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8007199 | SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: REALIDADE E CONTRIBUIÇÕES DOS ENFERMEIROS PARA ATENÇÃO BÁSICA | Autores: Regina Coeli Nascimento de Souza |
Resumo: A enfermagem, por se tratar de uma profissão dinâmica, precisa de uma
metodologia que seja capaz de refletir tal dinamismo. O processo de enfermagem
é uma metodologia de trabalho bastante conhecida e aceita no mundo, tendo em
vista que facilita a troca de informações entre enfermeiros de várias
instituições. A aplicação deste processo proporciona ao enfermeiro uma
prestação de cuidados individualizados, voltados para as necessidades humanas
básicas, além de ser aplicado à assistência, pode ajudar nas tomadas de
decisão em diversas situações vividas pelo enfermeiro no papel de gerente da
equipe de enfermagem (Andrade & Vieira, 2005). A Classificação Internacional
para as Práticas de Enfermagem (CIPE®) é uma terminologia padronizada, ampla e
complexa, que representa o domínio da prática de enfermagem no âmbito mundial.
É considerada, também, uma tecnologia de informação que proporciona a coleta
de dados, o armazenamento e a análise de dados de enfermagem em uma variedade
de cenários, linguagens e regiões geográficas, no âmbito mundial, contribuindo
para que a prática dos profissionais da enfermagem seja eficaz e, sobretudo,
se torne visível no conjunto de dados sobre saúde e reconhecida pela sociedade
(Garcia, 2017). Este estudo tem potencial para fornecer subsídios a fim de
revisitar a realidade local de implantação de um sistema operacional, que
simultaneamente descreve, valida, quantifica e qualifica as práticas de
enfermagem em saúde coletiva realizadas no âmbito extra internação, para tal,
recorrendo-se aos achados da CIPESC (Classificação Internacional das Práticas
em Enfermagem na saúde Coletiva), que no primeiro momento foi implantado e
implementado em Curitiba/PR. A escolha do modelo do município de Curitiba se
justifica pelo seu pioneirismo na implantação dos resultados do projeto
CIPESC, como base para a consulta de enfermagem no prontuário eletrônico nas
unidades do município de Curitiba. Assim, como a vivência exitosa no município
de Curitiba, acredita-se que em Belém, também seja viável a utilização da SAE
nos modelos adotados naquele município, considerando a realidade local em
todos os seus aspectos, principalmente no que se tange ao regionalismo
amazônico. Neste sentido, a formação continuada dos enfermeiros para
utilização da SAE, garantiria a visibilidade e a valorização profissional,
permitindo ao enfermeiro planejar suas ações de acordo com a realidade dos
usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), em todos os espaços de atuação,
levando em consideração a diversidade do contexto amazônico, que será o
cenário pretendido para a pesquisa. O objetivo geral** é **analisar a
realidade e contribuições dos enfermeiros para a utilização da Sistematização
da Assistência de Enfermagem – SAE, na Atenção Básica no município de Belém.
