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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 7467205

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7467205

IMPLEMENTAÇÃO DA RESIDÊNCIA EM ENFERMAGEM OBSTÉTRICA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO NOS CAMPOS GERAIS/PR

Autores:
Thiane Cristina Wosniak ; Mariana Faria S. de Almeida ; Laryssa de Col Dalazoana ; Brenda Cristiny Padilha ; Ana Paula Xavier Ravelli

Resumo:
A residência em Enfermagem surge influenciada pela residência médica em meados dos anos 70, e é classificada de acordo com o art 2º da resolução do COFEN 259/2001, como uma modalidade de pós-graduação “Latu Sensu”, para enfermeiros, que busca o desenvolvimento de competências técnico-científica através do treinamento em serviço.No ano de 2013, cria-se o Programa Nacional de Residência em Enfermagem Obstétrica (PRONAENF) como uma ação da Rede Cegonha, para viabilizar os objetivos da rede. O programa de residência em enfermagem obstétrica busca capacitar enfermeiras para o cuidado à saúde da mulher, incluindo cuidados nos processos reprodutivos em idade fértil, planejamento familiar, pré-natal à gestantes, trabalho de parto, parto, nascimento e puerpério. No Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal, criado em 2004, consta em um de seus itens sobre a atuação da enfermagem obstétrica, bem como projetos para a humanização em maternidades1; em 2008 o COFEN normatiza a atuação do enfermeiro obstetra através da resolução nº 3392; a portaria n° 904, de 29 de maio de 2013, dispõe sobre a criação do centro de parto normal como estratégia da rede cegonha3, e em 2015 é instituída a portaria nº 11 que redefine as diretrizes para implementação do centro de parto normal, a qual preconiza que o enfermeiro obstetra seja responsável técnico e que nesses centros tenha a presença de enfermeiro obstetra na assistência 24 horas, 7 dias por semana, realizando 40 horas semanais4. Essas políticas, portarias e regulamentações visam fortalecer o papel do enfermeiro obstetra na atuação ao parto e nascimento, por meio da assistência baseada em evidências científicas, da utilização e boas práticas e das recomendações da Rede Cegonha, Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher e Pacto pela redução da Mortalidade Materna e Neonatal5. A atuação do enfermeiro obstetra é recomendada pela organização mundial da saúde e pelo ministério da saúde. Haja vista a importância da atuação do enfermeiro obstetra na assistência à mulher no ciclo gravídico puerperal, o hospital universitário instituiu a residência em enfermagem obstétrica, em 2017 sob a coordenação de uma docente e enfermeira obstetra da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Objetivou relatar a experiência da implementação do programa de residência em enfermagem obstétrica e descrever as práticas de humanização ao parto e nascimento. Trata-se de relato de experiência com seu cenário de prática em um hospital universitário, público, no município de Ponta Grossa/PR, que atende gestantes do município, estratificadas durante o pré- natal como risco habitual e intermediário, e que apresenta a média de 200 nascimentos/mês. O relato descreve atuações desde março a dezembro de 2017 e cabe ressaltar que, a residência é a primeira turma e conta com três enfermeiras residentes (R1), no qual recebem preceptoria direta de enfermeiras obstetras, que acompanham as atividades de assistência ao parto, além de aulas teóricas e atuação em campo prático com rodízio entre os setores: alojamento conjunto, pré-parto, centro obstétrico e pré-natal de alto risco. Sendo assim, este estudo identificou mudanças no serviço oferecido as gestantes, parturientes e puérperas após implementação da residência em enfermagem obstétrica, no qual a partir de um protocolo de atuação da residência em questão, relacionado a assistência ao parto, às gestantes -serviço – ensino foram contemplados. A maternidade conta com dois quartos de pré-parto com banheiros, totalizando quatro leitos, e um CO onde as parturientes são encaminhadas para o parto normal, cesárea e