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7908994 | EVIDÊNCIAS DA LITERATURA SOBRE O CONHECIMENTO DA ENFERMAGEM EM TRANSFUSÃO SANGUÍNEA | Autores: Mara Ambrosina de Oliveira Vargas ; Sonia Rejane de Senna Frantz |
Resumo: **Introdução**: A hemoterapia corresponde a um dos diversos segmentos da saúde onde os profissionais de enfermagem estão inseridos e exercem atividades importantes no tratamento de diversas patologias. É uma prática que requer atuação multiprofissional, com profissionais competentes e dotados dos conhecimentos necessários para garantir a qualidade em todo o processo transfusional(1). É uma especialidade que possui normas técnicas específicas objetivando a garantia da qualidade e segurança em todas as etapas do processo transfusional. No Brasil a regulamentação aconteceu no ano de 2006, através da Resolução 306 do Conselho Federal de Enfermagem, e no ano de 2016 através da Resolução 511, foi publicada a norma técnica para atuação dos enfermeiros e técnicos de enfermagem em hemoterapia, com o objetivo de estabelecer as diretrizes para atuação destes profissionais a fim de assegurar uma assistência de enfermagem competente, resolutiva e com segurança(2). A atuação da enfermagem em hemoterapia contempla atividades específicas, tanto com o doador de sangue quanto com o receptor dos produtos sanguíneos(2). Tendo em vista que o exercício de atividades hemoterápicas pela enfermagem é uma prática relativamente recente, torna-se importante conhecer o que os estudos revelam sobre o conhecimento destes profissionais para atuar na área. **Objetivo**: Responder a pergunta: Quais os conhecimentos apresentados pelos profissionais de enfermagem na hemoterapia? **Descrição Metodológica:** Foi realizada uma revisão integrativa da literatura nas bases de dados: LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), SciELO (Scientific Eletronic Library Online), PUBMED/MEDLINE (Public Medline), CINAHL (Cumulative Index to Nursing and Allied Helath Literature) e Web of Science. A busca foi realizada através dos termos: transfusão de sangue, hemoterapia, doação de sangue, enfermagem, enfermeiro, cuidados de enfermagem, trabalho do enfermeiro e processo de enfermagem nos idiomas inglês, português e espanhol, na mesma busca. Estes termos foram combinados de diferentes formas com auxílio dos operadores boolianos – AND e OR, buscando alcançar maior número de estudos. Os critérios utilizados para a seleção da amostra foram: artigos originais que tivessem estreita relação com o tema em estudo, publicados em inglês, espanhol ou português, nos últimos 10 anos. O levantamento bibliográfico foi realizado no mês de fevereiro de 2018. A amostra final foi composta por onze (11) artigos. **Resultados**: Em relação à caracterização dos artigos selecionados, estes foram publicados no período de 2009 a 2017, sendo 2017 o ano com maior número de publicações. Com relação à origem das publicações, oito são em periódicos brasileiros e três em periódicos internacionais (Estados Unidos da América, Colômbia e Irã). A maioria das publicações foram divulgadas em periódicos de Enfermagem e as demais em outros periódicos da área da saúde. **Discussão**: A área de atuação do enfermeiro compreende a realização de atividades em todo o ciclo do sangue, desde a captação de doadores até os cuidados pós transfusionais, no entanto esta revisão integrativa identificou somente estudos que abordam o conhecimento de profissionais de enfermagem apenas nas etapas de cuidados ao receptor de sangue, ou seja, ao paciente que realiza transfusão sanguínea. Não foram encontrados estudos com abordagem sobre o conhecimento do enfermeiro nas atividades realizadas com o doador de sangue. Em 2009 um estudo avaliou o conhecimento dos profissionais de enfermagem de unidades de terapia intensiva(UTIs) sobre o processo transfusional e evidenciou que os profissionais pesquisados apresentaram deficiências graves no tocante ao conhecimento sobre o processo transfusional, denotando a inadequação para desenvolver essa terapêutica(3). Outros estudos realizados também corroboraram com estes achados, pois apresentaram resultados negativos quanto ao conhecimento dos profissionais e evidenciaram a desatualização profissional em relação à prática transfusional, referindo a necessidade de capacitação profissional(4). Passado mais de uma década após a regulamentação da enfermagem em hemoterapia no Brasil, os resultado das pesquisas continuam evidenciando fragilidades no conhecimento dos profissionais, principalmente nas etapas que compreendem o procedimento da transfusão. Por outro lado os estudos também evidenciam que os profissionais demonstraram conhecer as complicações relativas ao processo transfusional, sabendo conduzir a assistência de enfermagem nos casos de reações transfusionais(5). Estas pesquisas referem que os profissionais que lidam diretamente com a transfusão de sangue encontram-se desatualizados em relação à prática transfusional, pois grande parte informou não ter participado de cursos de atualização e de programas de capacitação na área(1). A segurança transfusional e a qualidade estão diretamente associadas ao envolvimento dos profissionais nas transfusões sanguíneas, pois dependem da qualificação e do conhecimento dos profissionais para atuar na área. Diante desses achados, tornam-se necessárias ações que visem a capacitação do profissional quanto a terapia transfusional, garantindo a segurança do paciente, e a sua prática para a execução de um cuidado adequado. Para isso, a educação permanente das unidades de saúde deve estar engajada para a mudança desse quadro, quanto ao desconhecimento de práticas operacionais na terapia transfusional(4). **Considerações finais:** O resultado deste estudo evidenciou que existem fragilidades no conhecimento dos profissionais que realizam as transfusões sanguíneas nas instituições hospitalares, as quais podem comprometer a qualidade dos produtos utilizados e a segurança do paciente. Também evidenciam que os profissionais da enfermagem estão mais preparados para atuar diante das complicações transfusionais do que na realização dos procedimentos conforme as técnicas padronizadas. Diante dessa situação está evidente a necessidade de investimentos em treinamentos, através de cursos específicos nas instituições hospitalares e programas de educação continuada, visando qualificar os profissionais para exercer suas atividades garantindo a qualidade do processo e a segurança do paciente em todas as etapas do procedimento transfusional. É importante destacar que as instituições de ensino também exercem papel fundamental na qualificação dos profissionais através do ensino da hemoterapia durante o processo de formação. **Contribuições para enfermagem**: A equipe de enfermagem que atua frente aos cuidados com paciente submetido à terapia transfusional deve estar preparada técnica e cientificamente para realizar tal atividade, além de reconhecer que essa é uma atividade inerente à profissão e que não pode ser passada para outro profissional. Portanto, o enfermeiro deve buscar formas de aprofundar o seu conhecimento em hemoterapia, principalmente no cuidado ao paciente que irá realizar transfusão sanguínea, já que está evidenciada a desatualização profissional em relação à prática transfusional, mostrando a necessidade de capacitação daqueles que executam essa atividade(4).
Referências: Almeida ML. Formação do professor do ensino superior: desafios e políticas institucionais. São Paulo: Cortez, 2012.
Anastasiou LG. Profissionalização continuada: aproximações da teoria e da prática. Trajetórias e perspectivas da formação de educadores. São Paulo: Editora UNESP, 2004.
Gaeta C. O professor iniciante no ensino superior: aprender, atuar e inovar. São Paulo: Senac, 2013.
Soares SR; Cunha, Maria Isabel da. Formação do professor: a docência universitária em busca de legitimidade. Salvador: EDUFBA, 2010. Disponível em: . Acesso em: 30 jan. 2018 |