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7092062 | EVIDÊNCIAS SOBRE INTERVENÇÕES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA DE SAÚDE EM SITUAÇÕES OU CONTEXTOS DE DESASTRES NATURAIS: REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA | Autores: Raiza Santos Treich ; Maria Fernanda Baeta Neves Alonso da Costa ; Gisele Manfrini Fernandes |
Resumo: **Introdução**: Independente do país acometido por um desastre, este apenas enfocava em garantir recursos e esforços para resgardar as vítimas. Isto faz com que não seja necessário fazer um recorte muito grande no tempo para destacar eventos com impacto social de grande magnitude, a exemplo de países ricos e pobres. Além do conceito de desastres é importante a compreensão do conceito de redução de riscos como uma terminologia emergente. A redução de risco envolve a capacidade do gestor da vigilância em saúde em realizar um planejamento de ações previamente, investindo em estratégias de redução de riscos eficientes, com produto econômico e garantindo benefícios sociais. No Brasil temos a Rede de Atenção à Saúde (RAS) desempenhando um papel estratégico na vigilância e monitoramento de ações que garantam a comunidade um maior empoderamento frente aos desastres, através de sua organização poliárquica. Como os desastres são considerados hoje importantes problemas de Saúde Pública tanto pela magnitude dos eventos, como por suas consequências socioeconômicas, ambientais e sanitárias para as populações atingidas compreende-se dentro da RAS a Atenção Primária de Saúde (APS), equivalente a Atenção Básica no Brasil. A APS desempenha um papel central e estratégico de reordenamento do sistema de saúde, e por essa razão desempenha um papel fundamental na gestão de desastres com relação a literatura internacional e as premissas da ONU. Neste contexto, a APS mantém seu papel promissor na gestão de desastres com suas ações de preparo, resposta e de redução de riscos nos territórios onde atua, estes serviços são responsáveis pelas questões de saúde da população. A temática dos desastres ainda é pouco explorada, principalmente enquanto perspectiva de promoção da saúde. No entanto, para a criação de ambientes favoráveis à saúde e promoção da resiliência comunitária frente às ameaças de desastres, outras ações de promoção da saúde podem ser realizadas com vistas ao empoderamento e desenvolvimento de habilidades pessoais que em contextos de desastres incluem o reconhecimento das vulnerabilidades da comunidade. Tendo como compreensão a responsabilidade prevista em legislação, em garantir cuidados integrais à saúde da população, dentre os serviços oferecidos pelo SUS e consciente que os desastres naturais são eventos que provocam perdas e danos imediatos, impactos em médio e longo prazo, que têm sido pouco avaliados, por conta que grande parte dos registros se restringem a relatórios e pesquisas em poucas áreas e informações da imprensa. **Objetivo**: Identificar na literatura nacional e internacional evidências sobre as avaliações das intervenções de preparação e resposta das equipes de cuidados de saúde primários em desastres naturais. **Metodologia**: Revisão Sistemática desenvolvida por meio de estratégias de busca aplicadas a seis (6) bases de dados (_PubMed, Scopus, Web of Science, Lilacs, Disasters e Google Scholar Web Search_). As buscas foram gerenciadas no _EndNote X7.2.1®_ _Thomson Reuters_. Foram critérios de inclusão: estudos quantitativos: de caso-controle; de coorte e transversais com populações expostas a desastres socioambientais e ou que refiram a ações/intervenções profissionais à nível de APS; independente de período de publicação; publicações nacionais e internacionais. Foram excluídos os estudos que forem qualitativos por não apresentarem dados para evidência sobre o resultado das intervenções profissionais na saúde da população exposta a desastres. Foram selecionados e avaliados pela ferramenta _Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE)_. O estudo seguiu a metodologia _Statement for Reporting Systematic Reviews and Meta-Analyses of Studies_ – PRISMA. **Resultado**: Foram quatro estudos transversais e um estudo de coorte, realizados nas Filipinas, Vietnã, Estados Unidos da América e Índia, destes, três abordam a resposta e dois tratam sobre preparo na APS, mostrando que o panorama existe atualmente é de inadequação de respostas e lacunas no preparo que repercute em um desempenho fraco e pouca satisfação por parte dos profissionais de saúde da APS. Observamos que os estudos de avaliação não abordam uma gama grande de desastres, os citados foram: inundações 1, 3, tempestades 3 e terremotos 4, sendo que dois não expecificam um único tipo de desastres 2, 