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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 7434628

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7434628

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS: SCOPING REVIEW

Autores:
Flávia Barreto Tavares Chiavone ; Pétala Tuani Candido de Oliveira Salvador ; Manacés dos Santos Bezerril ; Eliana Amaral ; Viviane Euzébia Pereira Santos

Resumo:
**Introdução: **as tecnologias educacionais representam um conjunto de ferramentas e aplicações que permitem a inclusão e o fortalecimento de estratégias de ensino inovadoras, muitas das quais foram definidas em novas estruturas curriculares nas últimas duas décadas(1). Nesse contexto, o processo de construção e de validação de tecnologias educacionais constitui etapa fundamental e complexa, que precisa de abordagem pedagógica e técnica adequada, sem as quais se corre o risco de produzir material tecnológico isento de objetivos educacionais efetivos. Pesquisas(2-3) confirmam tal assertiva, ao apontar que o sucesso de uma tecnologia educacional está diretamente relacionado ao seu adequado processo de construção e avaliação. **Objetivos:** identificar e mapear critérios e instrumentos utilizados para avaliar tecnologias educacionais. **Descrição metodológica: **_scoping review_ guiada pelas recomendações do _JBI Institute Reviewer’s Manual_(4), segundo quadro teórico proposto por Arksey e O’Malley(5). Para a formulação da pergunta de pesquisa, foi utilizada a estratégia PCC, conforme descrito: P (_Population_) – Tecnologias educacionais; C (_Concept_) – Critérios e instrumentos de avaliação; C (_Context_) – Pesquisas de avaliação e de validação. A pesquisa foi guiada, assim, pela questão da pesquisa: quais critérios e instrumentos são utilizados para avaliar tecnologias educacionais? Para identificar os descritores e palavras-chave da estratégia de busca, foi realizada busca inicial no portal PubMed e na base de dados CINAHL. A estratégia de busca final definida foi: [(_Educational Technology_ OR _Pedagogical innovations_ OR _Computer-assisted instruction_ OR _Computer aided instruction_ OR _Technology enabled learning_ OR _Information technology_) AND (_Evaluation Studies_ OR _Validation Studies_ OR _Validation process_ OR _Education research_ OR _Validation_ OR _Evaluation method_ OR _Educational assessment_ OR _Outcome assessment_ OR _Psychometrics_ OR _Instrument Construction _OR _Instrument Validation_ OR _Outcomes of Education Evaluation_ OR _Student Performance Appraisal _OR _Professional Knowledge Evaluation_)]. A coleta de dados foi realizada em novembro e dezembro de 2017 nas bases de dados: PubMed; CINAHL; Web of Science; Scopus; LILACS; PsychINFO; e ERIC. Além disso, realizou-se coleta de literatura cinzenta nos bancos de dados: Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES; DART-Europe E-Theses Portal; Electronic Theses Online Service (EThOS); Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP); National ETD Portal; e Theses Canada. Foram incluídas: pesquisas; publicadas na íntegra na língua portuguesa, espanhola, inglesa ou francesa; que tiveram como objeto de investigação a avaliação de tecnologias educacionais. Excluíram-se: editoriais, relatos de experiência, ensaios teóricos e revisões integrativas; e pesquisas que não descrevam os critérios e instrumentos utilizados para a avaliação de tecnologias educacionais. As publicações selecionadas foram recuperadas na íntegra e procedeu-se com a extração dos dados, o que foi realizado por dois revisores de forma independente. Os dados foram analisados a partir de estatística descritiva simples. **Resultados: **a amostra final da pesquisa foi composta por 234 estudos. Destes, 106 (45,3%) eram artigos científicos, 92 (39,3%) dissertações e 36 (15,4%) teses. A dimensão temporal das pesquisas variou de 2003 a 2017. Destacou-se a ascendente publicação ao longo do tempo, com maior número de estudos publicados nos últimos cinco anos, de modo que, de 2013 a 2017, 169 (72,2%) estudos foram desenvolvidos no âmbito da avaliação de tecnologias educacionais. Quanto ao país de realização das pesquisas, as produções advieram de 22 nações diferentes, com maior quantitativo de publicações brasileiras, campo de realização de 136 (58,1%) pesquisas. O segundo local com mais estudos foram os Estados Unidos (28; 12,0%), seguido por Portugal (15; 6,4%) e África do Sul (15; 6,4%). No que concerne à tecnologia educacional avaliada pelos