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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 7174144

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7174144

A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UNIDADE DE CIRURGIA GERAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores:
Taís Folleto ; Bernardo Moro ; Emanuelli Mancio Ferreira da Luz ; Patrícia Bittencout Toscani Greco ; Marina Mazzuco de Souza

Resumo:
**Introdução:** Sabe-se que as unidades de clínica cirúrgica exigem alta qualificação dos profissionais de enfermagem devido à complexidade dos procedimentos e cuidados que o paciente no período perioperatório exige. A necessidade do planejamento dos cuidados e trabalho em conjunto com a equipe multiprofissional é capaz de reduzir ou até mesmo evitar quaisquer que sejam os contratempos relacionados a rotina de trabalho1. A Sistematização de Assistência de Enfermagem (SAE) orienta o cuidado profissional de enfermagem, proporciona a qualidade no gerenciamento, planejamento de suas atividades e direciona ações e intervenções a serem realizadas2. Para isso, o conhecimento de acadêmicos de enfermagem em relação à SAE proporciona uma olhar crítico sobre os pacientes, permite despertar um pensamento crítico-reflexivo, centrado na individualidade de cada paciente2. Ao desenvolver seu conhecimento teórico na prática hospitalar, o acadêmico tem em suas mãos diversas ferramentas para implementar a SAE em seu processo de trabalho e formação de sua postura profissional. A relevância deste relato se apoia no pressuposto de que a SAE oportuniza a reflexão, por parte da equipe de enfermagem, sobre suas ações de cuidado centradas na individualidade do paciente e não meramente rotinizadas. A partir das reflexões e problematizações, torna-se possível a ocorrência de modificações na gestão de enfermagem e no cuidado. **Objetivo: **Relatar a experiência, de uma vivência acadêmica referente à utilização da Sistematização da Assistência de Enfermagem, como ferramenta de gestão e planejamento dos cuidados de enfermagem, em uma Unidade de Cirurgia Geral. **Método: **Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experiência a partir da vivência acadêmica, de um discente do curso de enfermagem, em uma unidade hospitalar de cirurgia geral. A vivência acadêmica é uma oportunidade oferecida aos discentes, por meio do Programa de Formação Complementar em Enfermagem (PROFCEN), o qual contribui para que o aluno realize atividades extracurriculares em áreas que sejam do seu interesse pessoal para o aprimoramento profissional. As práticas foram realizadas em quatro horas diárias, totalizando uma carga horária de 120 horas complementares, no período de dezembro de 2017 a janeiro de 2018. O cenário das atividades práticas foi a unidade de cirurgia geral de um Hospital Universitário do interior do Estado do Rio Grande do Sul. Esta unidade hospitalar em questão, possui 52 leitos e recebe pacientes no período perioperatório, atende pacientes de diversas clínicas, dentre elas a traumatologia, urologia, cirurgia vascular, torácica, abdominal e geral. Para realização da vivência foi necessário responder aos documentos referentes ao PROFCEN, como: a autorização da coordenadora do curso de graduação de enfermagem, a supervisão de uma professora da instituição e de uma enfermeira do serviço hospitalar, a qual seria responsável por acompanhar o acadêmico nas atividades práticas3. **Resultados:** A vivência acadêmica oportuniza que os discentes estabeleçam e fortaleçam uma relação de confiança com a equipe multiprofissional, o que proporcionou a troca de conhecimentos e discussões de casos clínicos. A atuação na prática assistencial, com supervisão do enfermeiro oportuniza que o discente realize procedimentos técnicos importantes para adquirir destreza manual, como sondagens, punções venosas, monitorização cardíaca, aprazamento de medicações, troca e limpeza de traqueostomia, curativos. Além disso, torna-se possível registrar e evoluir todas as ações prestadas em conjunto com o enfermeiro. Nesta unidade também foi possível avaliar os pacientes com risco para desenvolver lesão por pressão, a partir da escala de Braden. Como atividade privativa do Enfermeiro, têm-se a SAE, instituída  e normatizada em 2002, pelo Conselho Federal de Enfermagem, a partir da Resolução no 272/2002, posteriormente revogada pela Resolução no 358/2009, dispondo sobre a normatização da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) nas instituições de saúde deste país, tanto públicas como privadas. Neste contexto, A SAE consiste na organização que objetiva dinamizar o trabalho da equipe de enfermagem, ao planejar e direcionar o cuidado de maneira individualizada com vistas à uma gestão de enfermagem e assistência efetiva4. Na vivência acadêmica, o discente realizou a SAE, juntamente com o Enfermeiro supervisor, seguindo as cinco etapas previstas: histórico de enfermagem, diagnósticos de enfermagem, planejamento, implementação e avaliação de enfermagem4. Evidencia-se que a SAE utiliza método e estratégia de trabalho científico para a identificação das situações de adoecimento, fornecendo subsídios para uma assistência de enfermagem individualizada e efetiva, conforme foi identificado na utilização desta sistematização no processo de trabalho dos Enfermeiros atuantes na unidade de cirurgia geral. A importância da abordagem dessa temática, especificamente a SAE como forma de gestão da assistência de enfermagem, se faz imprescindível na formação acadêmica, como meio de promover mudanças e melhorar a qualidade do cuidado de enfermagem. **Conclusão: **Essa experiência oportunizou ao discente a construção de saberes na prática clínica dos Enfermeiros, bem como uma efetiva sistematização do cuidado oferecido aos pacientes internados na unidade de cirurgia geral. Conclui-se que por muito tempo, o enfermeiro esteve associado ao modelo tradicional, onde sua rotina era gessada, sem refletir sobre o impacto positivo das suas ações no processo de cuidado. Hoje, com seu olhar desfragmentado e na utilização de ferramentas como a SAE, este tem um suporte para que a assistência seja prestada com maior qualidade e segurança. A importância do enfermeiro em uma unidade de cirurgia geral deve-se a inúmeros fatos, como por exemplo, a complexidade dos procedimentos, autonomia para decisões e condutas em conjunto com sua equipe, atividades de educação em saúde e educação continuada com sua equipe, tendo em vista que se trata de um Hospital Universitário. Ao acompanhar o enfermeiro atuando no desenvolvimento da SAE, pode-se perceber o fortalecimento da sua autonomia, tomada de decisões compatíveis com seu nível de conhecimento e consequente qualidade na assistência que é prestada ao paciente. Este profissional é fundamental para o cuidado integral, humanizado e de qualidade, para tanto deve explorar de ferramentas que colaborem e valorizem o seu processo de trabalho, como a SAE. **Contribuições/implicações para a Enfermagem: **o PROFCEN mostra-se como uma oportunidade para que os acadêmicos fortaleçam seu conhecimento da sala de aula com o ambiente de prática e então faça essa ligação teórico-prática. Além disso, o mesmo promove a oportunidade de que o acadêmico vivencie e participe de práticas extracurriculares. O processo de trabalho para o acadêmico de enfermagem inserido na prática assistencial tem grande importância no que diz respeito a sua futura identidade profissional, possibilitando a formação de um profissional comprometido e responsável. Espera-se que este relato de experiência, realizado em um cenário específico, possa fornecer subsídios para o início de novas construções que visem uma assistência de enfermagem sistematizada, segura e eficaz.


