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7295701 | SIMULAÇÃO CLÍNICA: USO DE “ATORES” NO ENSINO E APRENDIZAGEM NO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA | Autores: Cristiany Vieira Alves ; Camila do Couto Maia |
Resumo: Introdução: As práticas curriculares em Unidades de Saúde são fundamentais
para a formação do profissional enfermeiro. No entanto, um dos principais
problemas da graduação em Enfermagem consiste na ansiedade e angústia dos
acadêmicos frente à necessidade da prestação de cuidados e realização de
procedimentos, uma vez que possuem nenhuma ou pouca experiência em ambientes
de cuidado à saúde, como na atenção primária e terciária(1). A realização de
simulações clínicas é uma estratégia que proporciona verdadeira experiência
clínica, fazendo com que os acadêmicos experimentem sua atuação perante
situações simuladas antes da necessidade de realizar intervenções em situações
clínicas verdadeiras, o que acaba contribuindo para o desenvolvimento de
habilidades práticas, consolidação do conhecimento e desenvolvimento do
raciocínio clínico(2). Sendo assim, Laboratórios de Práticas Simuladas foram
construídos no Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa
Catarina – UFSC e as simulações inseridas nos planos de ensino. O departamento
possui três Laboratórios de Práticas Simuladas (LPS): Laboratório de Práticas
Simuladas de Habilidades, Laboratório de Práticas Simuladas Ambulatoriais e
Laboratório de Práticas Simuladas de Cuidados Hospitalares. Os LPS permitem o
desenvolvimento e o treinamento de habilidades práticas e também, da postura
acadêmica/profissional no contexto da atenção à saúde, contribuindo com
questões psicomotoras, cognitivas e afetivas e possibilitando, ainda, um
contato prévio com as atividades desenvolvidas dentro das instituições de
saúde(3). Os LPS do Departamento de Enfermagem da UFSC contam com manequins de
baixa, média e alta fidelidade. Além dos manequins e de todo o material
disponibilizado, o departamento de Enfermagem conta, ainda, com a parceria do
projeto de extensão “Núcleo de Humanização Arte e Saúde - NUHAS”, que
contribui com as aulas de simulações clínicas, disponibilizando integrantes
que atuam em cenas simuladas, onde desenvolvem os papéis de pacientes. O NUHAS
utiliza a arte como forma de transformação de hábitos e comportamentos,
utilizando como intermédio, intervenções sociais e culturais que buscam a
promoção da saúde, o bem-estar e a qualidade de vida(4). No curso de graduação
em Enfermagem da UFSC as práticas-simuladas ocorrem em diversas fases. Na
terceira fase do curso na disciplina “Fundamentos de Enfermagem” é utilizado
apenas o Laboratório de Práticas Simuladas de Habilidades; enquanto que, na
quinta fase nas disciplinas “O Cuidado no Processo de Viver Humano II -
Condição Cirúrgica de Saúde” e “O Cuidado no Processo de Viver Humano III -
Condição Crítica de Saúde” e, na sétima fase na disciplina “O Cuidado no
Processo de Viver Humano V - Atenção Básica e Saúde Mental” são utilizados
também os outros tipos de LPS. Entretanto, a prática-simulada com o uso de
atores ocorre na quinta e sétima fase do curso, nas disciplinas de Cirúrgica e
Atenção Básica/ Saúde Mental. Objetivos: Demonstrar a importância das
práticas-simuladas no desenvolvimento do estudante de graduação em Enfermagem
e a consequente melhora de desempenho na realização de atividades teórico-
práticas exercidas em ambientes específicos de atenção à saúde. Descrição
metodológica: Tendo em vista o exposto, este resumo trata-se de um relato de
experiência referente às aulas prática-simuladas, abrangendo a experiência
vivida por acadêmicas do curso de graduação em Enfermagem da Universidade
Federal de Santa Catarina, frente à realização de simulações em Clínica
Cirúrgica, quanto a cuidados pré-operatórios, com o uso de atores do NUHAS
como pacientes. Estas simulações ocorreram durante a quinta fase da graduação
na disciplina “O Cuidado no Processo de Viver Humano II - Condição Cirúrgica
de Saúde”, compreendendo neste resumo as experiências vivenciadas nos
semestres 2017-1 e 2017-2. A partir das aulas prática-simuladas, as acadêmicas