outros. Durante a preceptoria na condução e acompanhamento dos partos, os mesmos são realizados na sala de pré- parto, possibilitando a escolha da posição, maior privacidade e conforto para as mulheres; no pré-parto houve a instalação de cortinas para divisão dos leitos. Inúmeras são as pesquisas que mostram os benefícios do uso das boas práticas, para um bom andamento do trabalho de parto, portanto foi desenvolvido um procedimento padrão hospitalar (PPH) de boas práticas não farmacológicas para o alívio da dor. Assim, durante o trabalho de parto, são utilizadas as boas prática, como: a bola suíça, banho morno, liberdade de posição, deambulação, massagem e presença do acompanhante de livre escolha durante todo o trabalho de parto, parto e puerpério. Estudos mostram as vantagens da presença da doula no trabalho de parto, sendo que a chance de parto normal é duas vezes maior nas mulheres acompanhadas por doula.. Sendo assim, o hospital proporcionou para a comunidade o curso de formação de 100 doulas no município de Ponta Grossa as quais irão acompanhar voluntariamente as parturientes internadas no hospital. O curso foi organizado e ministrado pelo programa de residência em enfermagem obstétrica e docentes, e com o apoio da coordenação.Outro serviço implantado foi a consulta de enfermagem no 3º trimestre de gestação, em que as gestantes de baixo risco do município são encaminhadas pelas unidades básicas de saúde ao hospital para a consulta de enfermagem. Durante a consulta, além da anamnese e exame obstétrico, são realizadas orientações sobre o parto normal, sinais do início do trabalho de parto, o que trazer para o hospital através de um check-list, posições para o parto, exercícios e práticas para alívio da dor e progressão do trabalho de parto, aleitamento materno, e todas as dúvidas inerentes ao final da gestação. As gestantes que passam pela consulta, recebem um carimbo na carteirinha para registro. Além da parte da enfermagem, as gestantes recebem orientações de assistentes sociais, residentes do programa de neonatologia, para sanar suas dúvidas. Portanto, a implementação da primeira turma da residência em enfermagem obstétrica trouxe algumas mudanças ao setor, incluindo mudanças no processo de trabalho. Desde março até o presente momento, houve muitas melhorias em relação a aceitação das residentes na assistência direta ao parto normal, pelos demais profissionais e comunidade. Como contribuições: a cada dia novos desafios surgem, e é preciso conhecimento para desenvolvimento das atividades inerentes a atuação do enfermeiro obstetra, e segurança para repassar à equipe que aos poucos está conhecendo o trabalho da enfermagem obstétrica, que até o início da residência, não existia na instituição. A experiência é de grande valia para as residentes, que podem vivenciar a assistência ao parto normal e nascimento humanizado, e principalmente proporcionar ás mulheres um parto respeitoso, fisiológico, com o mínimo de intervenções, é de extrema importância. Por fim, acredita-se que a residência em enfermagem obstétrica viabiliza mudanças à prática atual, baseadas em evidências científicas e que possibilita aos poucos a mudança do cenário obstétrico atual.


Referências:
1. PEDUZZI, M. ANSELMI, M. L. O processo de trabalho de enfermagem: a cisão entre planejamento e execução do cuidado. Revista Brasileira de Enfermagem, volume 55, número 4, p. 392-398, jul./ago. 2002. 2.CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução COFEN-358/2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências. 3.CRUZ, A. M. P. ALMEIDA, M. A. Competências na formação de Técnicos de Enfermagem para implementar a Sistematização da Assistência de Enfermagem. Disponível em < http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v44n4/09.pdf > Acesso em 06/07/2012. 4.RAMOS, L.A.R.; CARVALHO, E.C.; CANINI, S.R.M.S. Opinião de auxiliares e técnicos de enfermagem sobre a sistematização da assistência de enfermagem. Revista Eletrônica de Enfermagem, volume 11, número 1 p. 39-44, 2009. 5.KURCGANT, Paulina. Administração em enfermagem. São Paulo: E.P.U., 1991. 237 p.