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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 7950692

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7950692

RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A CONSTRUÇÃO PRÁTICA DO PROCESSO DE ENFERMAGEM DE FORMA INTERDISCIPLINAR

Autores:
Izabela Andréa da Silva ; Marli Aparecida Rocha de Souza ; Vagner José Lopes

Resumo:
**Introdução**: A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é um método organizado, planejado e quando executado de forma efetiva, garante o cuidado integral e individualizado, proporcionando segurança ao usuário e ao profissional. A SAE oportuniza a autonomia do enfermeiro e promove seu respaldo na garantia e continuidade dos cuidados. A Resolução 358/2009 considera a SAE uma atividade privativa do enfermeiro, utilizando de estratégia e métodos de trabalho científico para identificar as situações de saúde/doença, assim subsidiando as ações que possam contribuir para a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, por meio do Processo de Enfermagem (PE). O PE é a atividade intelectual pelo qual a prática é feita de maneira ordenada, sistemática e estratégica, com o intuito de melhorar a qualidade da assistência e fortalecer a enfermagem como profissão. O PE requer conhecimentos que envolvem conceitos e teorias de Enfermagem que embasam a tomada de decisão nos julgamentos e ações de Enfermagem. Com a aplicação do PE, o enfermeiro promove um processo de cuidar pautado na cientificidade voltado ao indivíduo, família e coletividade. O PE é composto por 05 fases, sendo elas: 1. Investigação: coleta de dados históricos e da moléstia atual do cliente, para prever, detectar, prevenir e controlar os problemas de saúde por meio /de um roteiro sistematizado, além do exame físico; 2. Diagnóstico: analisa os dados coletados, identifica as necessidades do usuário e determina o grau de dependência desse atendimento; 3. Planejamento: esclarece os resultados esperados, estabelece as prioridades e determina as ações de enfermagem; 4. Implementação: aplicação do plano assistencial, realização das ações ou intervenções determinadas na etapa de planejamento de enfermagem; 5. Avaliação: Fazer uma investigação abrangente para decidir se os resultados esperados foram alcançados ou se surgiram novos problemas. Essas etapas dinâmicas e recorrentes, que auxiliam a gerenciar dados sobre os clientes e tomar as decisões sobre as ações e intervenções profissional. Porém para falar em PE como um método da organização e prestação do cuidado, é importante pensar na utilização de uma teoria de enfermagem para o embasamento nas tomadas de decisões nos julgamentos e ações de enfermagem. Essas etapas também envolvem o raciocínio clínico, a interpretação e o trabalho em equipe. Portanto, é necessário que no cotidiano acadêmico, este tenha a aproximação desse instrumento e posterior aplicação em sua prática diária. Porém como o PE não é uma atividade rotineira no cotidiano acadêmico como prática, antes de seu início em ensino clínico ou estágio obrigatório, isso pode gerar no desenvolvimento da disciplina teórica a dificuldade da associação com o foco em uma base teórica. Sendo assim, a necessidade em associar a prática acadêmica durante o desenvolvimento da teoria, gerou a construção metodológica de que a disciplina fosse construída paralelamente aos ensinos clínicos, após análise das teorias de enfermagem, por meio de exercícios e da participação conjunta campo e teoria. **Objetivo:** Estabelecer a conexão entre a utilização do PE com base teórica e a vivência do acadêmico na prática cotidiana. **Método:** Trata-se de um relato de experiência, com a participação de 14 acadêmicos da disciplina eletiva IV; “O processo de cuidar do enfermeiro”, do sexto módulo de uma Instituição de Ensino Superior, na Cidade de Curitiba - Paraná, durante todo o semestre letivo no ano de 2017. Essa pesquisa foi constituída em quatro fases: 1. Criação de um instrumento de coleta de dados com base em