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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 7628021

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7628021

SISTEMATIZÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM COM UMA IDOSA À LUZ DA TEORIA SISTÊMICA

Autores:
Marina Valcanover Borges ; Paula Cristina Bolzan ; Raysa Fernandes Moreira ; Rafaela Martini Cordeiro

Resumo:
**SISTEMATIZÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM COM UMA IDOSA À LUZ DA TEORIA SISTÊMICA** Marina Valcanover Borges[1]  Paula Cristina Bolzan[2] _ Rafaela Martini Cordeiro_[3]__ Raysa Fernandes Moreira[4] Dirce Stein Backes[5] **Introdução:** A teoria Sistêmica favorece a apreensão ampliada e contextualizada dos fenômenos sociais. Com base neste pensar, a família é compreendia como sistema complexo e constituída por vários subsistemas que atuam mutuamente, tais como o parental e o conjugal¹. Compreendida como sistema, a família deve ser compreendida em seus movimentos singulares e multidimensionais, nos quais o todo está interligado à parte, assim como a parte está interligado ao todo². ** Objetivo:** Objetiva-se relatar a experiência vivenciada a partir da Sistematização da Assistência de Enfermagem com uma idosa de 81 anos de idade, à luz da teoria Sistêmica. **Metodologia: **Trata-se de um relato de experiência relacionado a Sistematização da Assistência de Enfermagem com uma idosa de 81 anos de idade, moradora de uma comunidade vulnerável, localizada na região central do estado do Rio Grande do Sul, no período de agosto a novembro de 2017, por meio de doze visitas regulares e sistematizadas, ocorridas em sua residência no período de uma hora cada. **Resultados:** A Sistematização da Assistência de Enfermagem foi realizada com a idosa (codinome “Flor de Maracujá”) em cinco fases: coleta de dados e/ou histórico de enfermagem com base nos relatos da idosa; diagnóstico de enfermagem, que se embasou na percepção das necessidades observadas na Flor de Maracujá; planejamento de enfermagem, que consistiu em um plano participativo de intervenções, com bases nas necessidades singulares e multidimensionais; implementação, que se fundamentou no plano de intervenções abordadas com a idosa e avaliação de enfermagem que se baseou em analisar os resultados atingidos. As etapas serão detalhadas na sequência: **Histórico de enfermagem:** A entrevista foi realizada a partir das aulas práticas da disciplina de Saúde Coletiva II, no segundo semestre de 2017, por meio de visitas domiciliares à Flor de Maracujá. Trata-se de uma senhora, com 81 anos, portadora da doença de Alzheimer há dois anos e que apresenta dificuldade em deambular, devido a uma úlcera venosa crônica localizada no membro inferior direito, há mais de trinta anos. A idosa apresenta-se debilitada nas diferentes dimensões humanas. **Diagnóstico de enfermagem:** Com base na teoria sistêmica, que considera às necessidades singulares e multidimensionais, buscou-se apreender a dimensão biológica, psicológica, social e espiritual³. Após a avalição coletiva, constatou-se que a idosa possui fragilidades tanto nos aspectos biológicos, quanto psicológicos, sociais e espirituais. Em relação à demanda biológica, identificou-se deficiências no cuidado corporal, higiene pessoal, sono, atividade física. Já na psicológica, se percebeu solidão, baixa autoestima e descaso. Confirmaram-se os diagnósticos de integridade da pele prejudicada e relacionamento familiar conflituoso, visto que a idosa não possui o hábito de realizar a limpeza adequada de sua lesão, o que dificulta o processo de cicatrização. Percebeu-se desatenção de seus familiares em relação aos seus cuidados básicos. Em seu jeito de falar e olhar observou-se profunda preocupação em relação ao seu