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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 7677297

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7677297

TECNOLOGIAS QUE DIRECIONAM O CUIDADO DE ENFERMAGEM EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA

Autores:
Maryanni Magalhães Camargo ; Mirian Fioresi ; Cândida Caniçali Primo ; Lorena Barros Furieri

Resumo:
**Introdução: **O paciente crítico, caracterizado pela instabilidade e desequilíbrio de um ou mais sistemas do organismo, necessita de uma assistência especializada e contínua com o apoio de recursos tecnológicos a fim de garantir a manutenção da vida. A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é o ambiente hospitalar adequado para o atendimento dessa clientela, pois é composto por recursos humanos e tecnológicos capacitados para identificar, interpretar e tratar complicações inerentes do quadro clínico do paciente crítico1,2. As tecnologias em saúde podem ser classificadas em três dimensões distintas: tecnologia dura (equipamentos tecnológicos, normas, rotinas, estrutura organizacional), leve-dura (saberes estruturados no processo de saúde) e leve (gestão, relações, vínculos) 3. A enfermagem em sua prática cotidiana em UTI utiliza todas as três dimensões tecnológicas, visando à adoção de condutas adequadas para uma assistência de qualidade que preserve a dignidade humana e que resgate a autonomia do indivíduo2. **Objetivo:** Identificar as tecnologias em saúde que direcionam o cuidado de enfermagem em UTI. **Metodologia: **Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, de caráter exploratório e descritivo.A coleta dos dados foi realizada no mês de dezembro 2017 e janeiro de 2018 nas bases de dados MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online), Literatura Latino-Americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (LILACS) e Base de Dados de Enfermagem (BDENF). Utilizou-se os Descritores em Ciência da Saúde (DeCS) “processo de enfermagem”, “unidades de terapia intensiva” e “tecnologia em saúde”. Para o cruzamento dos descritores utilizou-se o recurso boleano AND que se deu entre o primeiro, segundo e terceiro, e entre o segundo e o terceiro descritor. Os critérios de inclusão foram artigos publicados na íntegra sobre UTI, no recorte temporal de 2013 a 2017, nos idiomas português, inglês e espanhol e que respondessem a questão norteadora “Quais as tecnologias em saúde que direcionam o cuidado de enfermagem em UTI? Como critério de exclusão utilizou-se teses, dissertações, livros e pesquisas envolvendo crianças. Para a análise crítica dos estudos, elaborou-se um instrumento de coleta de dados visando responder a questão de pesquisa desta revisão. A análise e interpretação dos resultados foram realizadas de forma organizada e sintetizada por meio da elaboração de um quadro sintético que compreendeu os seguintes itens: autores e ano de publicação, título, metodologia, base de dados, tecnologia descrita no artigo científico, classificação das tecnologias segundo Merhy3e o impacto dessas tecnologias no cuidado de enfermagem. Os artigos selecionados foram analisados na íntegra e categorizados por áreas temáticas.** Resultados: **Foram selecionados dez artigos publicados nos últimos cinco anos, de 2013 a 2017, objetivando trabalhar com pesquisas recentes que abordassem as temáticas: tecnologias em saúde e cuidados de enfermagem em UTI. Sendo assim, pode-se destacar que dos artigos selecionados três (30%) foram publicados no ano de 2013, um (10%) em 2014, quatro (40%) em 2015 e dois (20%) em 2016, não foi identificado publicação sobre as temáticas no ano de 2017. No que se refere à metodologia, oito artigos (80%) foram classificados como qualitativos, um (10%) definido como estudo metodológico e um (10%) como retrospectivo. Quanto às bases de dados seis artigos (60%) foram encontrados na Medline, dois (20%) na LILACS e três (30%) na BDENF, um artigo foi encontrado em duas bases de dados respectivamente (LILACS e BDENF). Dos artigos selecionados pode-se identificar a descrição de oito tecnologias em saúde que direcionam o cuidado de enfermagem, sendo que um artigo (10%) descreveu um instrumento avaliativo sobre o uso de tecnologias leves em UTI’s, dois artigos (20%) relataram sobre o uso do registro médico eletrônico (RME) na assistência em saúde, um artigo (10%) citou o Bundle sobre prevenção de pneumonia associada a ventilação (PAV), um artigo (10%) evidenciou o processo de enfermagem como dispositivo tecnológico, um artigo (10%) avaliou o fixador de tubo orotraqueal (TOT) como aparato tecnológico na prevenção de extubação acidental e lesões de pele, dois artigos (20%) propuseram a capacitação profissional e um artigo (10%) sugeriu a educação continuada como recurso para uma assistência de enfermagem de qualidade, um artigo (10%) apresentou o estabelecimento de vínculo e o acolhimento dos pacientes como tecnologia efetiva para a recuperação de pacientes críticos. Quanto a classificação das tecnologias em saúde segundo Merhy3pode-se identificar que três artigos (30%) citaram as tecnologias leve-dura, três (30%) abordaram sobre as duras e leve-duras, dois (20%) descreveram as duras, um (10%) relatou as duras, leve-duras e leves e um (10%) mencionou as leves.** Discussão: **Esta revisão promoveu uma caracterização de tecnologias em saúde utilizadas em UTI. As tecnologias em saúde são ferramentas que qualificam a assistência ao paciente crítico, pois facilitam a identificação de alterações no organismo, oferece informações fidedignas em tempo real, orientam as condutas da equipe de saúde, garantem segurança e conforto. A humanização, muitas vezes, é vista como uma prática dissociável da tecnologia, porém essa visão depende da experiência do paciente e da capacitação do profissional. A adaptação e aceitação da tecnologia como parte da assistência e o entendimento de que esta auxilia no cuidado, porém não substitui a atenção e toque do profissional de saúde, são os primeiros passos para uma assistência humanizada2. Nesta perspectiva, ressalta-se a importância de que a utilização de todas as tecnologias durante o cuidado sejam elas, duras, leve-duras e leves, são fundamentais no processo de recuperação de saúde do paciente crítico, proporcionando benefícios terapêuticos que vão além de manter as necessidades físicas dos pacientes, fornecendo apoio emocional e psicológico4. Para o planejamento do cuidado o enfermeiro realiza o processo de enfermagem, um instrumento metodológico e sistemático que norteia a assistência. Este instrumento é uma tecnologia leve-dura que permite ao profissional assistir o paciente de forma individualizada, através do acolhimento e da formação de vínculo5. **Conclusão** Conclui-se que as tecnologias são importantes ferramentas na assistência em saúde, pois direcionam o cuidado de enfermagem, promovendo melhor recuperação do paciente em UTI. Ressalta-se que as tecnologias duras, leve-duras e leves são independentes, porém para uma assistência de qualidade estas devem estar interligadas. Novas pesquisas de enfermagem devem ser realizadas no intuito de promover avanços tecnológicos relacionados à assistência de enfermagem ao paciente crítico. **Contribuições para enfermagem: **Esta pesquisa contribui para uma assistência de enfermagem de qualidade e humanizada, uma vez que oferece conhecimento sobre o uso das tecnologias em saúde associadas ao cuidado de enfermagem ao paciente crítico.


