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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 7452999

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7452999

O EXERCÍCIO DA DOCÊNCIA A PARTIR DA MONITORIA ACADÊMICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores:
Renata Lopes Macedo ; Alba Lucia Castelo Branco ; Andressa Silva Pereira Xavier de Mattos ; Agatha Raysa Borges Maia ; Maria Regina Araujo Reicherte Pimentel

Resumo:
**Introdução**: A monitoria desenvolvida por graduando proporciona o aprimoramento da temática de forma prática, assim como apoia a melhoria nos estudos e estimula no mesmo o interesse pela docência. Ainda na condição de estudante, o monitor tem a responsabilidade de sanar dúvidas do conteúdo ministrado em aula e de trabalhos que são propostos, dando assim apoio pedagógico e aprofundamento aos assuntos abordados ao mesmo tempo em que levanta para a professora as dificuldades apontadas pelos estudantes com vistas ao replanejamento pedagógico. Com isso, o monitor tem a oportunidade de aprimorar seus próprios conhecimentos, pois ao mesmo tempo que ensina também aprende1. Para enfermagem, ensinar é uma atividade constante no seu processo de trabalho, tendo em vista as atividades de educação em saúde, educação permanente e formação de futuros profissionais. Como presente nas Diretrizes Curriculares, a monitoria é uma das atividades complementares que a Instituição de Ensino Superior oferece ao estudante, visando dispor do conhecimento adquirido pelo mesmo. É um dos recursos utilizados no processo de ensino-aprendizagem onde o estudante pode refletir sobre o aprender e aprender a ensinar de acordo com as atividades desenvolvidas durante a monitoria que junto ao professor orientador são aperfeiçoadas2. A Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) está estruturada num currículo em  três grandes áreas: Assistencial, Fundamental e das Bases Biológicas e Sociais da Enfermagem articuladas e integradas entre si. A primeira área, Assistencial, inclui conhecimentos teórico-práticos que conformam a assistência de enfermagem no nível individual e coletivo, considerando o perfil epidemiológico e o quadro sanitário do país. A segunda área, Fundamental, dá sustentação às ações de enfermagem, entendendo enfermagem como uma prática social. Abrange conhecimentos teórico-práticos de educação, de pesquisa e de organização do processo de trabalho, além das bases histórico-filosóficas do exercício da enfermagem. A subárea de Pesquisa em Enfermagem 1 faz parte desta subárea e o estudante tem contato com esta em quatro momentos: no primeiro, quinto, oitavo e nono períodos. A terceira e última área, denominada de Bases biológicas e sociais, é a que instrumentaliza o Cuidado de Enfermagem com o conhecimento de outras ciências, necessários ao exercício profissional. Na formação do enfermeiro uma das competências a ser adquirida é o desenvolvimento, participação e aplicação de pesquisas em suas variadas formas de produção de conhecimento, visando a qualidade da prática profissional.2 A Subárea Pesquisa em Enfermagem 1 é o momento inicial que apresenta os fundamentos para um levantamento bibliográfico com aplicação de normas que dão suporte ao trabalho científico. A metodologia adotada busca proporcionar o pensamento crítico sobre a importância da pesquisa científica no desenvolvimento da profissão. **Objetivo**: Descrever a percepção como monitora sobre o preparo, execução e avaliação de uma atividade de aula sobre resumo em suas diversas modalidades (conteúdo, resenha e fichamento) na subárea de Pesquisa em Enfermagem 1. **Descrição metodológica**: Estudo descritivo, tipo relato de experiência sobre monitoria de Pesquisa em Enfermagem, desenvolvida com estudantes no primeiro período na Faculdade de Enfermagem UERJ. O desenvolvimento de aula como monitor é obrigatório e período da experiência ocorreu entre Agosto e Outubro de 2017. **Resultados**: O desenvolvimento da aula envolve três momentos que são: planejamento, execução e avaliação da mesma. O preparo da aula teve como base a NBR-6028, que normatiza a elaboração de resumo em suas diversas modalidades. A leitura deste documento  exigiu das monitoras dedicação de pesquisa e leitura sobre o assunto, o que permitiu a seleção de conteúdo e levantamento de estratégias de ensino. Formatação, exemplos dos tipos de resumo a partir de publicações e aplicação de um Quiz foram estratégias selecionadas de forma a articular teoria-prática atendendo aos princípios da educação problematizadora. Elaboração de resumo de citação (fichamento), crítico (resenha) e de conteúdo têm sido utilizados como estratégia para sistematização de textos, aprimorando a leitura, análise e síntese e aplicação dos mesmos. Estabeleceu-se critérios de avaliação com base nas normas de resumo e formatação e de coesão e coerência textual, que foram aplicados na correção dos trabalhos entregues. Os trabalhos foram devolvidos e erros e acertos de formatação e de conteúdo debatidos com os estudantes durante a monitoria e até em momentos privativos solicitados pelos estudantes. A partir dessa atividade foi estabelecido um vínculo com a turma. Outras formas de esclarecer dúvidas e questionamentos dos estudantes foram realizadas via grupo fechado no _Facebook_ e pelo _whatsapp_, facilitando assim o aprendizado. A partir disso, percebemos que a aula realizada foi válida visto que uma parcela da turma não teve contato com o conteúdo durante o ensino escolar. O Quiz realizado ao final da aula foi uma estratégia bem sucedida pois, além de atrair a atenção da turma foi possível retomar os conteúdos expostos durante a aula.Com os exercícios que foram propostos podemos analisar o modo como cada estudante relaciona e sintetiza os conteúdos, assim como, os pontos que precisam ser retomados para que os erros e as dúvidas não persistam. As formas _online_ de esclarecimento de dúvidas foram de grande importância no processo de aprendizagem uma vez que permitiu a otimização de tempo e distância, pois o questionamento feito por um estudante ao mesmo tempo era também de outros membros da turma. As dúvidas ainda apresentadas pelas próprias monitoras são debatidas e problematizadas com a professora. **Conclusão**: Apesar da insegurança inicial para execução da aula, a ideia de construir o conhecimento juntos - monitor e estudantes - foi sendo possível durante o desenvolvimento da mesma, consolidando o papel do professor problematizador. Apesar de não pensar em ser docente, o desenvolvimento da atividade permitiu perceber que o trabalho deste profissional é mais complexo do que a sala de aula. Também foi possível perceber que a monitoria constitui uma ferramenta aproximadora entre teoria e prática relacionada a aprendizagem da pesquisa em enfermagem na formação do enfermeiro. **Contribuição para a Enfermagem**: Ampliar o olhar sobre a ação educativa do enfermeiro em suas diversas dimensões a partir da atuação na monitoria.


