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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 7928716

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7928716

RODA DE CONVERSA NA PREVENÇÃO DO SUICÍDIO: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores:
Thaís Favero Alves ; Daniela Ratico de Quadros ; Tatiana Raquel Stumm ; Franciely de Mello Silva

Resumo:
**INTRODUÇÃO:** O suicídio é visto, frequentemente, como um ato deliberado executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção seja a morte, de forma consciente e intencional, mesmo que ambivalente, usando um meio que ele acredita ser letal. Este envolve vários fatores socioculturais, genéticos, psicodinâmicos, filosófico-existenciais e ambientais, sendo a tentativa prévia e a presença de transtorno mental os principais, mas outros aspectos também estão diretamente ligados aos índices de suicídio, como o uso de álcool e drogas, desesperança e desespero, razão para viver, falta de habilidade de resolução de problemas e impulsividade. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, mais de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano em todo o mundo, o que equivale a uma morte a cada 40 segundos, sendo que a cada três segundos uma pessoa atenta contra a própria vida.¹ Nos últimos 45 anos, ainda de acordo com Organização Mundial da Saúde, a mortalidade global por suicídio vem migrando em participação percentual do grupo dos mais idosos para o de indivíduos mais jovens entre 15 a 45 anos, estando entre as três maiores causas de morte nessa faixa etária e afetando, em média, 5 ou 6 pessoas próximas ao falecido que sofrem consequências emocionais, sociais e econômicas.² No Brasil, apesar de o índice de mortalidade por suicídio ser baixo em relação aos demais países, estima-se que o número de suicídios seja ainda maior do que o registrado uma vez que muitas declarações de óbito omitem a informação sobre suicídio, corroborando para o não conhecimento dos números absolutos.¹ Como forma de prevenir o que tem sido um grande problema de saúde pública, a comunicação direta e aberta sobre a ideação suicida e seus fatores de risco é a forma mais eficaz de abordar e manejar o risco de suicídio. Nesse intuito, o enfermeiro na Atenção Primária, como contato preferencial do sujeito, tem como objetivo realizar ações de promoção da saúde, prevenção de agravos e de prover cuidado, garantindo acesso, longitudinalidade, integralidade e coordenação da atenção a pessoas e famílias residentes em sua área de atuação através de educações em saúde, uma vez que falar do assunto reduz a ansiedade associada aos pensamentos ou atos de autoagressão e ajuda a pessoa a se sentir compreendida e a aceitar ajuda.³ **OBJETIVO: **Relatar a experiência de educação em saúde com adolescentes entre 15 e 17 anos em uma escola catarinense durante o Estágio Básico da disciplina de Saúde da Mulher, Criança e Adolescente do curso de Enfermagem da Universidade do Vale do Itajaí, destacando a importância da educação em saúde na prevenção do suicídio. **METODOLOGIA:** Realizou-se educação em saúde em forma de roda de conversa sobre o tema suicídio com adolescentes entre 15 e 17 anos. Anteriormente à execução da educação em saúde, deixamos na escola uma caixa de papel lacrada, para que os alunos colocassem nela seus conhecimentos sobre a vida/morte/suicídio. Após, no início da roda de conversa, abordamos conceitos de vida e morte através da dinâmica de autoconhecimento da linha do tempo, destacando pontos importantes sobre o que é a vida e morte, a partir dos bilhetes deixados na caixa de papel. Depois da dinâmica, houve troca de saberes bem como a construção de conhecimentos através das experiências trazidas pelos alunos sobre o suicídio na adolescência. **RESULTADO:** A dinâmica da caixa foi importante para nos guiar e promover vínculo com os jovens, haja vista a dificuldade do tema. Foi observado que enquanto os participantes respondiam à pergunta “o que é vida para você?” havia alegria e entusiasmo, mas que, ao falar da morte, houve seriedade, hesitação e tristeza, demonstrando que o último conceito ainda não é abordado entre eles e não é visto como um processo natural da vida. Ao realizarmos as discussões sobre o suicídio na adolescência, houve grande participação do grupo, cada participante contou sua visão sobre o que espera para o futuro, o que a sociedade espera deles, problemas na família, drogas na adolescência, a pressão de ser bem-sucedido e ser feliz, bem como suas frustações com suas aparências e sua orientação sexual ou estilo de vida. No fim, foram feitas orientações sobre os apoios que eles têm nos momentos de sofrimento, não apenas a Unidade Básica de Saúde do seu bairro e o Centro de Apoio Psicossocial, mas também o Centro de Valorização da Vida (CVV), que conta com uma plataforma virtual para ouvi-los em qualquer hora do dia, e a sua rede familiar ou de amizades, uma vez que é importante a pessoa com comportamento suicida ter vínculo com alguém de confiança. **CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS:** O suicídio é um problema de saúde pública, logo se faz necessário ações em saúde na tentativa de minimizar as ocorrências deste ato em todas as fases de vida. Sendo assim, através desta atividade mostrou-se que a melhor forma de prevenção do suicídio ainda é o diálogo, o vínculo e a educação em saúde às pessoas. Para tanto, é imprescindível que os profissionais da saúde, especialmente o enfermeiro, esteja preparado para identificar as características de um potencial suicida, mantendo uma abordagem que transmita segurança, humanização e integralidade, abstendo-se das atitudes julgadoras. Ainda, apoiar o círculo de convívio do sujeito que vivencia o seu comportamento suicida, bem como reconhecer o papel da família como apoio principal e fonte de informações e esclarecimentos referentes à tentativa de suicídio, visando um direcionamento do cuidado pela equipe multidisciplinar prestadora de assistência à saúde.4 **CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: **a melhor abordagem para prevenção do suicídio em ambiente escolar são as ações de saúde. O enfermeiro como educador deve promover apoio emocional aos jovens, informações sobre os serviços de saúde que busquem ampliar o vínculo com os estudantes, sua família e a escola. O enfermeiro deve desenvolver habilidades de observação para reconhecer precocemente comportamentos suicidas evidenciados pelos adolescentes, e assim intervir previamente no contexto comunitário e de serviços de saúde.


Referências:
1. Güler EK, Eser I, Egrilmez S. Effectiveness of polyethylene covers versus carbomer drops(Viscotears) to prevent dry eye syndrome in the critically ill. J Clin Nurs. 2011;20: 1916-22. 2. Araújo Diego Dias de, Almeida Natália Gherardi, Silva Priscila Marinho Aleixo, Ribeiro Nayara Souza, Werli-Alvarenga Andreza, Chianca Tânia Couto Machado. Predição de risco e incidência de olho seco em pacientes críticos. Rev. Latino-Am. Enfermagem [Internet]. 2016 [cited 2018 Jan 03] ; 24: e2689. 3. International Dry Eye Workshop (DEWS). The definition and classification of dry eye disease: report of the Definition and Classification Subcommittee of the International Dry Eye Workshop. Ocul Surface. 2007;5(2):75-92. 4. Herdman TH, Kamitsuru S, editors. NANDA International nursing diagnoses: definitions and classification, 2018-2020. Oxford: Wiley Blackwell; 2017.