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7551429 | CONSTRUÇÃO DE UMA SISTEMÁTICA EDUCATIVA E ASSISTENCIAL: PREPARAÇÃO PARA O CAMPO CLÍNICO: RELATO DE EXPERIÊNCIA | Autores: Fátima Helena do Espírito Santo ; Cristhian Antônio Brezolin ; Luiz dos Santos |
Resumo: CONSTRUÇÃO DE UMA SISTEMÁTICA EDUCATIVA E ASSISTENCIAL: PREPARAÇÃO PARA O
CAMPO CLÍNICO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Cristhian Antônio Brezolin
Fátima Helena do Espírito Santo
_Luiz dos Santos_
Introdução: Ao analisar o processo de formação do enfermeiro deve-se
considerar a necessidade de introduzir e sistematizar metodologias que
proporcionem conhecimentos técnicos e impulsionem a capacidade reflexiva e
crítica.¹ Assim, compreender a metodologia da assistência em enfermagem como
um caminho para se conduzir o trabalho é crucial para o estudante de
graduação, já que sua aplicação requer uma articulação teórico-prática² para
proporcionar um cuidado articulado a autonomia profissional, do paciente e
suas necessidades biológicas.³ A graduação constitui um momento oportuno para
o desenvolvimento da sistematização da assistência em enfermagem a fim de
ajudar os acadêmicos a ampliarem a percepção da necessidade de sua
implementação e assim lançar mão desta importante ferramenta no cotidiano
profissional.4 Objetivos: aplicar uma estratégia de ensino aos alunos na
disciplina Enfermagem na Saúde do Adulto e Idoso I do curso de graduação em
enfermagem que contemple a participação coletiva dos mesmos na construção de
uma sistematização na assistência em enfermagem para pacientes com quadros
clínicos em uso de terapias medicamentosas no contexto da hospitalização.
Descrição metodológica: A primeira etapa do estudo abrangeu a análise de dados
em 37 estudos de caso desenvolvidos pelos acadêmicos de enfermagem do primeiro
semestre de 2017 nos setores de Clínica Médica e Hematologia do Hospital
Universitário Antônio Pedro (HUAP) da UFF, setores estes que constitutem o
campo de atuação prático da disciplina, na qual o projeto estava vinculado.
Realizada a leitura na íntegra dos estudos de caso, levantou-se os quadros
clínicos e medicamentos mais prevalentes nos referidos trabalhos, sendo os
mesmos tabulados em um instrumento de investigação desenvolvido para este fim.
Posteriormente, foram eleitos 45 fármacos e 25 quadros clínicos e, para cada
um deles, foi estabelecido um formulário contendo os eixos que diretamente
integram a SAE: coleta de dados, diagnóstico de enfermagem, planejamento,
implementação da assistência e avaliação. Extraclasse os 21acadêmicos que
aceitaram participar do projeto foram divididos em duplas ou trios e receberam
um formulário contendo uma temática extraída dos estudos de caso analisados,
sendo esta uma classe farmacológica ou um quadro clíníco.Posteriormente, era
realizada breve explicação sobre a sistematização da assistencia em enfermagem
e suas etapas, e os estudantes eram orientados a elencar pontos relevantes
para cada eixo, baseado nos conhecimentos biomédicos e de enfermagem
adquiridos até o momento, devendo justificar o porquê de cada resposta. Em
grupo efetuava-se a leitura das respostas e o monitor mediava a discussão
adicionando, corrigindo e explicando as informações. Por fim realizou-se a
última etapa do estudo, com base nas respostas e discussão com os acadêmicos,
foi criado um banco de dados online contendo, atualmente, 50 quadros clínicos
e grupos farmacológicos. Acessando os mesmos é possível ter uma visão global
das etapas da assistência em enfermagem, em que cada item apresenta uma
justificativa construída a partir da discussão com os acadêmicos e embasada em
uma detalhada consulta realizada pelo monitor na literatura científica das
áreas de fisiologia, farmacologia e enfermagem médico-cirúrgica, tendo em
vista o caráter integrativo da disciplina. Como instrumento de avaliação do
estudo aplicou-se uma pesquisa de opinião anônima composta de cinco questões
objetivas com alternativas de respostas, organizadas em quatro níveis de
satisfação, e também uma questão aberta de livre opinião, todos os dados da
pesquisa de opinião foram tabulados para posterior análise. Os resultados
demonstraram que a aplicação do estudo melhorou a capacidade dos estudantes em
articular a teoria com a prática da enfermagem diante de situações clínicas.