futuro. Enquanto contava sua história de vida, mostrava também muita dificuldade em recordar alguns fatos, confirmando desta forma, o diagnóstico de memória deficiente. Constatou-se movimento corporal diminuído pela idade, além de risco de infecção devido a métodos inadequados na limpeza da lesão. Constatou-se, ainda, aumento do risco para acidentes domésticos, devido à lesão no membro inferior e outras limitações. **Planejamento de enfermagem:** Considerando a sua baixa autoestima, descaso dos familiares e preocupação em relação ao seu futuro, devido as suas condições de vida, foi construído um plano singular e multidimensional, considerando os cuidados básicos, sobretudo, o bem-estar de Flor de Maracujá, com ênfase na promoção da saúde e interação com as pessoas mais próximas. Nesse sentido, foram estimuladas visitas às vizinhas mais próximas, participação em grupos de idosos, dentre outros. **Avaliação de enfermagem:** Ao concluir o processo de enfermagem, mais especificamente as cinco etapas da Sistematização da Assistência de Enfermagem, realizou-se uma avaliação coletiva, com todos os envolvidos no processo de enfermagem. Nesta avaliação, constatou-se que, para o plano de intervenções possibilitar resultados positivos, ou seja, alcançar a melhora na saúde de Flor de Maracujá, as mesmas devem ser planejadas com a participação de todos os atores envolvidos. Quanto às visitas, estas devem ser regulares na residência da usuária, no sentido de garantir o cuidado às necessidades básicas, em especial, em relação à úlcera venosa. Quanto à troca do curativo, frisou-se o cuidado adequado que todos devem possuir, ao realizar a troca de curativo, quando em sua residência, sem a ajuda de um profissional de Enfermagem. Assim sendo, tanto a família, quanto a própria Flor de Maracujá devem contribuir para a melhora da qualidade de vida da mesma. **Conclusão:** Concluiu-se que Sistematização da Assistência de Enfermagem foi de extrema importância para identificar e intervir nas necessidades singulares e multidimensionais da Flor de Maracujá em seu sistema familiar. **Contribuições/implicações para a Enfermagem**: A Sistematização da Assistência de Enfermagem, aliada a teoria sistêmica, se constitui em importante estratégia para o alcance das necessidades singulares e multidimensionais, sobretudo, na população idoso. Desse modo, sugere-se novos estudos nesta área. * * * [1] Estudante do curso de enfermagem, Unifra, Santa Maria/RS, E-mail: marina.valcanover@hotmail.com [2] Estudante do curso de enfermagem, Unifra, Santa Maria/RS. E-mail: bolzan10@hotmail.com. [3] Estudante do curso enfermagem, Unifra, Santa Maria/RS. E-mail: rafaelamc2210@gmail.com. [4] Estudante do curso enfermagem, Unifra, Santa Maria/RS. E-mail: raysa_liv@hotmail.com. [5] Doutora em Enfermagem. Professora do Centro Universitário Franciscano – UNIFRA. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq. Coordenadora do Mestrado Profissional em Saúde Materno Infantil. E-mail: [backesdirce@unifra.br](mailto:backesdirce@unifra.br)


Referências:
1.Caldas, C. P. & Thomaz, A. F. A Velhice no Olhar do Outro: Uma perspectiva do jovem sobre o que é ser velho. Revista Kairós Gerontologia 13(2), ISSN 2176-901X, São Paulo, novembro 2010: 75-89. 2. Flores GC, Borges ZN, Denardin-Budó ML, Mattioni FC. Cuidado intergeracional com o idoso: autonomia do idoso e presença do cuidador. Rev Gaúcha Enferm., Porto Alegre (RS) 2010 set;31(3):467-74 3. Newman S. Histórico, modelos, resultados e melhores práticas dos programas intergeracionais. Rev Terceira Idade. 2011;22(50):7-18. 4.Tarallo,R. dos S.,Neri, A. L.,Cachioni, M. C. Atitudes de idosos e de profissionais em relação a trocas intergeracionais .Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, 2017; 20(3): 423-431