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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 8034348

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8034348

PERCEPÇÃO DE INDIVÍDUOS SOROPOSITIVOS ACERCA DA REVELAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE HIV NA ADOLESCÊNCIA

Autores:
Maria Teresa Colão Gonçalves ; Gabriela Porto Salles de Assis ; Renata Ribeiro Pereira Soares ; Helena Ferraz Gomes ; Inez Silva de Almeida

Resumo:
PERCEPÇÃO DE INDIVÍDUOS SOROPOSITIVOS ACERCA DA REVELAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE HIV NA ADOLESCÊNCIA _Inez Silva de Almeida1_ Gabriela Porto Salles de Assis2 Helena Ferraz Gomes3 Maria Teresa Colão Gonçalves4 Renata Ribeiro Pereira Soares5 INTRODUÇÃO: Trata-se de um estudo cujo objeto é a percepção da revelação diagnóstica da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) na adolescência. A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), constituída de diversas apresentações clínicas de acordo com suas fases, leva a um comprometimento importante do sistema imunológico que pode levar infecções oportunistas e inclusive à morte. A Aids é considerada um dos grandes problemas de saúde pública devido ao caráter pandêmico e de gravidade da doença¹. Os dados epidemiológicos emitidos no ano de 2015 demonstraram que houve um aumento significativo da doença na população jovem (15 a 24 anos). Entre os homens de 15 a 19 anos a taxa de detecção mais que triplicou, e entre os jovens de 20 a 24 anos a taxa quase que dobrou nos últimos dez anos. Nesse sentido, observa - se a necessidade de uma intensificação nas ações de educação em saúde². Comunicar o diagnóstico ao adolescente é um processo que deve ser realizado de forma individualizada, levando em consideração as particularidades de cada indivíduo, como: contexto social, doméstico, sexo e faixa etária, e a participação dos pais e/ou, juntamente com os profissionais de saúde³. É fato que comunicar e receber o diagnóstico de qualquer doença traz consigo inúmeras inquietações, principalmente quando se trata de uma doença temida e associada à morte, preconceitos e discriminação como a Aids. Por esse motivo, os familiares e até mesmo os próprios profissionais de saúde relutam em revelar ao adolescente a sua real condição de saúde, o que traz uma realidade preocupante, por influenciar diretamente na aceitação do diagnóstico, na adesão terapêutica e consequentemente em seu prognóstico4. Percebeu-se a necessidade de abordar mais profundamente a temática: “Como foi a revelação do diagnóstico de AIDS na adolescência”. Neste sentido emergiu como questão norteadora: Como foi para você a revelação do diagnóstico da Aids em sua adolescência? OBJETIVO: Compreender como o indivíduo se sentiu ao descobrir ser portador da Aids nesta faixa etária. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: Este é um estudo exploratório de natureza qualitativa, com abordagem descritiva, realizado em um ambulatório especializado em saúde do adolescente, o qual atende adolescentes e especificamente jovens soropositivos. A fase de campo foi realizada no período de junho a agosto de 2017. A coleta de dados foi desenvolvida através de entrevistas semiestruturadas. Participaram do estudo 14 adolescentes, os mesmos foram explicados acerca dos objetivos da pesquisa, assinaram o Termo Livre Esclarecido, àqueles com idade acima de 18 anos, e Termo de assentimento, indivíduos com menos de 17 anos, bem como o termo de consentimento para seus respectivos responsáveis. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos com parecer consubstanciado n° 1.983.914, sendo os aspectos éticos respeitados em todas as etapas da pesquisa, como previsto na resolução 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde. Para a análise dos dados, utilizou-se o método de análise de conteúdo de Bardin5. RESULTADOS: Participaram da pesquisa 14 indivíduos com idade entre 16 e 24 anos, dos quais seis eram do sexo feminino e oito do sexo masculino. Destes, sete foram infectados de forma vertical, três de forma sexual e quatro não definidos; a idade da descoberta do diagnóstico variou entre 12 e 18 anos. Quanto à escolaridade, seis tinham Ensino Fundamental completo, seis Ensino Médio completo e dois possuíam Ensino Superior incompleto. Em relação à religião, quatro participantes declararam ser evangélicos, um cristão, um católico, um do candomblé e sete revelaram não pertencer a qualquer religião. A partir da análise de dados das entrevistas realizadas, emergiu uma categoria: “Conviver com o medo do preconceito”. Em sua maioria, os entrevistados relataram que, mesmo com o passar dos anos, poucas vezes revelaram a terceiros sua condição, e que somente seus familiares o sabiam e/ou souberam, assim como amigos mais chegados e relacionamentos afetivos mais consistentes.  