Dos 21 alunos avaliados, 100% classificaram que antes do projeto consideravam
sua capacidade de articulação teórico-prática pouco satisfatória, contudo após
o projeto 66,6% avaliaram como satisfatório, e 33,4% como extremamente
satisfatório. Sobre a confiança em desenvolver a sistematização da assistência
em enfermagem na área hospitalar 52,5% afirmaram estar extremamente confiantes
e 47,5% confiantes após o desenvolvimento do projeto. Quando questionados
sobre a capacidade do projeto favorecer a compreensão da atuação e
competências do enfermeiro no ambiente hospitalar 75,3% responderam que se
consideram satisfeitos, enquanto 24,7% extremamente satisfeitos. Ao analisar a
questão aberta de livre opinião sobre o projeto evidenciou-se que as respostas
relacionaram a aplicação do mesmo com um melhor desempenho no estágio teórico-
prático, além de sugestões como aplicar a atividade para as tumas seguintes.
Dessa forma, o projeto favoreceu maior autonomia e confiança na realização de
cuidados aos pacientes durante o ensino teórico prático da disciplina e
forneceu subsídios para a aplicação de uma sistematização mais aprofundada
para pacientes hospitalizados. Conclui-se que o envolvimento dos alunos na
construção de uma sistematização na assistência valendo-se de metodologias
ativas, agregando novas ideias ao saber já consolidado, favorece a compreensão
da atuação enquanto futuro enfermeiro, na medida em que promove, através da
reflexão crítica de suas ações, uma preparação sólida e científica para
atuação no campo clínico,resultando em uma assistência de melhor qualidade e
eficácia ao paciente, bem como representa um material didático a ser
disponibilizado para os demais discentes, além de fornecer melhor preparação
para o mercado de trabalho. Contribuições para a Enfermagem: A abordagem da
Sistematização da Assistência em Enfermagem na graduação proporciona ao
estudante compreender o trabalho do enfermeiro de modo mais científico e com
visão ampla das etapas do processo de cuidar. Esta estratégia aliada a
aproximação com situações clínicas a serem vivenciadas e a participação direta
do estudante, possibilita que diante da prática seja esta na graduação ou
enquanto profissional, a tomada de decisões seja pautada no conhecimento
científico e na compreensão do processo de enfermagem como guia para uma
assistência de qualidade. Para o corpo profissional, esta abordagem garante
enfermeiros com maior efetividade laboral, raciocínio clínico, e capacidade de
analisar as situações de forma global, agregando visibilidade e cientificidade
à profissão e qualificando o cuidado prestado.
REFERÊNCIAS
1. Barba AV, Urien EL. La satisfacción del alumnado em la implementación de
metodologías colaborativas de aprendizaje. Index Enferm, Granada 2009; 18(2):
142-146.
2. Fuly PSC, Leite JL, Lima SBS. Correntes de pensamento nacionais sobre
sistematização da assistência de enfermagem. Rev Bras Enferm 2008; 61:
883-887.
3. Barros DG, Chiesa AM. Autonomia e necessidades de saúde na Sistematização
da Assistência de Enfermagem no olhar da saúde coletiva. Rev Enferm USP 2007;
41: 793-798.
4. Silva, JP, Garanhani ML, Peres AM. Sistematização da Assistência de
Enfermagem na graduação: um olhar sob o Pensamento Complexo. Revista Latino-
Americana de Enfermagem. 2015;23(1):59-66.
DESCRITORES: Processos de Enfermagem, Ensino Superior, Enfermagem.
ÁREA TEMÁTICA DO EVENTO NA QUAL O TRABALHO SE VINCULA: **TEMA 3: Processo de
Enfermagem: referenciais teórico-metodológicos, raciocínio clínico e sistemas
de linguagem padronizada.**
Referências: 1. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Área de saúde do adolescente e do Jovem. Marco legal: saúde, um direito de adolescentes. Brasília: Ministério da Saúde; 2007 [acesso em: 16 fev 2017] Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/07_0400_M.pdf.
2. Bock A, Bahia M. A adolescência como construção social: estudo sobre livros destinados a pais e educadores. ABRAPEE [periódicos na Internet]. 2007 [ acesso em 11 fev 2017]; 11(1):63-76. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-85572007000100007
3. Brasil. Fundo Nacional de Desenvolvimento da educação-FNDE. Sobre o livro didático. [acesso em: 11 fev 2017]. Disponível em: http://www.fnde.gov.br/programas/livro-didatico/livro-didatico-funcionamento.
4. Bardin L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70; 1977. |