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7767592 | “SUBCONJUNTO TERMINOLÓGICO CIPE®: CONTROLE DO CÂNCER DE MAMA”/~= | Autores: Sandra de Souza Rodrigues ; Cássia Barbosa Reis |
Resumo: Introdução: A assistência à saúde prestada por enfermeiros vem evoluindo ao
longo da história sendo que a implantação do prontuário eletrônico na atenção
básica denominado Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC), faz parte desta
evolução como instrumento de registro. Este sistema utiliza Classificação
Internacional da Atenção Primaria (CIAP) para o atendimento através do método
SOAP (Subjetivo, Objetivo, Avaliação, Plano), que permite aos profissionais da
saúde ter elementos para prestação da assistência. Como é uma classificação
multiprofissional, limita o trabalho do enfermeiro que tem na Classificação
Internacional para Prática de Enfermagem (CIPE**®**) o objetivo de estabelecer
uma linguagem clara e comum para a prática de enfermagem de ordem mundial. A
CIPE**® **norteia a assistência com base cientifica e direciona na consulta
de enfermagem, com a criação de um vocabulário único entre os enfermeiros com
aplicabilidade em todo o território de utilização, permitindo uma maior
perceptibilidade no diagnóstico e intervenção em especial na consulta
ginecológica1. A consulta de enfermagem ginecológica engloba ações que
norteiam a melhora da qualidade de vida e o autocuidado da mulher utilizando
raciocínio clinico para a assistência da saúde, sendo que este relato tem
foco no controle de câncer de mama. Metodologia: Trata-se de uma intervenção
educativa com um grupo de enfermeiros da atenção primária e atenção
especializada da rede municipal de saúde de Dourados/MS, realizada através de
doze oficinas pedagógicas. O processo educativo foi dividido em duas etapas:
formulação de diagnósticos e intervenções de enfermagem baseadas na CIPE®. Nas
oficinas utilizou-se o método de Arco de Maguerez. Através dos encontros os
diagnósticos elaborados emergiram-se baseados na Teoria das Necessidades
Humanas Básicas de Wanda Horta, que consiste em uma teoria baseada em um
modelo conceitual nas leis do equilíbrio, adaptação e holismo, adaptada ao
formato SOAP (subjetivo, objetivo, avaliação e plano) que emergiram a criação
do Subconjunto terminológico CIPE® de diagnósticos e intervenções com enfoque
no controle de câncer de Mama. Para elaborar o mapeamentos dos termos
levantou-se os problemas mais comuns identificados através da prática
assistencial nas consultas de enfermagem durante realização do exame clínico
das mamas. Separou-se dois problemas para cada integrante do grupo que ficou
com a responsabilidade de fazer revisão de literatura acerca do problema e
identificar o termo no livro CIPE® 2013 e 2015 ou termo similar. E após o
mapeamento foi realizado a elaboração dos diagnósticos. Para elaboração dos
diagnósticos, foi utilizamos o modelo dos sete eixos da CIPE® que consiste em
Foco (Área de atenção relevante para enfermagem), Julgamento (Opinião clínica
ou determinação relacionada ao foco da prática de enfermagem), Meios ( Maneira
ou método de executar uma intervenção), Ação (Processo intencional aplicado a,
ou desempenhado por um cliente), Tempo (Momento, período/instante ou duração
de uma ocorrência), Localização (Orientação anatômica ou espacial de um
diagnóstico ou intervenções), Cliente (Sujeito a quem o diagnóstico se refere
e que é beneficiário de uma intervenção de enfermagem)2. O projeto foi
submetido á apreciação do Comitê de Ética com Seres Humanos da Universidade
Estadual do Mato Grosso do Sul (CESH/UEMS) e obedeceu aos aspectos éticos
preconizados pela Resolução n° 446/2012 e está registrado na plataforma Brasil
sob número da CAAE 59976716.5.0000.8030. Resultados e discussões: Foram
elaborados 07 diagnósticos de enfermagem para mamas, sendo descritos os 4
principais por serem os mais freqüentes: 1 - Imagem corporal Prejudicada
devido Remoção da Mama; 2 - Dor em mama direita e/ou esquerda de grau Leve
Moderada ou Alta; 3 - Processo patológico em mama com potencial para risco
alto (D e/ou E) e, 4 – Acompanhamento de rastreamento(screnning) em estado de
normalidade ao avaliar Mama direita e esquerda. Os diagnósticos seguiram a
sequencia Foco – Local – Julgamento. O primeiro diagnóstico possibilita a
visibilidade de alterações biopsicossociais relacionadas ao procedimento
cirúrgico de mastectomia. Com a elaboração deste diagnóstico foi possível
oferecer uma assistência integral e não apenas relacionada aos cuidados com a
incisão cirúrgica, tornando assim a assistência com enfoque complementar
humanístico. Em relação ao diagnóstico dor nas mamas, observa-se uma maior
freqüência entre as queixas apresentadas pelas mulheres na consulta de
enfermagem, que na maior parte não esta relacionada ao processo patológico
propriamente dito, e sim ao desconhecimento das mesmas em relação aos fatores
de risco para o desenvolvimento de câncer de mama, tornando assim a elaboração
deste diagnóstico oportuno para a orientação deste cuidado.O diagnóstico com o
termo potencial para risco permitiu maior visibilidade frente ao pacientes que
apresentavam sintomas que sugeriam indícios dedesenvolver a neoplasia da mama.