Referências:
1. Porto MAS, Soares AB. Diferenças entre expectativas e adaptação acadêmica de universitários de diversas áreas do conhecimento. Anál. Psicol. [Internet] 2017 [cited 2017 jun 23]; 31(1):13-24. Available from: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S087082312017000100002 http://dx.doi.org/10.14417/ap.1170 2. Carvalho G, Lopes S. Satisfação profissional do enfermeiro em uma unidade de emergência de hospital geral. Arq. Ciênc. saúde [Internet] 2006 [cited 2015 dez 20]; 13(4):215-19. Available from: http://repositorio-racs.famerp.br/racs_ol/vol-13-4/Famerp%2013(4)%20ID%20210%20-%2017.pdf. 3. Vaismoradi M, Salsali M, Ahmadi F. Perspectives of Iranian male nursing students regarding the role of nursing education in developing a professional identity: A content analysis study. Jpn J Nurs Sci. [Internet] 2011 [cited 2017 mai 13]; 8(2): 174-83. Available from: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.17427924.2010.00172.x/abstract;jsessionid=7B17DFB5B246B9B63CE3EFE163AAB3BE.f03t04.http://dx.doi.org/10.1590/010407072015002870013. http://dx.doi.org/10.1111/j.1742-7924.2010.00172.x 4. Schleich ALG, Polydoro SAJ, Santos AAA. Escala de satisfação com a experiência acadêmica de estudantes do ensino superior. Aval. Psicol. [Internet] 2006 [cited 2015 dez 06]; 5(1):11-20. Available from: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/avp/v5n1/v5n1a03.pdf. http://dx.doi.org/10.1590/0104-07072015002870013