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8034348 | PERCEPÇÃO DE INDIVÍDUOS SOROPOSITIVOS ACERCA DA REVELAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE HIV NA ADOLESCÊNCIA | Autores: Maria Teresa Colão Gonçalves ; Gabriela Porto Salles de Assis ; Renata Ribeiro Pereira Soares ; Helena Ferraz Gomes ; Inez Silva de Almeida |
Resumo: PERCEPÇÃO DE INDIVÍDUOS SOROPOSITIVOS ACERCA DA REVELAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE
HIV NA ADOLESCÊNCIA
_Inez Silva de Almeida1_
Gabriela Porto Salles de Assis2
Helena Ferraz Gomes3
Maria Teresa Colão Gonçalves4
Renata Ribeiro Pereira Soares5
INTRODUÇÃO: Trata-se de um estudo cujo objeto é a percepção da revelação
diagnóstica da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) na adolescência.
A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), constituída de
diversas apresentações clínicas de acordo com suas fases, leva a um
comprometimento importante do sistema imunológico que pode levar infecções
oportunistas e inclusive à morte. A Aids é considerada um dos grandes
problemas de saúde pública devido ao caráter pandêmico e de gravidade da
doença¹. Os dados epidemiológicos emitidos no ano de 2015 demonstraram que
houve um aumento significativo da doença na população jovem (15 a 24 anos).
Entre os homens de 15 a 19 anos a taxa de detecção mais que triplicou, e entre
os jovens de 20 a 24 anos a taxa quase que dobrou nos últimos dez anos. Nesse
sentido, observa - se a necessidade de uma intensificação nas ações de
educação em saúde². Comunicar o diagnóstico ao adolescente é um processo que
deve ser realizado de forma individualizada, levando em consideração as
particularidades de cada indivíduo, como: contexto social, doméstico, sexo e
faixa etária, e a participação dos pais e/ou, juntamente com os profissionais
de saúde³. É fato que comunicar e receber o diagnóstico de qualquer doença
traz consigo inúmeras inquietações, principalmente quando se trata de uma
doença temida e associada à morte, preconceitos e discriminação como a Aids.
Por esse motivo, os familiares e até mesmo os próprios profissionais de saúde
relutam em revelar ao adolescente a sua real condição de saúde, o que traz uma
realidade preocupante, por influenciar diretamente na aceitação do
diagnóstico, na adesão terapêutica e consequentemente em seu prognóstico4.
Percebeu-se a necessidade de abordar mais profundamente a temática: “Como foi
a revelação do diagnóstico de AIDS na adolescência”. Neste sentido emergiu
como questão norteadora: Como foi para você a revelação do diagnóstico da Aids
em sua adolescência? OBJETIVO: Compreender como o indivíduo se sentiu ao
descobrir ser portador da Aids nesta faixa etária. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA:
Este é um estudo exploratório de natureza qualitativa, com abordagem
descritiva, realizado em um ambulatório especializado em saúde do adolescente,
o qual atende adolescentes e especificamente jovens soropositivos. A fase de
campo foi realizada no período de junho a agosto de 2017. A coleta de dados
foi desenvolvida através de entrevistas semiestruturadas. Participaram do
estudo 14 adolescentes, os mesmos foram explicados acerca dos objetivos da
pesquisa, assinaram o Termo Livre Esclarecido, àqueles com idade acima de 18
anos, e Termo de assentimento, indivíduos com menos de 17 anos, bem como o
termo de consentimento para seus respectivos responsáveis. O presente estudo
foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos com parecer
consubstanciado n° 1.983.914, sendo os aspectos éticos respeitados em todas as
etapas da pesquisa, como previsto na resolução 466/2012, do Conselho Nacional
de Saúde. Para a análise dos dados, utilizou-se o método de análise de
conteúdo de Bardin5. RESULTADOS: Participaram da pesquisa 14 indivíduos com
idade entre 16 e 24 anos, dos quais seis eram do sexo feminino e oito do sexo
masculino. Destes, sete foram infectados de forma vertical, três de forma
sexual e quatro não definidos; a idade da descoberta do diagnóstico variou
entre 12 e 18 anos. Quanto à escolaridade, seis tinham Ensino Fundamental
completo, seis Ensino Médio completo e dois possuíam Ensino Superior
incompleto. Em relação à religião, quatro participantes declararam ser
evangélicos, um cristão, um católico, um do candomblé e sete revelaram não
pertencer a qualquer religião. A partir da análise de dados das entrevistas
realizadas, emergiu uma categoria: “Conviver com o medo do preconceito”. Em
sua maioria, os entrevistados relataram que, mesmo com o passar dos anos,
poucas vezes revelaram a terceiros sua condição, e que somente seus familiares
o sabiam e/ou souberam, assim como amigos mais chegados e relacionamentos
afetivos mais consistentes. Poucos revelaram não contar a ninguém sobre sua
condição, nem mesmo aos parceiros e/ou namorados. Relataram que possuem receio
de sofrer preconceitos, e que as pessoas não entendem a doença e, ainda, que
estas possuem informações errôneas de como contrair a doença e que caso o
soubessem, seriam discriminados e isolados. CONCLUSÃO: A partir desse estudo,
foi possível compreender como o indivíduo se sentiu diante da revelação da
Aids na adolescência. Devido a ser uma doença estigmatizante e que traz
preconceitos gera medo de sua revelação. Torna-se necessário que esse momento
seja acompanhado por profissionais preparados para lidar com esse tipo de
situação, com habilidade técnica e dispostos a desenvolverem uma escuta
atentiva. A revelação do diagnóstico de Aids demanda tempo, preparo,
paciência, cuidado e estará diretamente ligada à tomada de decisão com relação
à adesão ao tratamento. É um trabalho cuidadoso e implicará diversas situações
vivenciadas pelos indivíduos. IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: É imprescindível
que haja uma reorganização dos serviços que prestam atendimento a esses
indivíduos, que os profissionais sejam orientados, que possuam conhecimento do
assunto, para não somente informarem o diagnóstico como também serem capazes
de acompanhá-los em todas as suas demandas, encorajando-os a enfrentarem seus
medos e dificuldades, promovendo autonomia e sua inserção social. REFERÊNCIAS:
1. Ministério da Saúde (Br). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento
de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de
bolso_. _Brasília (DF); 2010. 2. Ministério da Saúde (Br). UNAIDS.
