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7632529 | ORGANIZAÇÃO DA UNIDADE DE TRANSPLANTE RENAL NO ESTADO DO PARÁ: CONTRIBUIÇÃO DA ENFERMAGEM | Autores: Juliana Pereira Pinto Cordeiro |
Resumo: **Introdução:** A Técnica de Transplante foi uma grande contribuição para Saúde Pública, o mesmo deve início no Brasil, em 1964 e, desde então, uma evolução pode ser observada em termos técnicos, resultados e números de procedimentos realizados. Estudar a história do transplante ainda que seja um tema relativamente novo, sua evolução tem ocorrido de forma rápida devido ao processo final que resulta em salvar vidas. **Objetivo**: Desenvolver o presente estudo de natureza histórica a respeito do tema que surge a partir da inserção como residente no Serviço de Nefrologia de um hospital de referência em Transplante Renal, no Estado do Pará, e após consultar literatura em âmbito nacional e estadual e constatar carência historiográfica, embora estudos abordem diversas questões relacionadas ao transplante renal no Brasil, porém nenhum articule essa temática ao estudo histórico da criação da unidade de transplante renal nesta unidade da Federação do Brasil. **Descrição:** De acordo com BITTERCURT, (2014), a evolução do processo está ligada a legislação que deve início com a Lei 5479/68, seguida da Constituição Federal de 1988 que decreta o direito à vida. E para reforçar esse direito, a Lei nº 9.434/1997, institui a legalidade sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento, em seu artigo 2º autoriza a realização do transplante de órgãos somente em estabelecimentos de saúde e médico-cirúrgicas de remoção e transplante permitidos pelo órgão de gestão nacional do Sistema Único de Saúde (SUS). No Estado do Pará o primeiro Transplante Renal por intermédio do SUS, ocorreu em 1999, em uma enfermeira que recebeu o órgão de doador vivo no hospital de referência que iniciou este processo no Estado depois de avaliação da equipe de urologia e nefrologia que ao observar uma demanda deprimida no Estado necessitando do serviço, a partir desta necessidade suscitou o interesse uma vez que o hospital tinha condições estruturais, pessoais e profissionais especializados na área para realizar tal procedimento é neste momento que o hospital contou com a Enfermagem em todo o processo de criação e implantação, embora o hospital público estivesse composto por um corpo pessoal bastante preparado para realizar o procedimento de tamanha monta houve a necessidade de encaminhar uma enfermeira ao Hospital do Rim e da Hipertensão, em São Paulo a qual foi devidamente capacitada para assim que retornasse ao Estado iniciassem a capacitação de toda a equipe que iria participar do transplante como Central de Material de Esterilização (CME), Central deTratamento e Terapia Intensiva (CTI), Bloco Cirúrgico (BC), Ambulatório, almoxarifado, laboratório, Farmácia, Equipe Técnica, Médica, Psicologia, Assistente Social e os demais que iriam participar de forma direta ou indiretamente assim como implementar os manuais e protocolos de Enfermagem necessário para tal. **Metodologia**: De caráter qualitativo, que segundo FILHO (2013), é parte de uma relação dinâmica entre o mundo real e o pesquisador, entre o mundo objetivo e a subjetividade de quem observa de que não pode ser traduzida em números, utilizando a história oral que busca pela construção de fontes e documentos registrar, por meio de narrativa, testemunhos, versões e interpretações sobre a História em suas mais diversas dimensões, factuais, temporais, espaciais, conflituosas, consensuais. Portanto, a história oral torna-se um método, para a produção do conhecimento histórico DELGADO, (2006), è um recurso moderno usado para elaboração, arquivamento e estudos de documentos referentes à vida social das pessoas HEIHY, (1996). **Resultados**: No Pará são poucos os registros históricos do processo de organização e implantação do serviço e da atuação das enfermeiras que estiveram envolvidas neste processo para realizar a descrição da história da criação e organização da unidade de transplante renal no estado foi necessário utilizar a memória individual e coletiva que possibilitou buscar, na história de cada um dos participantes fatos, acontecimentos de um grupo de profissionais e mesmo a contribuição individual de cada um dos mesmos para a construção coletiva desse serviço. Esta construção ocorreu de maneira gradativa, com lembranças de um período importante para a saúde da população paraense. De inicio a proposta era de maneira simples estruturar o serviço sem dificuldades. Ao passo que a gerente de enfermagem do hospital observou a dimensão do serviço a ser oferecido à população e a demanda de paciente com doença renal que procuravam o atendimento em outros centros de referências fora do estado surgiu necessidade de organizar um serviço completo e de excelência. **Conclusão**: Este estudo possibilitou conhecer como ocorreu a organização e a implantação do serviço de Transplante Renal, a escolha do espaço físico, dos materiais e a organização da equipe técnica. Foi possível visualizar o envolvimento das enfermeiras no processo desde o momento em que a unidade foi idealizada: a escolha das pessoas mais preparadas, a busca pelo conhecimento**, **o aperfeiçoamento das práticas**, **o poder decisório no processo de organização, as experiências profissionais. A atuação das enfermeiras responsáveis pelo transplante renal significa muito mais que a assistência, e sim a constituição do saber. Foram elas que contribuíram de forma soberana para processo de criação e implantação da Unidade de transplante Renal no Pará. A participação das mesmas foi fundamental para que ocorresse a organização do serviço de Enfermagem de qualidade e diferenciado tanto em recursos físicos, humanos, estruturais e humanitários uma vez que até mesmo o cuidado na escolha da manta que cobriu o paciente não deixou de aplicado podendo ser observado que tudo foi muito bem aplicado e reavaliado em seguida com a intenção de buscar melhoras a cada transplante realizado. **Contribuições/ Implicações para a Enfermagem**. O estudo contribuiu para dar visibilidade à contribuição das enfermeiras que participaram do processo de criação e implantação do serviço permitindo a construção do conhecimento da história da Enfermagem na Unidade de Transplante Renal do Estado do Pará viabilizando assim possibilidade para novas pesquisas.
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Referências: 1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília: MS; 2017.
2. Varella TC, Matsumoto KS, Acioli S, Monteiro VO. Formação do enfermeiro para atenção básica: contexto e perspectivas. In: Associação Brasileira de Enfermagem; Kalinowski CE, Crozeta K, Costa MFBNA, organizadoras. PROENF Programa de Atualização em Enfermagem: Atenção Primária e Saúde da Família: Ciclo 1. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2013. P. 77-97. (Sistema de Educação Continuada a Distância, v. 3).
3. Brasil. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CES nº 3, de 7 de novembro de 2001. Brasília: CNE; 2001. |