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7399303 | ENSINO DE ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA E SAÚDE MENTAL FACE ÀS REFORMAS CURRICULARES NO BRASIL: REVISÃO INTEGRATIVA. | Autores: Camila Ester Fuentes Olmos ; Monica Motta Lino ; Jeferson Rodrigues ; Jessicamila Iglesias Paes |
Resumo: **Introdução:** O ensino da enfermagem psiquiátrica e saúde mental no Brasil segue contínuas mudanças relativas aos processos de Reforma Psiquiátrica, Modelos de Atenção em Saúde Mental e Reformas Curriculares. Em que pese transformações emanadas pelo contexto legal da Educação, tem-se nos anos 1923, 1949, 1962, 1972, 1994 e 2001 marcos instituintes, cujo ensino da área também desencadeou alterações. Reforma curricular é um processo de mudança na matriz curricular iniciada pelo momento de sua implantação, que pode ser induzida de maneira externa pelo Ministério da Educação ou Conselho Nacional de Educação e interna, a partir da necessidade do próprio curso com autorização da instituição que o curso ou escola esteja vinculada. Rodrigues (2010) cita Grant (2006) para apontar que os problemas de ambiguidade entre o papel e a dificuldade de definir o trabalho do enfermeiro para o campo da saúde mental tem sua possível solução na clarificação de competências e habilidades essenciais para a prática e o ensino da enfermagem psiquiátrica e saúde mental. A implantação de um modelo de ensino que efetivamente integre a Saúde Mental em uma perspectiva generalista é atualmente um desafio na formação do enfermeiro.2 Todavia, faz-se necessário sistematizar estas mudanças no ensino da área específica para compreender a realidade atual. Frente lacunas existem na compreensão de como o ensino de enfermagem psiquiátrica e saúde mental se constitui ao longo de sua existência junto às reformas curriculares vivenciadas pelos cursos de enfermagem do Brasil, de maneira atual, construiu-se a seguinte questão de pesquisa: Como se apresenta a produção científica sobre o ensino de saúde mental e enfermagem psiquiátrica face às reformas curriculares no Brasil? **Objetivo:** analisar como se apresenta a produção científica sobre o ensino de enfermagem psiquiátrica e saúde mental no Brasil face às reformas curriculares. **Método:** trata-se de uma Revisão Integrativa de Literatura, de abordagem qualitativa, descritiva e exploratória. A coleta de dados realizou-se em 10 bases de dados. Foram incluídos estudos acadêmicos disponíveis nas bases de dados selecionadas, em texto completo, nos idiomas português, espanhol e inglês, localizados pela combinação dos termos de busca pré-estabelecidos encontrados disponíveis de forma gratuita via Portal de Periódicos CAPES. Foram excluídos os textos duplicados ou que não correspondiam ao escopo da pesquisa. Optou-se pelo não delineamento temporal na busca dos estudos, ou seja, o campo “tempo” livre. A busca totalizou 1581 estudos após eliminação dos duplicados. Foram realizadas duas peneiras, (para filtragem), ao término da primeira e na segunda peneira restaram 35 estudos. A coleta de dados realizou-se do dia 1 de março ao dia 10 de junho do ano de 2016. Foram extraídos de cada estudo: título, ano de publicação, referência completa, resumo elaborado pelo autor, palavras chave ou descritores, objetivos, metodologia, principais resultados, recorte textual e o ano da reforma curricular comentada ou vigente. **Resultados:** Para organização dos estudos elaborou-se uma planilha de coleta de dados (Excel®) expondo todos os títulos e resultados conforme base de dado, separados pelo idioma correspondente e cores distintas. Ao término da eliminação por duplicação restaram 1581 e logo foram realizadas duas etapas principais para as filtragens dos estudos. 