pesquisadores, 29 diferentes ferramentas foram estudadas. Houve destaque dos Objetos Virtuais de Aprendizagem (OVA) (38; 16,2%), envolvendo estudos de avaliação de hipermídias, softwares educacionais, vídeos e website. Estas tecnologias educacionais foram aplicadas em distintos níveis educacionais e áreas de formação. O maior quantitativo de estudos foi de avaliação de recursos desenvolvidos para pacientes e familiares, ou seja, inseridas no âmbito da Educação em Saúde (67; 28,7%). Em seguida houve realce das ferramentas tecnológicas utilizadas no Ensino Superior (79; 33,5%), no contexto dos seguintes cursos: Enfermagem (44; 18,8%); Engenharias (4; 1,7%); Medicina (3; 1,3%); Fisioterapia (3; 1,3%); Marketing, Administração, Arquitetura, Canto, Ciências Contábeis, Design, Educação Física, Farmácia, Nutrição, Pedagogia, Radiologia e Terapia Ocupacional (cada um com 1; 0,4%). Relevante destacar que 13 (5,6%) pesquisas avaliaram a tecnologia educacional em variados cursos, aplicando-a, portanto, de forma Multidisciplinar. Os demais estudos foram desenvolvidos no âmbito: do Ensino Fundamental (48; 20,5%); da Educação Profissional (18; 7,8%) – sendo seis para profissionais de enfermagem, seis para médicos e seis para profissionais de saúde como um todo; do Ensino Médio (17; 7,3%); do Ensino de Idiomas (2; 0,9%); da Educação Inclusiva (2; 0,9%); e do Ensino Técnico (1; 0,4%) – curso técnico de informática. É imperativo destacar, assim, o significativo número de produções acerca da avaliação das tecnologias educacionais no contexto das ciências da saúde, tanto no âmbito do ensino dos usuários dos serviços de saúde (67; 28,7%), quanto de estudantes do ensino superior (55; 23,5%) e de profissionais de saúde (18; 7,8%). Destarte, 140 (60,0%) pesquisas foram aplicadas no contexto das ciências da saúde, o que revela o destaque desta área de conhecimento no desenvolvimento e avaliação de tecnologias educacionais. Deste total, 50 (21,4%) investigações foram realizadas por pesquisadores da enfermagem. É necessário que se enfatize, entretanto, a lacuna existente no estudo das tecnologias educacionais no panorama dos cursos técnicos. Tais ferramentas foram avaliadas a partir de cinco diferentes critérios: efetividade (109; 46,6%); satisfação (93; 39,7%); conteúdo (79; 33,8%); aparência (73; 31,2%); e usabilidade (56; 23,9%). Vários estudos avaliaram mais de um critério, o que justifica a soma superior a 100,0%. Diferentes instrumentos e referenciais teóricos foram utilizados para avaliar tais critérios. **Conclusão: **cinco critérios foram utilizados para avaliar tecnologias educacionais: efetividade, satisfação, conteúdo, aparência e usabilidade. Houve realce dos estudos de aplicação das tecnologias educacionais com seu público-alvo, ou seja, de avaliação do impacto das tecnologias no ensino. **Contribuições/implicações para a Enfermagem: **o quantitativo expressivo de estudos realizados por pesquisadores de enfermagem denotou um relevante destaque dessa área de formação no âmbito da avaliação de ferramentas tecnológicas de ensino. Os resultados apresentados podem subsidiar investigações que busquem construir e validar tecnologias educacionais. Evidencia-se, assim, que a incorporação de tecnologias nos ambientes de ensino deve envolver dois aspectos primordiais: por um lado um processo de construção e validação de material educativo com aporte técnico, pedagógico e metodológico adequados; e, por outro, a incorporação da ferramenta validada com um necessário preparo do docente e da instituição de ensino como um todo.


Referências:
1. Petermann, X B et al. Epidemiologia e cuidado à Diabetes Mellitus praticado na Atenção Primária à Saúde: uma revisão narrativa. Saúde (Santa Maria), v. 41, n. 1, p. 49-56, 2015. 2. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia Prático do Programa Saúde da Família – volume 2 / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 3. Conselho Federal de Enfermagem - COFEN. Decreto 94.406/87 - Regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da Enfermagem, e dá outras providências. Disponível em acesso em 17 fev 2018. 4. Florianópolis. Protocolo de Enfermagem vol 1: Hipertensão, diabetes e outros fatores associados a doenças cardiovasculares. 1ª ed, Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis. Florianópolis, 2015. Disponível em acesso em 18 fev 2018. 5. Pereira, R T A; Ferreira, V. A consulta de enfermagem na estratégia saúde da família. Rev Uniara, v.17, n.1, julho 2014