4. As avaliações a que se refere os artigos são: O nível de preparo das enfermeiras da APS na região rural de Oman na Filipinas quanto a gestão de protocolos, o entendimento sobre preparação em desastres e a importância da educação da comunidade 2. A capacidade de resposta da APS a inundações e tempestades no distrito de rural de PhuVnag no Vietnã investigando as atividades de tratamento de traumas, a disponibilidade de documentos instrutivos que solicitaram a participação em atividades de prevenção de problemas de saúde relacionados a tempestades e inundações, a disponibilidade de fontes de financiamento separadas para prevenção e tratamento de problemas de saúde, frequência de participação em cursos de treinamento, as habilidades e conhecimentos necessários para implementar essas atividades efetivamente e avaliação da quantidade e qualidade da força de trabalho da saúde 3. São analisados também as lacunas de preparo na APS em Nova York, Estados Unidos da América, examinando se os sites da APS avaliam o risco de vulnerabilidade da comunidade, se o site é identificado como um serviço essencial para a continuidade das operações de preparo em desastres, se o site tem memorandos relacionados a transporte e armazenamento de vacinas e se no site há treinamentos completos a venda 1. Avalia-se em seu estudo a capacidade de resposta a inundações do sistema de APS no distrito rural de Orissa em Jagatsinghpur na Índia, por meio da investigação da carga de trabalho rotineira e os serviços prestados nas instalações da APS local, assim como a capacidade do leito; qualidade dos cuidados fornecidos; Sistemas de gerenciamento de informações de saúde, incluindo vigilância de rotina e de emergência; funcionamento de sistemas de acessórios como eletricidade, resíduos sólidos, estradas de acesso; e atividades e planos de contingência e preparação na instalação, o essencial suporta pilhas de estoque de emergência 4. E examinou-se a preparação da APS por meio da analise do estado de integração do centro de saúde na preparação da comunidade, a respeito do vínculo dos profissionais dos centros de saúde e as iniciativas de planejamento de atendimento e resposta em suas comunidades tendo como base a experiência do furacão em _Nova Orleans, cidade urbana dos _Estados Unidos da América 5_. _**Implicações para a Enfermagem:** Os resultados indicaram que não existe um consenso quantitativo na literatura sobre a eficácia do preparo e da resposta dos centros de APS. No entanto, podemos afirmar de forma unânime que as evidências apontam que tanto o preparo quanto a resposta na APS encontram-se inadequados ou com limitações especificas como: ciência dos protocolos existentes, atualização dos planos locais; melhoria na comunicação com a população; melhor coordenação com nível federal, recurso financeiro e mais treinamentos.Observamos também que as evidências de avaliações existentes não abordam uma gama grande de desastres, os citados foram: inundações, tempestades e terremotos. Não foi viável para nós realizar uma meta-análise para 5 estudos selecionados, devido à alta heterogeneidade entre os estudos e as diferenças da amostra. **Conclusão**: Conforme prevalece na análise dos estudos internacionais que compuseram a amostra desta revisão, a APS encontra-se inadequada e com limitações de preparo e resposta específicas em desastres, principalmente com relação a baixa cooperação política e falta de formação profissional nesta área do conhecimento.
Referências: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes: 2015-2016. Diretrizes para educação do paciente com Diabetes Mellitus. Sociedade Brasileira de Diabetes. São Paulo: AC Farmacêutica. 2016; 223-229.
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenças crônicas nas redes de atenção à saúde e nas linhas de cuidado prioritárias / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 28 p.
3. Amaral MA, Amorim MMA, Torres HC, Abreu CRT. Oficinas educativas na atenção primária de saúde para promoção do autocuidado em Diabetes Mellitus. [Internet] Rev. APS. 2014; 17(1): 58 - 64. [cited 2015 jun. 28] Available from: https://aps.ufjf.emnuvens.com.br/aps/article/view/1871/785
4. Chinenye S, Young EE. Diabetes conversation map in Nigeria: a new socioeducational tool in diabetes care. [Internet] Indian J Endocr Metab. 2013;17(6):1009-11.[ cited 2015 dec. 11] Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3872677/
5. Chaves FF, Chaves FA, Cecílio SG, Amaral MA, Torres HC. Mapa de conversação em diabetes: estratégia educativa na visão dos profissionais da saúde.[Internet] REME - Rev Min Enferm. 2015; 19(4): 854-858 [cited 2015 apr. 11] Available from: http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/1046 |