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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 7523569

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7523569

PERCEPÇÕES DE USUÁRIOS DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA SOBRE O ATENDIMENTO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Autores:
Maria Fernanda Pereira Gomes ; Kesley de Oliveira Reticena ; Emy Graziele Utida

Resumo:
PERCEPÇÕES DE USUÁRIOS DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA SOBRE O ATENDIMENTO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE Maria Fernanda Pereira Gomes1 Lislaine Aparecida Fracolli2 Kesley de Oliveira Reticena3 Emy Graziele Utida4 INTRODUÇÃO A Atenção Primária à Saúde (APS)foi densamente discutidaem 1978, na Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, o que resultou na publicação da Declaração de Alma-Ata, a qual traz que,por meio dos cuidados primários é possível que a população consiga atingir um nível de saúde favorável a vida social, produtiva e familiar1. No Brasil, a Estratégia Saúde da Família é tida pelo Ministério da Saúde e gestores estaduais e municipais, como estratégia de expansão, qualificação e consolidação da atenção primária, por promover a reorientação do processo de trabalho2.Essa estratégia produz as ações de saúde com foco nos usuários, facilitando o vínculo, a integralidade, a coordenação da atenção, a articulação com a rede assistencial, a participação social e a atuação intersetorial2, e mostrar resultados positivos para saúde da criança, saúde da mulher, saúde do adulto,além de ampliar a distribuição de medicamentos e a cobertura de saúde bucal para a população3.O enfermeiro da ESF, além das atribuições de atenção à saúde e de gestão comuns a qualquer enfermeiro da atenção básica, tem a atribuição de planejar, coordenar e avaliar as ações desenvolvidas pela equipe2. Desta forma, é importante que seja conhecida a maneira que a ESF tem se operacionalizado em diversos cenários, especialmente na perspectiva de usuários, para que o enfermeiro auxilie no desenvolvimento e alcance de seu potencial de mudanças das práticas assistenciais. OBJETIVO:Compreender a perspectiva de cuidadores de crianças menores de dois anos e adultos maiores de 18 anos, a partir da identificação de pontos positivos e negativos, sobre o atendimento de saúde na Atenção Primária à Saúde (APS) municipal, nas Estratégias Saúde da Família (ESF) implantadas nos municípios que compõem as Comissões Intergestores Regionais (CIRs) de Alto Capivari e Alta Sorocabana da Rede Regional de Atenção à Saúde (RRAS) 11 de Presidente Prudente, interior do Estado de São Paulo, Brasil. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: Trata-se de um estudo descritivo e exploratório, de natureza qualitativa, desenvolvido junto a usuários atendidos pelas ESF implantadas nos municípios que compõem as CIRs de Alto Capivari e Alta Sorocabana da RRAS 11 de Presidente Prudente, interior do Estado de São Paulo, Brasil.As CIRs citadas são constituídas por uma totalidade de 24 municípios, sendo que a CIR Alta Sorocabana conta com 19 municípios: Alfredo Marcondes, Álvares Machado, Anhumas, Caiabu, Emilianópolis, Estrela do Norte, Indiana, Martinópolis, Narandiba, Pirapozinho, Presidente Bernardes, Presidente Prudente, Regente Feijó, Ribeirão dos Índios, Sandovalina, Santo Anastácio, Santo Expedito, Taciba e Tarabai; e a CIR Alto Capivari com cinco municípios: Iepê, João Ramalho, Nantes, Quatá e Rancharia. Participaram do estudo 37 usuários adultos com idade igual ou superior a 18 anos e 36 cuidadores de crianças menores de dois anos, aplicando-se os seguintes critérios de inclusão: idade igual ou superior a 18 anos, ser atendido pela ESF há pelo menos seis meses, condições físicas e cognitivas para responder aos questionamentos e residir em município com cobertura de 50% ou mais da população pela ESF. Destaca-se que apenas 23 destes municípios contavam com cobertura de 50% ou mais da população pela ESF e que os municípios de Pirapozinho e Santo Expedito não aceitaram participar do estudo. Os dados foram coletados entre os meses de junho a setembro do ano de 2015, sendo que a coleta foi realizada após o pesquisador abordar o usuário na unidade de saúde, a partir de seleção aleatória dentre os indivíduos que frequentavam as unidades no período.Foram realizadas as seguintes questões: “Dê sua opinião sobre o atendimento de saúde à criança na Atenção Primária à Saúde municipal, aponte os pontos positivos e negativos deste tipo de serviço?” e “Dê sua opinião sobre o atendimento de saúde prestado aos adultos (maiores de 18 anos) na Atenção Primária à Saúde municipal, aponte os pontos positivos e negativos deste tipo de serviço?”