebeu-se que o bom atendimento dos profissionais configurou-se como potencialidade para o relacionamento interpessoal entre usuária e profissional de saúde_,_ expressa pela escuta ativa da mulher e de seus acompanhantes durante a consulta pré-natal, o esclarecimento de dúvidas e a informação quanto às condutas a serem adotadas no atendimento. Estes aspectos consistiram em potencialidades que devem ser disponibilizadas pelos serviços de saúde para garantia da conformidade da atenção pré-natal3. Algumas gestantes relataram ter escolhido a UBS para realizarem seu pré-natal devido à facilidade na marcação das consultas. Toda gestante deve ser atendida em sua área de abrangência e as equipes de saúde são responsáveis por assegurar o acesso e a continuidade do atendimento pré- natal de todas elas4. As gestantes que usufruíram das atividades de grupos consideraram fundamental por se tratar de uma oportunidade real para discutir vários assuntos que não foram abordados pelo profissional durante a consulta. Destacaram que a enfermeira possui importante participação no esclarecimento de todos os que envolve o processo da gravidez, parto e puerpério. As gestantes enfatizaram em suas falas que as orientações feitas pelas profissionais de saúde basearam-se principalmente em temas como a alimentação ideal durante a gravidez, amamentação, sinais de trabalho de parto, suplementação de ácido fólico e sulfato ferroso e exames de rotina, o que considerou-se como potencialidades da consulta. Na segunda categoria, _As fragilidades encontradas na trajetória_, constatou-se que há diversas fragilidades no consulta pré-natal, tais como, a falta de organização das UBS para a assistência pré-natal, falta de consultório específico de enfermagem para atender as gestantes e o tempo prolongado de espera para início das consultas, a não garantia e a dificuldade para a realização dos exames complementares, estrutura física insatisfatória e a falta de medicamentos essenciais, equipamentos e materiais mínimos para dar suporte as consultas, em quantidade e qualidade insuficiente, como o sonar dopler, fita métrica, balança para pesagem. É consensual que humanizar a assistência consiste em oferecer atendimento de qualidade, proporcionando assim articulação entre os avanços tecnológicos com o acolhimento, com a melhoria dos ambientes de cuidados e das condições de trabalho dos profissionais de saúde, e com o quantitativo suficiente de profissionais para atender a demanda nas UBS4. Portanto, quando há condições de trabalho insatisfatórias, há também dificuldade para a operacionalização de um cuidado humanizado. **CONCLUSÃO:** Considerando as potencialidades e as fragilidades na operacionalização do pré- natal evidenciadas nas falas das gestantes, o estudo concluiu que as unidades de saúde do distrito sanitário em estudo, apresentam deficiências em muitos aspectos que concerne aos parâmetros de adequação do pré-natal preconizados pelo MS, uma vez que as fragilidades apontadas pelas gestantes sobressaíram-se às potencialidades, levando a insatisfação das usuárias e consequentemente uma assistencia pré-natal não qualificada. **CONTRIBUIÇÕES PARA A ENFERMAGEM: **Este estudo poderá contribuir para a melhoria da operacionalização da assistência pré-natal na Atenção Básica de Saúde, bem como implementar as práticas dos profissionais, como a realização da consulta, realização das atividades educativas, visando uma assistência de qualidade à gestante, diminuindo assim os índices de morbimortalidade materna e neonatal na cidade de São Luís.


Referências:
1 Raman S, Noronha JA, Michael JC, Madhavan G, Ramasubramaniam S, Vijayalaksmi, et al. Undergraduate Arab Nursing Students Simulation Training (SST) Using Maternity Simulaids: An overview of obstetric skill performance assessment by OSCE, Skill Competency and Student Satisfaction. Int J Nurs Educ. 2011; 3 (2): 96-101. 2 Miranda RPR, Chaves ECL, Lima RS, Braga CG, Simões IAR, Fava SMCL, et al. The effectiveness of a simulated scenario to teach nursing students how to perform a bed bath: A randomized clinical trial. Nurse Educ Today. 2017; 57: 17-23. 3 Hemingway S, Sthephenson J, Roberts B, McCann T. Mental health and learning disability nursing students’ perceptions of the usefulness of the objective structured clinical examination to assess their competence in medicine administration. Int J Ment Health Nurs. 2014; 23: 364-373. 4 Zhu X, Yang L, Lin P, Lu G, Xiao N, Yang S, et al. Assessing Nursing Students’ Clinical Competencies Using a Problem-Focused Objective Structured Clinical Examination. West J Nurs Res. 2017; 39 (3): 388-399. 5 Selim AA, Ramadan FH, El-Gueneidy MM, Gaafer MM. Using Objective Structured Clinical Examination (OSCE) in undergraduate psychiatric nursing education: Is it reliable and valid? Nurse Educ Today. 2012; 32: 283-288.