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7050023 | A IMPLEMENTAÇÃO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) EM UMA UNIDADE ONCOLÓGICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA. | Autores: Kátia Lilian Sedrez Celich ; Dulcimar de Oliveira ; Silvia Silva de Souza ; Marceli Cleunice Hanauer |
Resumo: **Introdução**
A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é uma metodologia de
trabalho, que possibilita a organização, planejamento e avaliação do cuidado
prestado. É uma ferramenta importante para o enfermeiro alcançar qualidade da
assistência, melhorar a comunicação entre a equipe, priorizar as necessidades
de cada paciente e desenvolver ações baseadas em conhecimento técnico
cientifico. A elaboração de um plano de ações para que esta possa ser colocada
em prática podendo ser uma forma de facilitar a troca de informações entre
enfermeiros, nortear tomadas de decisões enquanto gerenciadores da equipe de
enfermagem 1. Em paralelo com a SAE temos o processo de enfermagem (PO), que é
aplicado através de cinco etapas: avaliação, diagnóstico, planejamento,
implementação e evolução, objetivando orientar e qualificar a assistência de
enfermagem, no entanto, para isso é imprescindível o planejamento de cada
etapa 2. Ao aplicar o PO, o enfermeiro sente-se mais seguro uma vez que presta
cuidado sistemático e humanizado, adequado às necessidades de cada indivíduo,
respeitando suas particularidades, sendo resolutivo permitindo a posterior
avaliação dos cuidados prestados **3**. Os autores posteriormente citados,
afirmam ainda que, na Oncologia, este instrumento assume dimensão especial,
estabelecendo prioridades, considerando a individualidade, singularidade,
estilo de vida, crenças e valores culturais.
**Objetivo**
Acompanhar a implementação da SAE na unidade oncológica, verificar o
conhecimento sobre as etapas e apontar os benefícios que a SAE traz para a
equipe e o paciente.
**Descrição metodológica**
Durante o desenvolvimento do estágio supervisionado, as acadêmicas tiveram a
oportunidade de participar de vários encontros de discussão e construção de
instrumentos que subsidiaram a implementação da SAE. Essas reuniões acontecem
nas quintas-feiras à tarde, das 15:30 às 17:00 horas, na sala de reuniões, do
hospital onde participam professores e acadêmicos das três universidades que
tem atividades práticas no setor. Os enfermeiros das unidades oncológicas,
coordenadora da Unidade de Terapia Intensiva e, eventualmente a gerência de
enfermagem hospitalar.
**Resultados**
Durante a realização das atividades do estágio foi possível acompanhar mais
diretamente as atividades da enfermeira assistencial, a qual desenvolve
ações de assistência mais direta aos pacientes. Foi possível observar que ela
realiza diversas funções desde sua chegada até o final de seu turno,
desenvolvendo assim todos os passos da SAE. Ao chegar na unidade ela recebe o
plantão da enfermeira assistencial do turno da manhã; verifica se a escala de
trabalho, realiza a checagem de anotações dos enfermeiros; visita e
avaliação a todos os pacientes da unidade, observando validade de materiais e
as condições do quarto em geral, a unidade conta com total de 47 leitos, tendo
em média 38 leitos ocupados diariamente.
O Hospital Regional do Oeste vem, em parceria com as Universidades
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e Universidade Federal da
Fronteira Sul (UFFS), buscando a implementação da SAE. Em um primeiro momento
foi realizado um projeto piloto na UTI o qual teve êxito em sua implementação
a partir dele foi elencada a Oncologia, como a próxima unidade para
implementação do PO.
Quando foi proposto o desafio de iniciar a elaboração do instrumento da SAE
foi possível perceber que toda a equipe de enfermeiros estava entusiasmada e
ansiosa em melhorar as práticas assistenciais, fazer a diferença no cuidado ao
paciente, família e acompanhantes, pois tinha-se consciência que a prática da
assistência seria melhor organizada.