.Os participantes responderam às questões por escrito, diretamente no instrumento que foi disponibilizado a eles, que possuía dados de caracterização e questões referentes aos atributos da APS. Para a realização da análise dos dados, as respostas foram digitadas na íntegra no Microsoft Word for Windows e, após, passaram pelas três etapas do processo da análise de conteúdo na modalidade temática: a ordenação, a classificação e a análise final4. O desenvolvimento do estudo ocorreu em conformidade com o preconizado na resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, tendo sido autorizado pelas CIRs e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos da Universidade de São Paulo (protocolo 1.024.138/2015). RESULTADOS: Participaram do estudo 37 usuários adultos e 36 cuidadores de crianças menores de dois anos, sendo que tanto os usuários adultos quanto os cuidadores de crianças menores de dois anos apontaram pontos positivos e negativos quanto ao atendimento da ESF em seus respectivos municípios, convergindo em três temáticas que serão apresentadas a seguir. Reconhecendo os atributos essenciais da Atenção Primária à Saúde: Ao analisar as respostas dos participantes, observou-se que os participantes adultos e os cuidadores de menores de dois anos reconheceram a qualidade da assistência prestada pela ESF como satisfatória. Os participantes adultos evidenciaram que foram atendidos em tudo o que precisaram e que o cuidado é realizado integralmente. Os cuidadores de crianças menores de dois anos também evidenciam a resolutividade da atenção, o cuidado humanizado e integral, o acesso de primeiro contato na unidade e a coordenação da atenção pela APS. Identificando fragilidades na Atenção Primária à Saúde. Observou-se que, apesar do reconhecimento da qualidade da assistência prestada pelas equipes da ESF, foi grande o número de participantes que apontou pontos frágeis dos serviços, sendo que dentre os usuários adultos, alguns relataram demora no atendimento, em conseguir consultas com especialistas e realizar exames diagnósticos, falta de profissionais e medicações, além da evidência pelos cuidadores, da falta de médico pediatra. Sugerindo melhorias na Atenção Primária à Saúde. Além das fragilidades da APS apontadas pelos participantes, outros pontos, vistos como desafios do serviço e dos profissionais apareceram nos relatos. Dentre os participantes adultos, alguns ressaltaram questões relativas ao horário de funcionamento da unidade e à qualidade da assistência, e dentre os cuidadores de crianças menores de dois anos foi destacada a qualidade da assistência, a rotatividade de profissionais, a falta de informação dos serviços que são prestados, a limitação na composição da equipe de saúde e a desorganização nas unidades. CONCLUSÃO:Os relatos mostram que os profissionais que trabalham na ESF propiciam o acesso, a continuidade do cuidado tanto aos usuários adultos quanto às crianças. Porém, sugerem que apesar de serem bem atendidos, alguns pontos de atenção dos serviços necessitam de investimentos para que seja alcançada a integralidade do cuidado.Observa-se que existem diversas questões específicas a respeito da qualidade da assistência e ao funcionamento dos serviços que merecem mais atenção para que os princípios do sistema de saúde brasileiro sejam operacionalizados. CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM:Estes resultados auxiliam os enfermeiros a terem subsídios para aprimorar a sua atuação na ESF, visto que, na maioria dos casos, esses profissionais são os coordenadores das equipes. Ademais, ao fortalecer as ações desenvolvidas pela ESF, é possível alcançar melhorias na APS, promovendo qualidade de vida aos usuários e colocando em prática os preceitos do sistema de saúde.


Referências:
1. Fernandes, J. D. Uma década de diretrizes curriculares nacionais: Avanços e desafios na enfermagem. 13°. SINADEN. 2012. Disponivel em: http://www.abeneventos.com.br/13senaden/arquivo/CONFERENCIA-ABERTURA_13-SENADEn.pdf. Acesso em: 14-02-2018. 2. Santos NC. Crenças dos alunos de graduação em enfermagem sobre o cuidar do idoso. [dissertação] São Paulo (SP): Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, São Paulo; 2006. 3. Silva, KL; Sena, RR. Integralidade do cuidado na saúde: indicações a partir da formação do enfermeiro. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 42, n. 1, p. 48-56, 2008. White, E. G. Fundamentos da Educação Cristã. Casa Publicadora Brasileira. Tatuí, São Paulo, 2008. 4. Machado, MFAS. et al, Integralidade, formação de saúde, educação em saúde e as propostas do SUS: uma revisão de conceitos. Cien. Saúde coletiva, Rio de Janeiro, v.12, n.2,abr.2007. Disponivel em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413- 81232007000200009&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 11 de março de 2018.