autoras deste relato puderam prestar cuidados e realizar orientações em dois
ambientes de realização de atividades teórico-práticas: a Unidade de
Internação Cirúrgica I (UIC1) do Hospital Universitário Professor Polydoro
Ernani de São Thiago - UFSC e a Clínica Cirúrgica do Hospital Celso Ramos,
ambos localizados na cidade de Florianópolis, Santa Catarina. Resultados: Na
disciplina citada, ocorreram práticas-simuladas de período pré-operatório e
pós-operatório, além do treinamento de habilidades e técnicas. A primeira
simulação clínica em que se participa na fase compreende os cuidados de
Enfermagem no período pré-operatório (explicações quanto às cirurgias
realizadas, técnica, anestesia, possíveis complicações, cuidados com higiene e
retirada de roupas e orientações acerca do pós-operatório), contando com a
participação de integrantes do NUHAS atuando como pacientes internados. As
simulações buscam serem os mais realistas possíveis, para que o estudante
consiga ter confiança, apontar suas próprias necessidades de aprendizagem,
assim como pontos positivos e negativos frente à sua atuação como enfermeiro,
buscando maior conhecimento a partir da situação vivida para obter uma melhor
realização das atividades teórico-práticas feitas em hospitais da Grande
Florianópolis. Ao conseguir executar melhor os cuidados de Enfermagem, sabendo
realizar corretas orientações aos pacientes internados, o acadêmico consegue
desenvolver o seu lado profissional e também, o raciocínio clínico como futuro
enfermeiro. Nos dois semestres em que foram realizadas as aulas prática-
simuladas, mesmo com realização de atividades em diferentes hospitais em cada
semestre, foi perceptível para as acadêmicas a importância de ter uma
preparação como esta antes de estar no campo prático de atuação, frente aos
pacientes. Realizar o contato com o paciente e abordá-lo, assim como realizar
as orientações foram situações que ocorreram com maior facilidade, pois a
simulação propiciou uma experiência que possibilitou estudar àquilo em que não
nos sentíamos tão confiantes, gerando maior capacidade de resolutividade.
Conclusão: Dessa forma, a atuação dos acadêmicos do Curso de Graduação em
Enfermagem nas aulas prática-simuladas, principalmente com o uso de atores,
prepara-os para um melhor atendimento em Unidades de Saúde, proporcionando
aperfeiçoamentos tanto em relação à habilidades técnicas, quanto em relação ao
contato com o público/comunidade. Contribuições/ implicações para a
Enfermagem: O enfermeiro é um profissional que necessita demasiado
conhecimento acerca de diversas áreas da saúde. A formação como enfermeiro
generalista traz isso como demanda e, o conhecimento acerca de cuidados
cirúrgicos para atuação em Clínicas Cirúrgicas e Centros Cirúrgicos é de
fundamental importância. O enfermeiro é responsável por uma equipe, tendo como
função supervisioná-la e ensiná-la, além de também prestar cuidados de
assistência. As aulas prática-simuladas possibilitam uma didática melhor para
adquirir conhecimentos, experiências e para melhorar, consequentemente, a
prestação de cuidados nas atividades teórico-práticas, possibilitando, assim,
uma formação mais rica e contribuindo para a formação de Enfermeiros com
melhores habilidades técnicas, maior embasamento teórico-prático e melhor
desenvolvimento de raciocínio clínico.
Referências: 1. Lopes MJ, Mendes FRP, Silva AO, organizadores. Envelhecimento: estudos e perspectivas. São Paulo: Martinari; 2014.
2. Pina, OCA. Envelhecimento Ativo em relação ao Género no Concelho de Viseu [Dissertação]. Viseu: Universidade Católica Portuguesa; 2013.
3. Mendes F et al. As Representações Sociais do Envelhecimento Ativo de Idosos e Profissionais. São Paulo: Martinari, 2014.
4. Santos J. Conceções de cidadania na idade dos cabelos grisalhos: envelhecimento ativo e participação social das pessoas idosas [Dissertação]. Coimbra: Universidade de Coimbra; 2016.
5. Moliterno ACM, Faller JW, Borghi AC, Marcon SS, Carreira L. Living with the family and the elderly’s quality of life at the senior citizens’ open university. Rev. enferm. UERJ [Internet]. 2012 [cited 2015 nov 05]; 20(2):179-84. Available from: http://www.facenf.uerj.br/v20n2/v20n2a07.pdf |