Objetivos específicos: Identificar como o enfermeiro contribui para a
utilização da Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE, na Atenção
Básica no município de Belém. Reconhecer as fases da SAE utilizadas pelo
enfermeiro da Atenção Básica no município de Belém. Caracterizar a prática dos
enfermeiros da Atenção Básica do município de Belém em relação à Resolução
COFEN 358/2009. Verificar o domínio dos enfermeiros da Atenção Básica do
município de Belém, sobre a proposta da ABEn em padronizar uma linguagem única
para SAE na Atenção Básica. O método do estudo foi descritivo exploratório com
abordagem quantitativa fundamentada em uma revisão de literatura. Os
participantes do estudo foram 30 profissionais enfermeiros que atuam na
assistência em atenção básica no município de Belém nas seguintes unidades:
Jurunas, Condor, Cremação, Guamá, Tavares Bastos, Paraíso dos Pássaros,
Sacramenta, Pratinha, Vila da Barca e Telégrafo. Os dados coletados através de
questionário semi-estruturado foram analisados a partir da Resolução COFEN
358/2009. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa na
Plataforma Brasil sob o parecer número 2.388.494. Os resultados emergiram
quanto à utilização da SAE na atenção básica com percentual de resposta de
50%, o que demonstra que pelo menos metade dos enfermeiros utiliza a SAE. A
concordância na utilização da SAE na APS entre os enfermeiros pesquisados foi
de 96,66%, essa resposta nos deixa extremamente satisfeita, pois, as
perspectivas dos enfermeiros pesquisados em assumir o modelo assistencial
próprio da enfermagem tornam-se evidentes. Há predominância de 100%, ou seja,
todos os enfermeiros pesquisados acham importante a prática de educação
permanente sobre a SAE, e a evidência de73,33% com relação a dificuldades em
diversos âmbitos na utilização da SAE na prática assistencial.Sobre o
conhecimento da resolução COFEN 358/2009, 66,66% responderam que conhecem, e
33,33% desconhecem. O conhecimento e participação dos enfermeiros sobre o SI-
ABEn e eventos sobre diagnóstico de Enfermagem, destacaram-se pelos
percentuais de 96,66% e 83,33% respectivamente, pelo não conhecimento e pouca
participação. Conclui-se que os aspectos analisados demonstram a fragilidade
na aplicação da sistematização da assistência de enfermagem, que é um dos
meios que o enfermeiro dispõe para aplicar seus conhecimentos técnico-
científicos na assistência ao paciente e caracterizar sua prática
profissional, colaborando na definição do seu real papel. Portanto, é possível
referir que, mediante a SAE, a enfermagem precisa construir, conscientemente,
de modo planejado, os caminhos, os instrumentos, e os processos para
desenvolver a melhor assistência possível, para prestar o atendimento
integral, ou seja, atender as necessidades biopsicossociais da população. O
desafio aos enfermeiros da atenção básica do município de Belém é gigantesco,
pois necessitam de suporte estrutural, de educação permanente, de recursos
humanos dimensionados para atender a capacidade da UMS, assim, poderão
oferecer uma assistência de qualidade através da implantação e implementação
da SAE. Isso, significa assumir o compromisso de construção e implementação de
tecnologias para a prática de enfermagem, visando à integralidade da
assistência. Por fim, o compromisso com o SUS, a capacidade de produção
intelectual da enfermagem em defesa da vida, podem se integrar ao movimento de
incremento da qualidade da prática profissional e de sua autonomia. Como
contribuição, nos colocamos a disposição da Secretaria Municipal de Saúde de
Belém para capacitação dos enfermeiros da rede de atenção à saúde, com a
linguagem da Classificação Internacional das Práticas de Enfermagem – CIPE, na
intenção de elaborar um modelo de assistência voltado para enfermagem
considerando os aspectos regionais, contando com a parceria da Associação
Brasileira de Enfermagem Seção Pará, que é uma entidade de caráter técnico,
científico, cultural e político, que se dispõe a contribuir com a
instrumentalização de profissionais enfermeiros da rede municipal de saúde de
Belém.
Referências: 1.Erdmann AL, Fernandes JD, Teixeira GA. Panorama da educação em enfermagem no Brasil: graduação e pós-graduação. Enfermagem em Foco [internet]. 2011 [citado em 12/03/2018]; 2(supl):89-93. Disponível em http://revista.portalcofen.gov.br/index.php/enfermagem/article/view/91/76
2.Coordenação de aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (BR). Plataforma Sucupira: cursos avaliados e reconhecidos, enfermagem. 2016. Disponível em: Acesso em 08/03/2018
3.Coordenação de aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (BR). Documento de área 2017: área 20 – enfermagem. 2016. Disponível em:< http://capes.gov.br/component/content/article/44-avaliacao/4667-enfermagem>. Acesso em 08/03/2018.
4. Santos Tânia Cristina Franco, Gomes Maria da Luz Barbosa. Nexos entre pós-graduação e pesquisa em Enfermagem no Brasil. Rev. bras. enferm. [Internet]. 2007 Feb [cited 2018 Mar 12] ; 60( 1 ): 91-95. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672007000100017&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-71672007000100017 |