Após a etapa de revisão dos conceitos e teoria, passaram a ser definidos os
Diagnósticos de Enfermagem a partir da Taxonomia da Nanda organizados em
subgrupos com os Domínios previamente definidos, posteriormente, elaborou-se o
instrumento para Histórico de Enfermagem, durante a qual surgiram várias
discussões no sentido de contemplar todas as informações de relevância e
particularidades de cada profissional que atua junto ao paciente oncológico.
A primeira versão do roteiro ficou pronto na primeira semana do mês de Julho
e, foi decidido em reunião que o teste piloto seria realizado na Oncologia II,
também ficou determinado que a aplicação do mesmo seria realizada a partir a
da escala de banhos, divididos nos três turnos. As estudantes participaram
ativamente da coleta de dados para o processo de enfermagem, desta forma
puderam reconhecer as fragilidades do instrumento e propor melhorias junto ao
grupo.
Dentre as debilidades encontradas destaca-se a falta de privacidade dos
usuários, as interrupções, participação do familiar ou acompanhante, sequência
e extensão do roteiro, a maneira como estavam descritos os questionamentos,
sendo necessárias algumas adaptações e alterações, além disso ficou evidente a
falta de um programa informatizado que se adapte ao instrumento. Sendo assim,
o grupo iniciou as alterações para tornar o instrumento mais prático, porém
sem perder a essência, sendo que, assim quando pronto será realizado novo
teste do modelo.
Salienta-se que até que sejam feitos os ajustes necessários para o bom
funcionamento do processo de enfermagem, a rotina segue da seguinte forma, a
enfermeira assistencial ao realizar suas visitas diárias também avalia o
paciente e, no final do turno de trabalho realiza a evolução dos pacientes que
estão internados. É importante ressaltar que apesar de não ter todos os
instrumentos em uso parte desse processo já é realizado na prática, porém não
apresenta registro. Nesse sentido, a implementação da SAE vem de encontro a
valorização e visibilidade do trabalho do enfermeiro junto aos usuários,
família, equipe multiprofissional e instituição.
**Conclusão**
A capacitação é essencial para que o enfermeiro tenha uma visão mais clara
sobre a SAE. Verificou- se nesta experiência que a aproximação com SAE durante
a formação acadêmica é um meio de promover mudanças e estimular os
profissionais a aderir à implantação da mesma nos serviços de saúde.
Verificou-se que a informatização da SAE na instituição de saúde, constitui-se
como um desafio a ser vencido e adotado ao cotidiano do enfermeiro. Constatou-
se que os profissionais estão cientes da aplicação da SAE informatizada como
método favorável de qualificar a assistência prestada ao cliente sob seus
cuidados, porém com entraves nas questões de aceitação desta tecnologia pelas
equipes multidisciplinares.
Além disso foi possível evidenciar que o papel do enfermeiro enquanto gestor
do serviço, planejando e implementando ações que beneficiem suas rotinas e da
sua equipe de trabalho, é de suma importância.
As capacitações, momentos reflexivos e grupos de educação profissional
refletem claramente na atuação da equipe frente aos novos processos de
trabalho, sugere-se que as universidades em parceria com as instituições de
saúde foquem em projetos de extensão para a sensibilização e atualização sobre
a implementação da SAE.
**Descritores: **Assistência de enfermagem. Cuidados de enfermagem. Oncologia.
**TEMA 2 ****Integração ensino-serviço-comunidade como estratégia para a formação profissional e consolidação da Sistematização da Assistência de Enfermagem**
Referências: 1. MARQUES, Camila Delavalentina Cavalini et al. Significados atribuídos pela equipe de enfermagem em unidade de terapia intensiva pediátrica ao processo de morte e morrer. Maringá, PR, 2013. Disponível em: . Acesso em: 12 fev. 2017.
2. POLES, Kátia; BOUSSO, Regina Szylit. Compartilhando o processo de morte com a família: a experiência da enfermeira na UTI Pediátrica. São Paulo, 2006. Disponível em: . Acesso em: 22 ago. 2017.
3. SAVIETO, Roberta Maria; LEÃO, Eliseth Ribeiro. Assistência em enfermagem e Jean Watson: uma reflexão sobre a empatia. São Paulo, 2016. Disponível em: . Acesso em: 22 ago. 2017. |