uma teoria de enfermagem; 2. Aplicação do instrumento de coleta de dados durante a realização dos ensinos clínicos em grupos e conforme a divisão nos campos; 3. Apresentação aos acadêmicos e aos professores a experiência da coleta de dados com a utilização de uma teoria de enfermagem; 4. Elaboração dos Diagnósticos de Enfermagem (DE), com base em sua coleta e apresentar aos acadêmicos e aos professores, para discussão e avaliação da relação no aprendizado teórico. Nessa fase todos os envolvidos avaliaram por meio da discussão sobre a teoria, o raciocínio clínico e estes frente aos diagnósticos apresentados e pautados em bases científicas, dando suas opiniões e sugestões de mudanças; 5. Reorganizar o DE quando necessário, e proceder com as próximas etapas o planejamento, implementação e evolução. É importante salientar que as fases do PE eram apresentadas para todos os envolvidos e discutidas as associações teórico-prática. **Resultados:** Por meio dessa metodologia implantada, foi possível perceber que os acadêmicos apresentaram facilidades no entendimento quanto da utilização de uma teoria de enfermagem, tendo em vista que a cada discussão estes tinham que buscar o aprofundamento na teoria e na coleta realizada, evidenciando as falhas durante o processo quando comparado a uma base científica, frente a construção de cada etapa do PE, principalmente ao pensar nos DE, pois estes eram questionados pelos que não haviam participado da coleta. Essa metodologia oportunizou aos acadêmicos, a necessidade de rever as abordagens feitas e a falta de informações percebidas na exposição do caso e se esta não ficava clara, demonstrava a fragilidade e, portanto, a reformulação da mesma ou mudança de estratégia. Toda essa reflexão favoreceu o entendimento quanto à clareza e objetividade ao formular um instrumento de coleta de dados, e consequentemente os diagnósticos que são gerados a partir da identificação das necessidades do paciente, o que irá possibilitar o desenvolvimento de intervenções direcionadas e individualizada. As escolhas de intervenções devem ser focadas nas que têm proximidade com os diagnósticos e os resultados, na facilidade de implementar, na aceitação da intervenção e na habilidade do enfermeiro e irá impacta diretamente no planejamento e implementação. Isso se dá por ser o PE composto de fases dinâmicas de ações que são sistematizadas e inter-relacionadas para gerar uma evolução pautada em resultados. **Conclusões:** Os desenvolvimentos do PE junto aos acadêmicos como construção teórica os fortalecem para o crescimento profissional e a sua responsabilidade no processo de cuidar, porém essa associação teórico-prático permitiu a avaliação quanto às dificuldades e possibilitou maior adesão dos mesmos no período da prática clínica com a efetividade na escolha do diagnóstico, planejamento e intervenção de enfermagem. Essa experiência proporcionou a importância da articulação da disciplina com as atividades em campos clínicos e evidenciou a facilidade que os acadêmicos demonstraram no entendimento e da necessidade do uso do instrumento para a prática do PE pautada em base científica.


Referências:
Almeida ACCH, Centa ML. A família e a educação sexual dos filhos: implicações para a enfermagem. Acta paul. Enferm. São Paulo, 22(1) p. 71-6, fev. 2009. Baião CF. Aliança parental e estilos parentais em famílias com e sem crianças autistas. 2008. 67 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade de Lisboa, Portugal, 2008. Firman, JAA, Santana SCR, Ramos ML. A importância da família junto à escola no aprendizado formal das crianças. Colloquium Humanarum, Presidente Prudente, 12(3),123-33, jul/set 2015. Besera EP, Torres CA, Pinheiro PNC, Alves MDS, Barroso MGT. Pedagogia freireana como método de prevenção de doenças. Ciência & Saúde Coletiva. 2011;16(Supl.1):1563-70. Padilha MI, Bellaguarda MLR, Nelson S, Maia ARC, Costa R. O uso das fontes na condução da pesquisa histórica. Texto contexto - enferm. Florianópolis, 26(4), e2760017, 2017. Disponível em: .