Através da formulação deste diagnóstico é possível criar um plano de cuidados
mais efetivo podendo ser traçado a modo que minimize os fatores de riscos que
podem ser modificados como: obesidade, alimentação industrializada, entre
outros, e sensibilizando sobre os fatores não modificáveis. Ainda em relação a
esse diagnóstico, foi possível observar que na sua formulação pode-se utilizar
os eixos conforme a evidencia clínica observada na consulta de enfermagem. Em
relação ao diagnóstico de acompanhamento de rastreamento relacionado com os
casos em que após a consulta de enfermagem, não é observado achados fora do
estado da normalidadeda mama direita e/ou esquerda, permite ao enfermeiro um
direcionamento ligado a assistência voltada à promoção e prevenção de
possíveis alterações. Considerações finais: a elaboração dos diagnósticos e
intervenções de enfermagem utilizando um sistema de linguagem padronizada
permitiu ofertar um plano de cuidados com possibilidade de resultados mais
eficazes. Constatou-se a necessidade de atualizações constantes para sugestões
de termos ainda não contemplados. Ainda que observada a falta de termos para
elaboração dos diagnósticos e intervenções, executar tal ação permitiu
contemplar o processo de enfermagem na sua totalidade dando visibilidade ao
trabalho do enfermeiro. Contribuições/implicações para a enfermagem: o
processo educativo deve ser realizado de forma continua e espaços de educação
permanente no trabalho utilizado o processo de enfermagem devem ser
proporcionados dado ao fato que foi observado o desconhecimento da
terminologia utilizada neste trabalho, bem como as dificuldades na elaboração
dos diagnósticos. O processo ora relatado trouxe transformação importante na
prática dos envolvidos, tanto do serviço quanto do ensino, contribuindo para a
qualificação e a visibilidade do trabalho do enfermeiro na consulta
ginecológica na atenção primária em saúde.
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Referências: 1- Brasil. Resolução CNE/CEB nº6, de 20 de setembro de 2012. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Técnica de Nível Médio [Internet]. Brasília, 2012. [acessado 13 jul 2016]. Disponível: http://www.ifrs.edu.br/site/midias/arquivos/2014113112619550rceb006_12-1.pdf. 2- Mata LRF, Madeira AMF. Análise da produção científica sobre a educação profissionalizante da enfermagem: uma revisão integrativa. Rev Min Enferm. [Internet] 2010; 14(3) [acessado em 17 jul 2017]. Disponível: http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/135. 3- Galvão EA, Sousa MF. As escolas técnicas do SUS: que projetos político-pedagógicos a sustentam? Revista de Saúde Coletiva [Internet] 2012; 22(2) [acessado 15 jul 2016]. Disponível: http://www.scielo.br/pdf/physis/v22n3/17.pdf. 4- Rede de Escolas Técnicas do SUS. Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio/Fiocruz (RETSUS) [Internet] [acessado 14 jan 2018]. Disponível: www.retsus.epsjv.fiocruz.br. 5- Lessmann JC, Lanzoni GMM, Gubert E, Mendes PXG, Prado ML, Backes VM. Educação profissional em enfermagem: necessidades, desafios e rumos. Ver Min Enferm. [Internet] 2012; 16(1) [acessado em 15 jun 2016]. Disponível: file:///C:/Users/enfaj/Downloads/v16n1a15.pdf. |