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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 7881504

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7881504

MÉTODO DE DESENVOLVIMENTO DE ESTUDOS DE CASO COMO APOIO NO ENSINO DO RACIOCÍNIO CLÍNICO, ANCORADO NA TEORIA DE WANDA HORTA¹

Autores:
Claudia Regina Biancato Bastos ; Sandra Maria Bastos Pires ; Odette Moura ; Ana Luzia Rodrigues ; Rodrigo Guerra Leal

Resumo:
**1**-Extraído da dissertação, intitulada “ESTUDOS DE CASO COMO INSTRUMENTO DE SUPORTE PARA SUBCONJUNTO DA CIPE® DIRECIONADO ÀS NECESSIDADES HUMANAS DE PESSOAS ATENDIDAS NA ESPECIALIDADE DE NEUROCIRURGIA”, apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Tecnologia em Saúde da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. **Introdução:** Os estudos de caso podem ser distinguidos sob duas vertentes: como método de ensino ou método de pesquisa. Para o ensino, os estudos de caso podem ser utilizados para fins instrucionais e sua proposta é estabelecer uma estrutura para discussão e debate entre os alunos¹. Os estudos de caso são considerados pioneiros dos planos de cuidados, os quais delinearam o início do processo de enfermagem². Florence Nightingale exigia que seus alunos registrassem os casos que julgavam excepcionalmente importantes em um caderno, pois seriam interrogados posteriormente a fim de avaliar o aprendizado, esboçando desta forma um método semelhante aos estudos de caso utilizados atualmente no ensino. Garvin³ enfatiza a importância da aplicação desse método no preparo dos alunos, futuros profissionais para o mundo real. O Conselho Internacional dos Enfermeiros (CIE)4   considera que o estudo de caso é parte integrante do processo de desenvolvimento e validação de subconjuntos terminológicos da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®). Quando utilizado como suporte para validação de subconjuntos terminológicos, trata-se de uma modalidade de pesquisa e deve ser construído com rigor metodológico. Este resumo apresenta os passos utilizados para elaboração de estudos de caso, o qual faz parte de uma pesquisa maior que tem como finalidade a elaboração de padrão de cuidados baseado na CIPE®. **Objetivo:** Elaborar estudos de caso direcionados à especialidade de neurocirurgia, como instrumento de suporte para subconjuntos da CIPE®. **Método:** Pesquisa de caráter metodológica e quantitativa. Para a elaboração dos estudos de caso foram utilizados 300 termos de maior prevalência contidos em um banco com 2.638 termos, que foram extraídos do campo de linguagem livre das evoluções de enfermagem do prontuário eletrônico do paciente, de um hospital universitário do estado do Paraná. A construção dos estudos foi baseada no método proposto por Galdeano, Garvin e Zago², nas etapas do Processo de Enfermagem e na Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Wanda Horta5.  A operacionalização do método foi descrito em sete etapas, e para cada qual utilizado uma ou mais bases empíricas, a saber: a)estabelecimento de questão norteadora (base empírica: teoria norteadora); b) Identificação e coleta de dados (base empírica: banco de termos); c)resumo dos problemas (base empírica: CIPE®); d) fundamentação teórica (base empírica: Teoria de Horta, artigos e livros técnicos relacionados ao tema); e) Alternativas propostas/ planejamento (base empírica: CIPE®, artigos e livros técnicos relacionados ao tema); f) Ações implementadas ou recomendadas/ implementação de cuidados (base empírica: CIPE®);  g) discussão / avaliação (base empírica: artigos e livros técnicos relacionados ao tema e CIPE®). **Resultados:** Foram elaborados três estudos de caso clínicos direcionados aos clientes da especialidade de neurocirurgia, sendo o primeiro sobre tumor cerebral; o segundo sobre lesão raquimedular; e o terceiro sobre traumatismo crânio encefálico.  A escolha dos temas e cenários trabalhados nos estudos de caso ocorreu por meio do grau de prevalência, representatividade e acometimento social, baseado na experiência prática profissional dos pesquisadores envolvidos na sua elaboração e considerando a representatividade dos trezentos termos de maior prevalência do banco de termos utilizado.  