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7566931 | INTEGRALIZAÇÃO CURRICULAR DA EXTENSÃO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PROJETO #DR | Autores: Thaís Fávero Alves ; Daniela Valcarengui ; Silvana Tomazoni de Oliveira ; Léia Viviane Fontoura ; Edneia Casagranda Bueno |
Resumo: **INTRODUÇÃO**: O projeto de extensão Discutindo a Relação (#DR), iniciou suas atividades em março de 2015 em parceria com a Rede Pública de Educação do município de Itajaí/SC, envolvendo a comunidade escolar e os profissionais da Estratégia de Saúde da Família (ESF), tendo como objetivo desenvolver ações de promoção da saúde para o enfrentamento das vulnerabilidades que interferem no desenvolvimento integral dos adolescentes. Atua a partir de uma postura interdisciplinar e multiprofissional**,** com a participação dos cursos vinculados ao Centro de Ciências da Saúde: Enfermagem, Psicologia e Biomedicina, articulando o tripé ensino, pesquisa e extensão. O Plano Nacional de Educação (PNE) atualmente em vigor, ao tratar da meta 12, que diz respeito a elevação da taxa de matrícula em ensino superior no País, a extensão ganha destaque na estratégia 12.7 que prevê “assegurar, no mínimo, 10% do total de créditos curriculares exigidos para a graduação em programas e projetos de extensão universitária”. ¹ Segundo o PNE, as ações em extensão universitária devem ser orientadas, prioritariamente, para “áreas de grande pertinência social”¹. Buscando o desvelamento do termo citado no PNE – “grande pertinência social” – acredita-se que este se refere a áreas cujo potencial é de transformar realidades, ou seja, ações de extensão universitária que possam pautar suas práticas para além do puramente biológico, fugindo da hegemonização preventivista e assistencialista e assumindo uma postura relacionada às práticas de promoção de saúde. Neste sentido e, diante dos desafios de se concretizar uma extensão universitária passível de transformar realidades, o projeto #DR, da Universidade do Vale do Itajaí, desde o ano de 2017 vem desenvolvendo ações de integralização curricular nos cursos que compõem suas ações extensionistas. **OBJETIVO**: O objetivo deste trabalho é relatar a experiência da integralização curricular do projeto de extensão #DR, junto aos cursos de enfermagem e psicologia. **DESCRIÇÃO METODOLÓGICA**: As ações do projeto estão de acordo com as recomendações do Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional - PRÓ-SAÚDE, lançado pelo Ministério da Saúde em 2005, que propõe a aproximação da academia aos serviços públicos de saúde, mecanismo fundamental para transformar o aprendizado com base na realidade socioeconômica e sanitária da população brasileira², e com o Programa de Saúde na Escola (PSE), implantado por meio do Decreto nº 6.286/07, compreendendo os eixos de promoção da saúde, cultura da paz e prevenção de agravos³. As ações de integralização curricular do #DR ocorrem desde o primeiro semestre de 2017, em dois dos três cursos envolvidos com o projeto, a partir da vinculação das atividades de educação e saúde realizadas pela extensão em disciplinas afins com a proposta, sendo essas: Educação em Saúde, do 3º período do curso de Enfermagem e Psicologia Educacional, do 7º período do curso de Psicologia. Após inserção da integralização curricular nos planos de ensino das referidas disciplinas, o processo de integração ensino/extensão se deu conforme os passos descritos a seguir: Inclusão de datas específicas nos cronogramas para realização das atividades junto ao projeto de extensão; apresentação do projeto para os acadêmicos; visita técnica ao local das oficinas (escola); desenvolvimento do projeto de educação em saúde na universidade (acadêmicos e extensionistas); aplicação das oficinas na escola; avaliação das atividades na universidade (roda de conversa). **RESULTADOS:** Os resultados aqui descritos se referem as atividades do primeiro semestre de 2017. As ações de integralização curricular contaram com a participação de 29 estudantes do curso de Enfermagem e 35 do curso de Psicologia. Ao final da inserção, os