Referências:
1. Scherer MDDA, Pires D, Schwartz Y. Trabalho coletivo: um desafio para a gestão em saúde. Rev. Saúde Pública [Internet]. 2009 [acesso 2018 fev 15] ; 43( 4 ): 721-725. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102009000400020&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102009000400020. 2. Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde Série B. Textos Básicos de Saúde, Série Pactos pela Saúde. Brasília (DF). Ministério da Saúde; 2006 [Internet] [acesso 2018 fev 01]v. 9. p. 1-63. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pacto_saude_volume9.pdf 3. Pinto AH. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde: aprender para transformar. In: Gomes LB, Barbosa MG, Ferla AA. Porto Alegre: Rede UNIDA, 2016. p 272. 4. Mororó DDS, Enders BC, Lira ALBC, Silva CMB, Menezes RMP. Análise conceitual da gestão do cuidado em enfermagem no âmbito hospitalar. Acta paul. enferm. [Internet]. 2017 May [cited 2018 Feb 10] ; 30( 3 ): 323-332. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-21002017000300323&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/1982-0194201700043. 5. Merhy EE. O desafio que a educação permanente tem em si: a pedagogia da implicação. Interface (Botucatu) [Internet]. 2005 [acesso em 2018 fev 15]; 9 (16): 172-174. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-32832005000100015&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-32832005000100015.