Estatísticas. Resumo Global da Epidemia de Aids. Brasília (DF); 2016.
Disponível em . Acesso em 10 de novembro
de 2017. 3. Ministério da saúde (Br). Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de ações programáticas estratégicas. Orientações básicas de
atenção integral à saúde de adolescentes nas escolas e unidades básicas de
saúde_._ Brasília (DF); 2013. 4 Brum Crhis Netto de, Paula Cristiane Cardoso
de, Padoin Stela Maris de Mello, Zuge Samuel Spiegelberg. Experience of
diagnosis disclosure for teenagers with HIV. Texto contexto - enferm.
[Internet]. 2016 [cited 2018 Feb 26] ; 25( 4 ): e17610015. Available
from:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid;=S0104-07072016000400317&lng;=en.
Epub Dec 12, 2016. http://dx.doi.org/10.1590/0104-07072016001760015. 5.
Santos FM. Análise de Conteúdo: a visão de Laurence Bardin. Revista Eletrônica
de Educaçã_o_, 2012; 6(1):383-386. DESCRITORES: Revelação; Adolescente; HIV.
**TEMA 3: Processo de Enfermagem: referenciais teórico-metodológicos,
raciocínio clínico e sistemas de linguagem padronizada.**
1Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora Adjunta do Departamento de
Fundamentos de Enfermagem (DFEN) da Faculdade de Enfermagem da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (UERJ). E-mail: inezalmeida2016@gmail.com
2Enfermeira. Pós-graduanda em Enfermagem em Saúde do Adolescente na modalidade
Residência no Hospital Universitário Pedro Ernesto/Universidade do Estado do
Rio de Janeiro. Pós-graduanda em Enfermagem. Email:
salles.gabriela@hotmail.com
3Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Doutoranda em Enfermagem. Professora
Assistente do Departamento Médico Cirúrgico (DEMC) da Faculdade de Enfermagem
da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: helenafg1@yahoo.com.br
4Enfermeira. Pós-graduada em Metodologia de Ensino Superior pela UERJ. E-mail:
teresaenfa@hotmail.com
5Enfermeira. Pós-graduanda em Enfermagem em Saúde do Adolescente na modalidade
Residência no Hospital Universitário Pedro Ernesto/Universidade do Estado do
Rio de Janeiro. Pós-graduanda em Enfermagem Clínica pela Universidade do
Estado do Rio de Janeiro. Email:
[renata.ribeiros@hotmail.com](mailto:renata.ribeiros@hotmail.com)
Referências: 1. Chianca TCM et al. Prevalência de quedas em idosos cadastrados em um centro de saúde de Belo Horizonte-MG. Rev Bras Enferm. Brasília. 66 (2): 234-40. 2013.
2. Clares JWB, Freitas MC, Borges C. L. Fatores sociais e clínicos que causam limitações da mobilidade de idosos. Ciênc Saúde Colet. Fortaleza. 27(3): 237-42. 2014.
3. Lojudice DC. Queda de idosos institucionalizados: ocorrências e fatores associados[Dissertação]. Ribeirao Preto (SP): Universidade de São Paulo; 2005.
4. Vitor AF, Lopes MVO, Araújo TL. Diagnóstico de enfermagem risco de quedas em pacientes com angina instável. Rev Rene. Fortaleza. V. 11, n, 1, p. 105-113. 2010.
5. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2012-2014/ NANDA Internacional; tradução Regina Machado Garcez. - Porto Alegre: Artmed, 2010. |