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7772924 | TELECUIDADO COMO ESTRATÉGIA PARA A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM DO CLIENTE COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA | Autores: Maria Auxiliadora Ribeiro de Jesus Guerreiro ; Selma Petra Chaves Sá |
Resumo: **Introdução. **A insuficiência cardíaca se tornou uma epidemia num cenário no qual a população está cada vez mais idosa, apresentando alta mortalidade e morbidade. De acordo com os dados da American Heart Association (AHA), estima-se uma população com IC perfazendo um total de 5,1 milhões nos Estados Unidos no intervalo de tempo de 2007 a 2012. Esse número crescente de idosos com IC é alvo de atenção para o enfermeiro que planeja e cuida destes clientes.(1) Numa Unidade Cardiointensiva, o aumento do número de internações de clientes idosos com I.C. conduz a uma reflexão sobre as possíveis causas destas internações, dentre estas, estao a não adesão ao tratamento farmacológico e não farmacológico. Nesse sentido, o levantamento dos diagnósticos de enfermagem NANDA-I nos clientes idosos e a identificação das terminologias que demonstrem estes diagnósticos, ambos contribuirão para a implantação do processo de enfermagem através de Telecuidado. Este Trabalho é parte da dissertação de mestrado intitulada “A EFETIVIDADE DO TELECUIDADO EM PACIENTES IDOSOS COM ISUFICIÊNCIA CARDÍACA COMPARADO À CONSULTA DE ENFERMAGEM CONVENCIONAL” cujo objetivo é analisar a efetividade do telecuidado realizado pelo enfermeiro para a saúde dos pacientes idosos com I.C., mediante as consultas ambulatoriais convencionais. Para iniciar o projeto foi realizada uma revisão integrativa baseada na estratégia PICO, tendo como população: “Pacientes portadores de IC”, intervenções: “ Telecuidado”, Resultados: “Qualidade de Vida”; o critério comparação não foi aplicado. **Metodologia**. A questão central para nortear a revisão integrativa: “Como o telecuidado pode contribuir para uma qualidade de vida melhor nos clientes com IC?” O objetivo desta revisão é verificar as estratégias existentes para o telecuidado com base nas melhores evidências científicas, para a estruturação da consulta remota de enfermagem para o cliente com Insuficiência Cardíaca e consolidação da Sistematização da Assistência de Enfermagem. As bases pesquisadas foram PubMed e Literatura Latino-America e do Caribe e Ciências da Saúde (LILACS) durante o período de 01.10.2017 a 05.12.2017. Os descritores (DeCs) utilizados para pesquisa na base de dados LILACs foram: Consulta Remota, Cuidados de Enfermagem, Insuficiência Cardíaca e Qualidade de Vida, enquanto para busca na base de dados PubMed , os seguintes termos foram elencados como Medical Subject Heading (MeSH): Heart Failure AND Remote Consultation AND Nursing Care AND Quality of Life. Foram aplicados os seguintes critérios: artigos completos, revisados por pares, com descrição experimental e quase experimental. **Resultados: **Os artigos selecionados após revisão criteriosa perfazem um total de seis artigos, dentre estes a amostra dos sujeitos investigados possui uma variação de 40 a 1500. Os estudos foram realizados em locais diferentes: ambulatório (66,8%), em unidade de transição hospitalar (16,7%) e unidade em localização rural (16,7%). As publicações são referentes aos últimos 05 anos, sendo que há um predomínio das publicações no ano de 2014. Os países com mais publicações: América do Norte (50,1%), Europa (33,4%) e Oceania (16,7%). Os estudos descreveram os aspectos benéficos da consulta remota para o cliente com IC, algumas centrais oferecendo suporte ao cliente caso ele necessite de atendimento médico de urgência.No que se refere às avaliações das intervenções podemos ressaltar que, alguns estudos (50,1%) foram desenvolvidos por uma equipe multiprofissional que forneceu suporte durante o telecuidado, mediante a necessidade de intervenção ou ajuste do programa terapêutico. Os estudos na sua totalidade obtiveram intervenções educativas, sendo que, um estudo apresentou atuação direta no cuidado domiciliar através das visitas do enfermeiro. Um estudo descreveu a intervenção clínica, caso o cliente necessitasse de suporte médico; sendo encaminhado o mesmo para um serviço de emergência médica ou recebendo atendimento através de chamada de emergência. **Discussão: **Os estudos descreveram os aspectos facilitadores da telemonitorização para o cliente com IC, como algumas centrais oferecendo suporte ao cliente caso ele necessite de atendimento médico de urgência. O telecuidado possibilita o acompanhamento dos clientes através de parâmetros como peso, pressão arterial e frequência cardíaca, além de ações educativas. É importante ressaltar que, a transmissão do conhecimento aos indivíduos de forma isolada não contribui pra identificar a adesão dos mesmos ao tratamento.(2) Para tal finalidade, é essencial o embasamento das ações educativas com as Teorias da Motivação, Autodeterminação e do Déficit do Autocuidado de Orem, incluindo também, a Entrevista Motivacional e Modelo de Tomada de Decisões. Alguns estudos propiciaram o aumento da adesão ao autocuidado, a partir de ações de educação em saúde, incluindo o fortalecimento da gestão do autocuidado pelo próprio paciente com IC . A descompensação clínica da IC repercute no estado físico e psicossocial dos clientes, manejar esses sintomas de maneira eficaz é fundamental para a gestão do autocuidado da IC. A adoção de instrumentos para avaliação da QVRS foi diferenciada nos estudos, em dois estudos houve a aplicação do instrumento de Minessota que permite a verificar o bem-estar, a capacidade funcional e a tolerância ao realizar atividades de vida diária, servindo como parâmetro para intervenções durante o telecuidado. Os estudos demonstraram uma repercussão positiva na Qualidade de Vida relacionada à Saúde do cliente com Insuficiência Cardíaca (66,7%), através do telemonitoramento, caracterizado pela a adesão ao tratamento.(3) Faz-se necessário à realização de novos estudos para identificar as repercussões no tempo de internação, o custo e as re-hospitalizações dos clientes com IC. A diminuição do número de reinternações num intervalo de 180 dias como desfecho primário foi demonstrado por um estudo multicêntrico, enquanto, alguns estudos (33,4%) descreveram uma diminuição pouco significativa nas re-hospitalizações.(4,5)**Conclusão**: As estratégias de telecuidado acompanhadas de atividades educativas contribuíram para a adesão do cliente ao autocuidado e para uma melhor gestão dos sinais clínicos de descompensação da síndrome da Insuficiência Cardíaca pelo paciente. Todavia, a implantação da consulta remota pelo enfermeiro favorece o fortalecimento da Sistematização da Assistência de Enfermagem nas unidades de saúde e amplia a prática de enfermagem baseada em evidências, contribuindo para uma melhor qualidade de vida do cliente.
Referências: 1. Borges HA, Vargas DRM. As dificuldades encontradas pelo idoso hospitalizado sem acompanhante. Rev Cient ITPAC. 2011 Jul; 4(3).
2. Silva RS et al. O processo de enfermagem no cuidado à pessoa idosa. In: Menezes MR et al, org. Enfermagem gerontológica: um olhar diferenciado no cuidado biopsicossocial e cultural. São Paulo: Martinari, 2016.
3. Both, JE et al. Qualificação da equipe de enfermagem mediante pesquisa convergente assistencial: contribuições ao cuidado do idoso hospitalizado. Esc. Anna Nery [online]. 2014; 18(3):486-495. ISSN 1414-8145. |