Referências:
1. Brasil. Ministério da Saúde. Lei 10.216 de 6 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Diário Oficial da União 2001. 2. Ribeiro José Mendes, Inglez-Dias Aline. Políticas e inovação em atenção à saúde mental: limites ao descolamento do desempenho do SUS. Ciênc. saúde coletiva [Internet]. 2011 Dec [cited 2018 Feb 11] ; 16( 12 ): 4623-4634. Available from:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232011001300011. 3. Bosi, Maria Lúcia Magalhães et al. Inovação em saúde mental sob a ótica de usuários de um movimento comunitário no nordeste do Brasil. Ciênc. Saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 17, n. 3, p. 643-651, mar. 2012. Disponível em. Acesso em jul. 2017. 4. Souza Miriam Candida, Afonso Maria Lúcia Miranda. Saberes e práticas de enfermeiros na saúde mental: desafios diante da Reforma Psiquiátrica. Gerais, Rev. Interinst. Psicol. [Internet]. 2015 Dez [citado 2018 Fev 11]; 8(2): 332-347. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sciarttext&pid=S1983-82202015000300004 5. Barros, S, Garcia Claro, H. Processo ensino aprendizagem em saúde mental: o olhar do aluno sobre reabilitação psicossocial e cidadania. Revista da Escola de Enfermagem da USP[Internet]. 2011;45(3):700-707. Recuperado de: http://www.redalyc.org/articulo.oa? id=361033310022