Os estudos de caso foram organizados da seguinte forma: a) identificação/coleta de dados; b) resumo dos problemas; c) fundamentação teórica; d) diagnósticos de enfermagem; e) resultados de enfermagem (nas etapas: b, c, d, e, os achados foram classificados segundo as Necessidades Humanas Básicas de Horta); f) planejamento; g) ações implementadas; h) avaliação. Após a finalização dos estudos de caso construídos e trabalhados na modalidade de pesquisa, os mesmos serviram como instrumento de ensino-aprendizagem, uma vez que proporcionaram sustentação nas tomadas de decisões e auxiliaram no processo de pensamento crítico utilizados nas Práticas Baseadas em Evidências (PBE).   **Conclusão:** A elaboração de estudos de caso requer do desenvolvedor, tempo, conhecimento teórico sobre o caso, assim como experiência de prática assistencial. Com o decorrer da pesquisa e busca por referências, evidenciou-se que por mais que o CIE considere o estudo de caso como instrumento de suporte para a validação de subconjuntos, são escassas as pesquisas que trabalham um método para desenvolver estudos de caso, tanto na modalidade de pesquisa quanto de ensino. Um estudo de caso construído e trabalhado na modalidade de pesquisa pode ser utilizado posteriormente para o ensino, porém aquele construído para ensino, para se tornar uma modalidade de pesquisa, deve ser desconstruído e moldado, seguindo métodos sistemáticos de investigação. **Contribuições para a enfermagem:** Adotar métodos validados de elaboração de estudos de caso, proporciona maior confiança para a utilização da ferramenta. Observamos na prática educacional que a utilização dos estudos de caso construídos seguindo os rigores metodológicos de pesquisa e ancorados em uma teoria de enfermagem, pode proporcionar ao aluno o exercício do raciocínio clínico e crítico, uma vez que cada achado necessita ser justificado por meio de literatura científica e ancorado na teoria norteadora. Desta forma, proporciona aos profissionais e alunos a PBE, que auxilia a tomada de decisão precisa e como consequência disso, obtém-se intervenções bem planejadas, com alcance de resultados positivos em saúde, na tentativa de reintegrar o ser humano na sociedade em que pertence, alinhando o PE com a PBE. **Descritores:** Processo de enfermagem. Estudo de caso. Enfermagem baseada em evidência. **Referências** 1. Yin RK. Estudo de caso: planejamento e métodos. Tradução: Cristhian Matheus Herrera. 5ed. Porto Alegre: Bookman, 2015. Cap. 01, p. 04-77. 2. Galdeano LE, Rossi LA, Zago MMF. Roteiro instrucional para elaboração de um estudo de caso clínico. Revista Latino-Americana de Enfermagem [on-line]. 2003 [citado em 22 fev 2015]; 11(3):371-5. Disponível em: URL: http://http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010411692003 000300016&script;=sci_abstract&tlng;=pt. 3. Garvin DA. Making the case. Harvard Magazine [on-line]. 2003 [citado em 09 jan 2016]; 106(01): 56-66, 2003. Disponível em: URL: https://harvardmagazine.com/2003/09/making-the-case-html. 4. CONSELHO INTERNACIONAL DE ENFERMEIROS. Linhas de orientação para elaboração de catálogos CIPE ®. Tradução de Hermínia Castro. 2009. Disponível em: ULR: http://www.ordemenfermeiros.pt/publicacoes/Documents/linhas_cipe.pdf. Acesso em: 15 maio 2015. 5. Horta, WA. Processo de enfermagem. São Paulo: EPU, 1979.


Referências:
1. Bulechek GM, Butcher HK, Dochterman JM, Wagner CM. Classificação das intervenções em enfermagem (NIC). Rio de Janeiro: Elsevir; 6 ed. 2016. 2. Napoleão AA, Chianca TCM, Carvalho EC, Dalri MCB. Análise da produção científica sobre a Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC) de 1980 a 2004. Rev Latinoam Enferm. 2006;14(4):608-13. 3. LoBiondo-Wood G, Haber J. Pesquisa em enfermagem: métodos, avaliação crítica e utilização. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan; 2001. 4. Lopes MVO, Silva VM, Araujo TLV. Validação de diagnósticos de enfermagem: desafios e alternativas. Revista Brasileira de Enfermagem. 2013; 66(5): 649-55. 6. 5. Ursi ES. Prevencão de lesões de pele no perioperatório: revisão integrativa da literatura [Internet]. Ribeirão Preto, SP: Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto; 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v14n1/v14n1a17.pdf.