1ª peneira: Nessa etapa realizou-se a leitura dos títulos e resumos de cada um dos estudos e eliminados conforme se interpretava que material não correspondiam ao escopo da pesquisa. Observou-se que estes estudos continham as palavras chave utilizados, e por vezes se referiam a questões relacionadas à saúde mental, enfermagem psiquiátrica e ao ensino de enfermagem, pouco vinculando ambas temáticas, ou fazendo referências aos currículos e suas mudanças. Observou-se também a presença de diversos estudos abordando dificuldades psicossociais do acadêmico de enfermagem e sua relação com a graduação. Destaca-se finalmente que as bases Mary Ann Liebert® e Springer Link® tiveram todos os estudos eliminados nessa peneira, pois abordavam de temáticas bem distantes até mesmo das palavras chave utilizadas na busca. Ao término das eliminações da 1ª peneira restaram 157 estudos. Os quais foram também registrados em planilha, onde estão evidenciados quais os eliminados por base e língua. 2ª peneira: Nesta etapa realizou-se a leitura na íntegra de todos os estudos, e as eliminações, conforme se interpretava que o material não correspondia ao escopo da pesquisa. Dessa vez, o conteúdo encontrava-se coerente com o conteúdo de pesquisa, muitos dos estudos estrangeiros ainda que, tendo sido encontrados com a utilização da palavra chave Brasil OR Brazil discorriam da realidade de outros países. Considerou-se que relacionar estes diversos contextos no processo de análise, criaria margens para questões que fogem ao objetivo desta pesquisa. Ao termino das 2 estapas foram selecionados e analisados 35 artigos.Os resultados foram apresentados na forma de um manuscrito. A análise de dados destacou que o objeto desta pesquisa é abordado de forma indireta nas produções cientificas, ou seja, não foram encontrados estudos que abordassem a influência das Reformas Curriculares sobre o ensino de enfermagem psiquiátrica e saúde mental. As categorias apriorísticas consistiram na articulação entre os marcos legais das reformas curriculares com o ensino da enfermagem psiquiátrica e saúde mental no Brasil. A partir dos marcos legais da Educação, os dados foram sistematizados de acordo com as épocas e com as seguintes dimensões: modelo de pensamento; locais de prática; métodos ou conteúdos utilizados; e perfil ou competências esperadas do discente. Salienta-se que estes temas não se assemelhavam na maneira como se desenvolveram em cada reforma, foram pontos em comum entre os conteúdos dos artigos. **Conclusão:** As reformas curriculares podem representar novas orientações, das quais os cursos possuem oportunidades para qualificarem o ensino. Este estudo permitiu a compreensão de que as movimentações sociais fomentam a materialização das reformas curriculares. Finalmente, expõe-se a necessidade de observar os anseios da sociedade, ao se repensar o ensino de graduação em enfermagem. Compreende-se que a produção de novos saberes-fazeres é uma ação fundamental para estruturação de um modelo de ensino que permita que a enfermagem em saúde mental caminhe em paralelo às mudanças sociais. **Implicações para enfermagem:** Considera-se que a pesquisa trouxe resultados relevantes para a enfermagem, visto que na própria pesquisa, não foram encontradas produções cientificas que discutissem ou abordassem diretamente a influência das Reformas Curriculares sobre a perspectiva específica do ensino de enfermagem psiquiátrica e saúde mental. Este estudo possibilitou observar a evolução histórica do ensino de enfermagem psiquiátrica e saúde mental. Percebeu-se que os determinantes para a transformação do ensino da enfermagem psiquiátrica e saúde mental envolveram a reforma curricular, a psiquiátrica e o modo como os cursos e escolas de graduação em enfermagem se apropriam destes determinantes. Por fim, indicam-se mais pesquisas, além de revisões de literatura, que relacionem o impacto da Reforma Curricular no ensino da enfermagem psiquiátrica e saúde mental.
Referências: 1. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Informação Demográfica e Socioeconômica número 29. Síntese de indicadores sociais. Uma análise das condições de vida da população brasileira. Rio de Janeiro (RJ): IBGE; 2012. 2. Kano MY, Santos MA, Pillon SC. Uso de álcool em idosos: validação transcultural do Michigan AlcoholismScreening Test – GeriatricVersion (MAST-G). Rev. esc. enferm. USP. 2014; 48(4):648-55.3. BRASIL. Lei nº 10.741, de 1 de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá providências. Diário Oficial da União. 3 out 2003. 4. Wang YP, Andrade LH. Epidemiology of alcohol and drug use in the elderly. Curr Opin Psychiatry. 2013; 26(4):343-348. |