acadêmicos foram convidados a responder um questionário semi-estruturado referente a sua participação nas oficinas, bem como o contato com o projeto de Extensão #DR. O primeiro questionamento feito aos acadêmicos foi: “Como foi estar em contato com o Projeto de Extensão #DR?”, ao analisarmos as respostas dos alunos em relação à primeira questão solicitada percebeu-se que para ambos os cursos Enfermagem e Psicologia, as palavras que mais surgiram foram: Experiência 63,92%, Conhecimento 25%, Contato 25% e Satisfatório 25%. No que se refere à segunda questão, que indagava: “Qual a repercussão do contato com o #DR em sua formação acadêmica?” Em ambos os cursos as palavras que mais surgiram, foram: Conhecimento 33,33%, Experiência 75,59%, Contato 23,61% e Prática 25%. Em relação à terceira questão que questiona: “Quais as potencialidades e fragilidades da experiência com o #DR?” as palavras mais mencionadas pelos cursos foram: Contato 29,16%, Tempo 33,33%, Experiência 14,58 %, Teoria e prática 12,5%, Aprendizado 12,5%. No que diz respeito à última questão referente: “Com esta vivência na extensão, foi possível identificar os conceitos trabalhados em sala na Disciplina (Educação em Saúde no curso de Enfermagem e Psicologia Educacional no curso de Psicologia)”. Nesta questão as palavras mais descritas foram: Educação em Saúde 41,66%, Metodologia Ativa 39,55% Empoderamento 16,66%, Promoção à saúde 12,5%, Afetividade 10,41% e Experiência 12,50%. **CONCLUSÃO:** A partir do questionário implementado para avaliação desta experiência, notou-se que os acadêmicos destacaram a importância da inserção em um projeto de extensão para sua formação enquanto sujeitos que se inter-relacionam, aprendendo uns com os outros. Neste sentido, a troca de experiências e a construção coletiva do conhecimento possibilitou uma melhor apreensão dos conteúdos teóricos discutidos em sala de aula - a exemplo das metodologias ativas de ensino e aprendizagem e os pressupostos da educação libertadora - a partir da aplicação dos mesmos na prática, assumindo assim sentido para os sujeitos participantes. **CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM:** A criação de vínculo dos acadêmicos com os extensionistas e comunidade escolar, foi apontada como uma das maiores potencialidades da integralização, bem como o vislumbre de um futuro profissional, compreendendo melhor o papel da sua categoria no mercado de trabalho. Assim, experiência da integralização curricular deve ser ampliada e fortalecida, considerando a importância apontada do contato dos acadêmicos com a extensão universitária, tanto para a universidade (como potencializador do ambiente formativo e implementação do PNE), quanto para a comunidade escolar, haja vista as possibilidades de empoderamento e o fortalecimento dos vínculos deste coletivo. Destaca-se a experiência como uma estratégia de atribuição de sentidos aos conteúdos teóricos aprendidos em sala de aula, bem como para trabalho interdisciplinar.
Referências: 1. BRASIL, Ministério da Saúde. Vigilância das Doenças Crônicas Não Transmissíveis. 2014. Portal da Saúde (SUS). Disponível em: . Acesso em: 15 nov. 2017.
2. OUCHIA, Janaina Daniel; TEIXEIRA, Cintia; RIBEIRO, César Augusto Góes; Cibelli Cristina Oliveira. Tempo de Chegada do Paciente Infartado na Unidade de Terapia Intensiva: a Importância do Rápido Atendimento. Ensaios Cienc., Cienc. Biol. Agrar. Saúde, v.21, n.2, p. 92-97, 2017. Disponível em:. Acesso em: 15 nov. 2017.
3. GROSSI, Manoela Gomes; MARUXO, Harriet Babara; KOBAYASHI, Rika M.; PRADO, Cláudia; HEIMAN, Candice. Revisão integrativa: a utilização das mídias interativas para educação em saúde. Investigação Científica - Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. 2014. Disponível em: . Acesso em: 15 nov. 2017.
4. NASCIMENTO, Évelyn Aparecida; TARCIA, Rita Maria Lino; MAGALHÃES, Lidiane Pereira; SOARES, Mariângela Abate de Lara; SURIANO, Maria Lucia Fernandez; DOMENICO, Edvane Birelo Lopes de. Folhetos educativos em saúde: estudo de recepção. Rev. Esc. Enferm. USP. 2015. Disponível em: . Acesso em: 15 nov. 2017. |