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7808379 | SATISFAÇÃO ACADÊMICA DOS ENFERMEIROS: IMPORTÂNCIA DE OPORTUNIDADES DE DESENVOLVIMENTO E APOIO INSTITUCIONAL | Autores: Maíra Rosa Apostólico ; Alfredo Almeida Pina-oliveira ; Ana Claudia G. Puggina ; Francine da Costa Alves |
Resumo: **Introdução**
As Instituições de Ensino Superior (IES), com objetivo de gerar sucesso e
satisfação acadêmica, devem disponibilizar recursos e proporcionar
oportunidades para o desenvolvimento profissional ao longo do processo de
formação inicial na graduação. Entretanto, sabe-se que o insucesso e as
queixas de insatisfação dos alunos referem-se ao contexto e organização do
currículo acadêmico, bem como às expectativas idealizadas do curso1. A
satisfação com a experiência acadêmica é alcançada quando se atinge um
resultado esperado, relacionado à expectativa do indivíduo2. Por outro lado,
observa-se menor desempenho do estudante, maior insegurança e aumento da
possibilidade de abandono do curso quando a estrutura das IES não contempla as
expectativas dos estudantes4. Sendo assim, conhecer as satisfações ou as
insatisfações dos estudantes pode auxiliar na compreensão sobre como a
experiência acadêmica pode impactar na atuação do futuro profissional3.
Enfermeiros satisfeitos com as vivências acadêmicas têm maior probabilidade de
se considerarem bem-sucedidos e de sentirem satisfação profissional. Verifica-
se que os fatores que tem maior relação com a satisfação acadêmica são aqueles
que fornecem estímulos e oportunidades para que os alunos vivenciem na prática
o que foi ensinado em sala de aula durante o curso de graduação em
Enfermagem4.
**Objetivos**
1 - Identificar a satisfação acadêmica de enfermeiros assistenciais;
2- Associar características sociodemográficas, educacionais e profissionais
do enfermeiro com a sua satisfação acadêmica.
**Método**
Estudo analítico transversal, realizado com enfermeiros atuam ou já atuaram na
área assistencial e que tinham perfil ativo na rede social _Facebook®_, de 3
hospitais públicos do interior de São Paulo e enfermeiros que participavam de
grupos públicos relacionados a enfermagem na rede social _Facebook®._ Foi
utilizado um questionário de caracterização dos participantes com variáveis
sociodemograficas, educacionais e profissionais e a escala de satisfação
acadêmica de estudantes do ensino superior. O recrutamento dos participantes
ocorreu de forma direta e indireta. No recrutamento direto, os enfermeiros
foram abordados no ambiente de trabalho, após autorização das instituições e
do Comitê de Ética em Pesquisa. Foram informados sobre a pesquisa e convidados
a participar. Após o aceite, os participantes informaram o nome de perfil na
rede social _Facebook®_, por onde receberam um convite individual via mensagem
e um _link_ para acesso ao questionário. No recrutamento indireto foi
publicado um _link_ na linha do tempo de grupos públicos relacionados à
Enfermagem, na rede social _Facebook®,_ convidando enfermeiros a participarem
da pesquisa. Adicionalmente, enfermeiros com perfis pessoais vinculados aos
pesquisadores foram convidados por mensagem privada, a colaborar com a
pesquisa. Os questionários foram elaborados e disponibilizados por meio do
_Google Drive®._ Para garantir a veracidade das informações e prevenir
duplicidade de respostas foi solicitada a identificação com o nome completo e
número de inscrição no Conselho Regional de Enfermagem (COREN). Os
participantes cujos registros não foram localizados nos sites dos conselhos
regionais foram excluídos da amostra. Para os questionários respondidos mais
de uma vez, foi mantido apenas o primeiro envio do participante. A coleta de
dados ocorreu entre junho e novembro de 2016. Foi realizado analise descritiva
e inferencial dos dados. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e
Pesquisa sob o número de Parecer 1.562.760.
