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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 7754066

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7754066

DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM RELACIONADOS AS ÚLCERAS VENOSAS

Autores:
Claudia Regina Biancato Bastos ; Maria Leoni Valle ; Ana Luzia Rodrigues ; Sandra Maria Bastos Pires ; Mariangela Silveira Rodrigues

Resumo:
**Introdução:** Os Diagnósticos de Enfermagem (DE) são importantes para a avaliação contínua do cuidado sendo a segunda etapa do Processo de Enfermagem (PE) que, irá direcionar a prática da assistência, permitindo acompanhar a evolução clínica do paciente e a resposta humana frente aos cuidados prestados.1  As ulceras venosas são causadas pela insuficiência venosa advinda de uma incompetência das válvulas, associada ou não à obstrução do fluxo venoso, afetando o sistema venoso superficial, profundo ou ambos. A hipertensão venosa é o resultado desta disfunção, produzindo uma sobrecarga pelo aumento do fluxo sanguíneo que prejudica o músculo da panturrilha que acaba não conseguindo bombear quantidades maiores de sangue, na tentativa de compensar a insuficiência das válvulas. O acúmulo de líquido no tecido subcutâneo resulta em edema, lesão tecidual e consequentemente o surgimento da úlcera.2  A partir dos diagnósticos formulados pelo enfermeiro ao paciente com ulcera venosa, os cuidados são planejados com a finalidade de minimizar as complicações, facilitar a cicatrização, reduzir as infecções, prevenir as recidivas e oportunizar a segurança e o conforto do paciente. Por meio do raciocínio clinico é possível estabelecer estes diagnósticos, bem como as intervenções e os resultados de enfermagem que se quer alcançar.3 **Objetivo:** estabelecer diagnósticos de enfermagem com base na CIPE versão 2013 para pacientes com úlcera venosa crônica participantes do projeto de extensão “Ensinando e aprendendo com as feridas”. **Método:** estudo descritivo com abordagem quantitativa e corte transversal, desenvolvido no ambulatório de feridas de um Hospital Universitário do interior do Paraná. Participaram do estudo 17 pacientes com úlceras venosas inseridos no referido projeto que buscam este setor para cuidados de enfermagem e a realização de curativos. Para coleta de dados foi utilizado um instrumento estruturado com a finalidade de verificar as necessidades psicobiologicas, psicossociais e psicoespirituais, de cada paciente, permitindo assim, identificar os diagnósticos de enfermagem. A amostra foi estabelecida conforme o fluxo de atendimento do ambulatório, entre os meses de janeiro a abril de 2016. Para a tabulação e análise dos dados, empregou-se o programa Microsoft Excel 2009. Para a elaboração dos DE, foram retirados termos da CIPE® Versão 2013 que incluem a descrição das características referentes à anamnese, exame físico e avaliação clínica das feridas. A pesquisa foi conduzida dentro dos padrões exigidos pela Resolução n° 466/12 sendo aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Ponta Grossa com base no parecer emitido pelo processo nº476354155000001-05. **Resultados e Discussão:** dos 17 pacientes participantes do estudo, 48% indivíduos eram do sexo masculino e 52% do sexo feminino, com média de idade de 59 anos. Sendo 52,94% casados, 23,53% solteiros e 23,5% viúvos. 71% residiam em Ponta Grossa e 29% em outros municípios da região dos Campos Gerais. Em relação ao grau de instrução 90% com ensino fundamental incompleto e renda familiar entre 1 a 2 salários mínimos. Embora com qualificação para o mercado de trabalho, muitos destes pacientes declararam não exercer sua profissão pela incapacitação decorrente a presença da ferida e 23% deles eram aposentados. Os DE   identificados em 80% dos casos foram: Integridade Tissular Prejudicada; Edema Periférico; Perfusão Tissular Periférica Ineficaz e Dor. Em relação a Integridade Tissular Prejudicada, as intervenções indicadas foram: hidratação da pele, realização dos curativos,  orientação quanto a ingesta de  líquidos se não houvesse contra indicação e  exercícios de flexão e extensão nos membros inferiores4 O  Edema Periférico presente nos pacientes do estudo com ulcera venosa foi justificado pois sabe-se que o edema provoca a deformidade do tecido, acarretando em retardo no processo de cicatrização, pois interfere na oxigenação e drenagem natural do sistema, prejudicando o fluxo sanguíneo e produzindo hipóxia no tecido. As intervenções prescritas foram elevação do membro afetado, manobras para a drenagem linfática e exercícios de flexão e extensão. O edema pode vir acompanhado dos sinais inflamatórios de dor, calor e rubor.  O DE Perfusão Tissular Periférica Ineficaz, foi identificado nos pacientes com ulcera venosa. A vascularização adequada é fundamental para o processo de cicatrização da ferida, bem como a proliferação tecidual, A perfusão ineficaz retarda este processo e incapacita o paciente.  Neste estudo 90% dos pacientes apresentaram o diagnóstico de Dor na ferida. A dor refere-se à experiência sensorial e emocional desagradável associada à úlcera venosa, pode ter início rápido, ou lento, em um estudo semelhante estima-se que cada dez pessoas que vivem com úlcera, seis possuem este diagnóstico5. **Conclusão: **Neste estudo observou que há uma correlação estreita entre a literatura e a prática e os DE identificados permitiu uma visão global da condição de saúde deste paciente com ulcera venosa. O Enfermeiro desempenha função primordial ao identificar os   DE no cuidado à pessoa com úlcera venosa e também nos registros destes DE. Os diagnósticos de enfermagem, nortearão os cuidados a serem planejados e executados por toda a equipe de enfermagem. Estes cuidados planejados a partir de um DE baseado em evidencias clinicas acredita-se que possibilita a melhora do paciente com ulcera venosa, e principalmente evitando as complicações e as internações hospitalares. Destaca-se ainda que a CIPE® como sendo uma terminologia padronizada possui uma linguagem universal, e é imprescindível no cotidiano da enfermagem para estabelecer os DE, intervenções e resultados bem como oportunizar os registros de enfermagem, gerando subsídios para a assistência, ensino e pesquisa.


Referências:
1. Miranda AB, Fogaça AR, Rizzetto M, Lopes LCC. Surgical positioning: nursing care in the transoperative period. Rev. SOBECC, São Paulo [Internet]. 2016 [Access 2017 Dec 20];21(1):52-58. Available from: http://files.bvs.br/upload/S/1414-4425/2016/v21n1/a5578.pdf. 2. Barbosa MH, Oliva AMB, Sousa Neto AL. Occurrence of perioperative injuries for surgical positioning. Rev Cubana Enfermer. [Internet]. 2011 [Access 2017 Dec 21];27(1):31-41. Available from: http://scielo.sld.cu/pdf/enf/v27n1/enf05111.pdf. 3. Scarlatti KC, Michel JLM, Gamba MA, Gutiérrez MGR. Pressure ulcers in surgery patients: incidence and associated factors. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2011 [Access 2017 Dec 21];45(6):13691375. Available from: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v45n6/en_v45n6a14.pdf. 4. Spruce L. Back to basics: preventing perioperative pressure injuries. AORN J. [Internet]. 2017 [Access 2018 Jan 05];105(1):92-99. Available from: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1016/j.aorn.2016.10.018/epdf. 5. Lopes CMM, Haas VJ, Dantas RAS, Oliveira CG, Galvão CM. Assessment scale of risk for surgical positioning injuries. Rev. Latino-Am. Enfermagem [Internet]. 2016 [Access 2017 Dec 10];24:e2704. Available from: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v24/0104-1169-rlae-24-02704.pdf.