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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 7822501

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7822501

IMPLANTAÇÃO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UM HOSPITAL NO ARQUIPÉLADO DO MARAJÓ-PARÁ

Autores:
Thiago Santos do Amaral ; Tathiane Félix Oliveira ; Érika Kássia Moraes Silva ; Camilla Flávia Souza ; William Dias Borges

Resumo:
**INTRODUÇÃO: **O Processo de Enfermagem é um instrumento metodológico que orienta o cuidado profissional de Enfermagem e a documentação da prática profissional, devendo ser realizado, de modo deliberado e sistemático, em todos os ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem1. A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) tem demonstrado potencialidades e dificuldades nos serviços de saúde, sejam privados ou públicos, uma vez que faz parte da reorganização e sistematização das práticas em saúde que vem sendo experimentadas e implementadas no cenário nacional desde a Reforma Sanitária na década de 19702. Nas últimas décadas do século XX, a preocupação com a qualidade da assistência oferecida pelos serviços de saúde cresceu, sendo necessário construir mecanismos efetivos que garantissem aumento na qualidade dos cuidados dispensados aos pacientes, levando-os a uma relação de confiança e segurança3. Nesse intuito, a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) foi vista pela equipe de Enfermagem como um meio, não só obrigatório legalmente, mas também essencial para criar estruturas e processos que afirmassem a melhoria da qualidade da assistência e também o apropriado uso das novas tecnologias, sendo apoiado e firmado pela gestão hospitalar a sua necessidade de implantação. **OBJETIVO: **Demonstrar a trajetória de implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) em um hospital no arquipélago do Marajó, no estado do Pará. **DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: **Trata-se de um estudo qualitativo-descritivo, do tipo relato de experiência sobre os passos de implantação da SAE em um serviço hospitalar localizado no arquipélago do Marajó. O arquipélago do Marajó, no estado do Pará, abrange um território de 49.000 km2, formado por 2.500 ilhas, constitui-se de floresta equatorial e campos naturais4, uma população de 533.397 habitantes. Dista três horas e meia de travessia da cidade de Belém, capital do estado do Pará, que situa-se a sudeste da ilha de Marajó, separada do continente, pelo complexo estuário do Rio Pará5. O Hospital Regional Público do Marajó, oferece um serviço de Média e Alta Complexidade e é a referência para oito municípios da região (Anajás, Bagre, Breves, Curralinho, Gurupá, Melgaço e Portel), sendo então composto por 70 leitos de internação, Unidades de Terapia Intensiva Adulto, Infantil e Neonatal, centro cirúrgico geral, traumatológico, ortopédico e obstétrico, ambulatório para diversas especialidades e serviço de urgência e emergência referenciada. **RESULTADOS: **Foi criado um grupo de trabalho, denominado GESAE (Grupo Estratégico de Sistematização da Assistência de Enfermagem), responsável pelas deliberações da referida implantação. Seus representantes eram compostos pela Diretoria de Enfermagem, ligada diretamente à iniciativa e apoio da Gestão hospitalar; por Enfermeiros Assistentes dos diversos setores da instituição e pelo Coordenador de Enfermagem das Terapias Intensivas, haja vista que foi escolhido este setor para o plano piloto da implantação, alcançando posteriormente os demais setores assistenciais. Como há a necessidade de o enfermeiro estar pautado em uma Teoria de Enfermagem para ter um referencial teórico, metodológico e norteador para a sua prática, tornando-a um fazer científico complexo e múltiplo; foram elencadas, pelo GESAE, a Teoria de Enfermagem Ambientalista de Florence Nightingale e a Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Wanda Horta, pois as mesmas refletiam a visão desejada para a cuidado terapêutico conforme o perfil de usuários atendidos naquele hospital. Também, ainda houve o desejo de adotar a Teoria de Wanda Horta para o norteio do Processo de Enfermagem, como uma homenagem regional, em função de ser sabido seu nascimento no estado do Pará. O Sistema de Classificação de Enfermagem NANDA/NIC/NOC foi definido como base terminológica das etapas do Processo de Enfermagem, por apresentar na época maior espectro de Diagnósticos/Intervenções/Prognósticos em comparação com outros sistemas internacionais. Assim que essas definições foram ratificadas, deu-se a realização da sensibilização sobre a importância e características da SAE para a melhoria da assistência para todo o corpo de Enfermagem da instituição. Posteriormente, ainda foram otimizadas e/ou criadas novas formas de registro para aumentar a fidedignidade do prontuário e evidenciar as fases da SAE. Além da sensibilização citada, foram realizadas rodas de conversa e treinamentos sobre as Teorias de Enfermagem, Processo de Enfermagem, SAE e novas normas de registro em impressos do prontuário. Após implantação e avaliação deste processo no setor de Terapias Intensivas, a SAE foi instaurada para os demais setores assistenciais do hospital.  **CONCLUSÃO: **Desta feita, evidenciou-se que o profissional de Enfermagem desta instituição adquiriu maior conhecimento sobre o Processo de Enfermagem e sua aplicabilidade cotidiana alcançou níveis satisfatórios, levando à maior organização e registro dos serviços e melhoria na qualidade de assistência em saúde. **CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM:** Iniciativas como estas compartilhadas entre gestão e corpo assistencial de enfermagem são extremamente importantes para efetivação do Processo de Enfermagem como consciência filosófico-política, legal e técnica, bem como para o devido registro nas documentações pactuadas. Por outro lado, vê-se que é necessário esforço conjunto dos atores envolvidos na gestão hospitalar e assistência direta ao usuário para efetiva operacionalização e registro do Processo de Enfermagem com intuito de aumentar os níveis de segurança do serviço prestado e principalmente, disseminar conhecimento sobre a prática de Enfermagem, evidenciando estes profissionais como protagonistas do cuidado.


Referências:
1. Wie GA, Cho YA, Kang HH, Ryu KA, Yoo MK, Kim YA et al. Red meat consumption is associated with an increased overall cancer risk: a prospective cohort study in Korea. Br J Nutr. 112 (2): 238–47, 2014. 2. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Estimativa 2018: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2017. 3. Ribeiro JP, Cardoso LS, Pereira CMS, Silva BT, Bulbotz BK, Castro CK. Assistência de enfermagem ao paciente oncológico hospitalizado: diagnósticos e intervenções relacionadas às necessidades psicossociais e psicoespirituais. Rev Fund Care Online. 8(4): 5136-42, 2016. 4. Buetto LS, Zago MMF. Significados da qualidade de vida no contexto da quimioterapia pelo paciente com câncer colorretal. Revista Latino-Americana de Enfermagem. 23(3): 427-34. 2015. 5. Doenges M, Moorhouse MF, Murr AC. Diagnósticos de Enfermagem: intervenções, prioridades e fundamentos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.