**Resultados **
A amostra do estudo foi constituída de 397 enfermeiros com média de idade de
34,72 anos (±8,10), com tempo médio de formação de 6,84 (±5,15). A maioria era
do sexo feminino (n= 363; 91,44%). A maioria dos profissionais concluiu
graduação em universidades privadas (n=331, 83,38%), cursou especialização (n=
212; 53,40%), não tinha formação prévia na área de enfermagem antes da
graduação (n=218; 54,91%). Menos da metade participou de eventos científicos
durante a graduação (n=136; 34,26%), atua e/ou atuou em unidades de internação
(n= 165; 41,56%) e em turno de trabalho integral de 8 h diárias (n= 148;
37,28%).
O escore médio total das respostas dos enfermeiros em relação a ESEA, foi de
113,57(±20,62), o que indica uma satisfação acadêmica moderada. As maiores
médias desta escala foi relacionada a dimensão satisfação com o curso
indicando que os alunos estão satisfeitos com as atividades, organização,
relacionamento com os professores e colegas do curso. As menores médias
focaram na dimensão oportunidade de desenvolvimento, mostrando que os
enfermeiros estão insatisfeitos as atividades extracurriculares oferecidas e o
currículo do curso. Houve associações estatisticamente significativas nas
dimensões satisfação com o curso e oportunidades de desenvolvimento com as
variáveis sexo (p<0,00) (p=0,04), escolaridade (p=0,04) (p=0,02), tipo de
instituição de ensino (p= 0,01) (p=0,04) e oportunidades em pesquisa (p=0,02)
(p<0,00).
**Conclusões**
A satisfação acadêmica foi moderada. Enfermeiros do sexo masculino, que
fizeram mestrado, estudaram em instituição pública e tiveram oportunidade em
pesquisa, apresentam-se satisfeitos com a graduação, organização do curso,
atividades extracurriculares, relacionamentos com colegas, disponibilidade e
conhecimento dos professores, e com a diversidade das atividades
extracurriculares e currículo do curso oferecido.
**Contribuição e Implicações para Enfermagem**
O presente estudo destaca a importância das oportunidades e responsabilidades
que a instituição e os professores exercem na vida acadêmicas dos enfermeiros.
Ajudando a refletir sobre os papéis que exercem no futuro profissional destes
alunos. O resultado deste estudo mostrou, na maioria, o contexto de
profissionais formados em instituições de ensino privadas, estes dados se
aproximam de maneira mais fiel da realidade e das condições do ensino superior
no Brasil e por isso sua importância.
**Descritores: **Enfermagem; Satisfação Pessoal; Educação em Enfermagem.
**Área Temática: ** Diretrizes curriculares nacionais e desafios contemporâneos da formação profissional em Enfermagem.****
**Referencias **
1. Porto MAS, Soares AB. Diferenças entre expectativas e adaptação acadêmica
de universitários de diversas áreas do conhecimento. Anál. Psicol. [Internet]
2017 [cited 2017 jun 23]; 31(1):13-24. Available from:
[http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid;=S0870-82312017000100002](http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-82312017000100002)
2. Carvalho G, Lopes S. Satisfação profissional do enfermeiro em uma unidade
de emergência de hospital geral. Arq. Ciênc. saúde [Internet] 2006 [cited 2015
dez 20]; 13(4):215-19. Available from:
3. Schleih ALG, Polydoro SAJ, Santos AAA. Escala de satisfação com a
experiência acadêmica de estudantes do ensino superior. Aval. Psicol.
[Internet] 2006 [cited 2015 dez 06]; 5(1):11-20. Available from:
.
4. Branquinho NCSS. Satisfação dos egressos do curso de graduação em
enfermagem de uma universidade pública [Dissertação]. Goiânia: Faculdade de
Enfermagem, Universidade Federal de Goiás; 2012.
Referências: CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM (Brasil). Resolução COFEN 292, de 7 de junho de 2004. Normatiza a atuação de enfermeiro na captação e transplante de órgãos e tecidos. Brasília, 2004. Disponível em: < http://novo.portalcofen.gov.br/resoluo-cofen-2922004_4328.html>. Acesso em: 06 de abril de 2015.
BIANCHI, M et al. Identificação dos Diagnósticos de Enfermagem ao Paciente Potencial Doador de Órgãos. Uniciências, Cuiabá. Dez 2015; 19(2): 174-180.
NANDA. Diagnósticos de enfermagem: definições e classificação. Porto Alegre: Artmed, 2015. |