Poucos revelaram não contar a ninguém sobre sua condição, nem mesmo aos parceiros e/ou namorados. Relataram que possuem receio de sofrer preconceitos, e que as pessoas não entendem a doença e, ainda, que estas possuem informações errôneas de como contrair a doença e que caso o soubessem, seriam discriminados e isolados. CONCLUSÃO: A partir desse estudo, foi possível compreender como o indivíduo se sentiu diante da revelação da Aids na adolescência. Devido a ser uma doença estigmatizante e que traz preconceitos gera medo de sua revelação. Torna-se necessário que esse momento seja acompanhado por profissionais preparados para lidar com esse tipo de situação, com habilidade técnica e dispostos a desenvolverem uma escuta atentiva. A revelação do diagnóstico de Aids demanda tempo, preparo, paciência, cuidado e estará diretamente ligada à tomada de decisão com relação à adesão ao tratamento. É um trabalho cuidadoso e implicará diversas situações vivenciadas pelos indivíduos. IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: É imprescindível que haja uma reorganização dos serviços que prestam atendimento a esses indivíduos, que os profissionais sejam orientados, que possuam conhecimento do assunto, para não somente informarem o diagnóstico como também serem capazes de acompanhá-los em todas as suas demandas, encorajando-os a enfrentarem seus medos e dificuldades, promovendo autonomia e sua inserção social. REFERÊNCIAS: 1. Ministério da Saúde (Br). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso_. _Brasília (DF); 2010. 2. Ministério da Saúde (Br). UNAIDS. Estatísticas. Resumo Global da Epidemia de Aids. Brasília (DF); 2016. Disponível em . Acesso em 10 de novembro de 2017. 3. Ministério da saúde (Br). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de ações programáticas estratégicas. Orientações básicas de atenção integral à saúde de adolescentes nas escolas e unidades básicas de saúde_._ Brasília (DF); 2013. 4 Brum Crhis Netto de, Paula Cristiane Cardoso de, Padoin Stela Maris de Mello, Zuge Samuel Spiegelberg. Experience of diagnosis disclosure for teenagers with HIV. Texto contexto - enferm. [Internet]. 2016  [cited  2018  Feb  26] ;  25( 4 ): e17610015. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid;=S0104-07072016000400317&lng;=en. Epub Dec 12, 2016.  http://dx.doi.org/10.1590/0104-07072016001760015. 5. Santos FM. Análise de Conteúdo: a visão de Laurence Bardin. Revista Eletrônica de Educaçã_o_, 2012; 6(1):383-386. DESCRITORES: Revelação; Adolescente; HIV. **TEMA 3: Processo de Enfermagem: referenciais teórico-metodológicos, raciocínio clínico e sistemas de linguagem padronizada.** 1Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora Adjunta do Departamento de Fundamentos de Enfermagem (DFEN) da Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). E-mail: inezalmeida2016@gmail.com 2Enfermeira. Pós-graduanda em Enfermagem em Saúde do Adolescente na modalidade Residência no Hospital Universitário Pedro Ernesto/Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Pós-graduanda em Enfermagem. Email: salles.gabriela@hotmail.com 3Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Doutoranda em Enfermagem. Professora Assistente do Departamento Médico Cirúrgico (DEMC) da Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: helenafg1@yahoo.com.br 4Enfermeira. Pós-graduada em Metodologia de Ensino Superior pela UERJ. E-mail: teresaenfa@hotmail.com 5Enfermeira. Pós-graduanda em Enfermagem em Saúde do Adolescente na modalidade Residência no Hospital Universitário Pedro Ernesto/Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Pós-graduanda em Enfermagem Clínica pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Email: [renata.ribeiros@hotmail.com](mailto:renata.ribeiros@hotmail.com)


Referências:
1. Chianca TCM et al. Prevalência de quedas em idosos cadastrados em um centro de saúde de Belo Horizonte-MG. Rev Bras Enferm. Brasília. 66 (2): 234-40. 2013. 2. Clares JWB, Freitas MC, Borges C. L. Fatores sociais e clínicos que causam limitações da mobilidade de idosos. Ciênc Saúde Colet. Fortaleza. 27(3): 237-42. 2014. 3. Lojudice DC. Queda de idosos institucionalizados: ocorrências e fatores associados[Dissertação]. Ribeirao Preto (SP): Universidade de São Paulo; 2005. 4. Vitor AF, Lopes MVO, Araújo TL. Diagnóstico de enfermagem risco de quedas em pacientes com angina instável. Rev Rene. Fortaleza. V. 11, n, 1, p. 105-113. 2010. 5. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2012-2014/ NANDA Internacional; tradução Regina Machado Garcez. - Porto Alegre: Artmed, 2010.