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7010910 | QUALIDADE DE VIDA, NÍVEL DE ESTRESSE E ASPECTOS NUTRICIONAIS ENTRE ENFERMEIROS DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO | Autores: Leila Aparecida Kauchakje Pedrosa ; Muriele Pereira Mendes Cornélio ; Cíntia Tavares Carleto ; Virgínia Souza Santos ; Maria Virgínia Patto |
Resumo: Introdução: O enfermeiro no ambiente hospitalar apresenta grande importância
para o usuário do serviço de saúde, por assumir uma postura que acolhe, escuta
e respeita o paciente, englobando um preparo para o recebimento do cliente no
seu setor em que é responsável, trazendo as informações claras sobre o
procedimento a ser realizado ou ao seu caso clínico, sucessivamente dentro de
sua autonomia e responsabilidade. Alguns fatores podem interferir e
desencadear uma baixa qualidade de vida e estresse entre enfermeiros, como os
baixos salários e a falta de benefícios, o relacionamento interpessoal, as
condições físicas do ambiente de trabalho, o equilíbrio entre trabalho e a
família e a imagem da organização junto à sociedade. Além disso, o trabalho de
enfermagem, em qualquer setor, é considerado estressante devido às longas
jornadas de trabalho, baixa remuneração e falta de valorização, assim
apresentam capacidade física, psicológica e social diminuídas e, com isso, a
qualidade de vida sendo relacionada com a saúde apresentam alterações e
desânimo causando diversos problemas com o seu próprio bem-estar. A atuação do
profissional de enfermagem envolve uma rotina de estresse, que pode prejudicar
a qualidade de vida e a alimentação destes profissionais. Objetivo: Avaliar a
qualidade de vida, o estado nutricional, o consumo alimentar e o nível de
estresse dos profissionais de enfermagem do Hospital de Clínicas da UFTM.
Descrição metodológica: Trata-se de um estudo observacional, descritivo e
quantitativo no qual participaram do estudo enfermeiros do sexo feminino e
masculino que atualmente trabalham no Hospital de Clínicas da Universidade
Federal do Triângulo Mineiro nos seguintes setores: Pronto Socorro Adulto;
Neurologia; Ortopedia e UDIP; UTI Adulto e UTI Coronariana; Hemodinâmica e
Radiologia; Pediatria e Pronto Socorro Infantil; UTI Neonatal/Pediátrica;
Hospital Dia; CME e Sala de Internação; Unidade de Neonatologia – Berçário;
Ginecologia e Obstetrícia; Clínica Médica; Clínica Cirúrgica; Central de
Quimioterapia; Onco-Hematologia e Bloco cirúrgico. Foram incluídos no estudo
os profissionais de enfermagem que trabalham no Hospital de Clínicas e
excluídos do estudo os enfermeiros que não estavam presentes no dia da coleta
de dados. Todos os participantes assinaram o Termo Livre e Esclarecido (TCLE).
Foram realizadas avaliações do perfil socioeconômico e demográfico através de
um questionário estruturado, avaliou- se o nível de estresse através do
instrumento Escala de Estresse no Trabalho composto por 23 questões envolvendo
aspectos em relação ao trabalho, domínio físico e psicológico no qual
apresentam valores de 0 a 100 pontos sendo que quanto mais alto os escores,
menor o nível do estresse. O questionário utilizado para avaliar a qualidade
de vida foi o Whoqol-Bref composto por 26 questões envolvendo diversos
aspectos como o grau de satisfação com a saúde, os domínios físicos e
psicológicos, a relação social e o meio ambiente, e o grau de satisfação do
pesquisado com sua vida. Apresenta valores entre 0 e 100 pontos, sendo que
quanto mais altos os escores, melhor a qualidade de vida. O consumo alimentar
foi avaliado por meio de dois instrumentos: o Questionário de Frequência
Alimentar no qual se avalia a frequência do consumo alimentar dos últimos 12
meses, cujos dados foram avaliados pelo software Avanutri® e verificaram-se
calorias, carboidratos, proteínas, lipídios, fibras, cálcio, ferro, vitamina A
e vitamina C, e o Recordatório 24h no qual propõe o registro dos alimentos
consumidos nas refeições do dia anterior, registrado em medidas caseiras e
aplicado durante três dias, incluindo um dia do final de semana. Além disso,
avaliou-se o Índice de Massa Corporal com aferição do peso e altura dos
participantes. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
instituição, conforme parecer nº2499819. Resultados: Participaram da pesquisa
28 enfermeiros com idade média de 32,71 anos, sendo 85,71% (n=24) do sexo
feminino e 64,28% (n=18) solteiros. O tempo médio de atuação foi de 7,88 anos.
Em relação à condição educacional 71,24% (n=20) tinham pós-graduação e 25% (n=
7) tinham mestrado. 78,57% (n=22) dos profissionais entrevistados afirmaram
que trabalham somente em uma instituição. 78,57% (n=22) apresentaram renda
acima de 6,1 salários mínimos. Apenas 21,42% (n=6) atuam em plantões noturnos.
Ao avaliar o nível de estresse percebeu-se um escore médio de 56,57 pontos.
Sobre a qualidade de vida, percebeu-se uma média de 88,9 pontos. Quanto ao
consumo de frutas somente 3,57% (n=1) dos enfermeiros consumiam pelo menos uma
porção destes alimentos por dia e apenas 28,57% (n=8) ingeriam verduras todos
os dias. Percebeu-se que 35,7% (n=10) dos entrevistados apresentavam sobrepeso
e 3,57% (n=1) baixo peso. O número de participantes da pesquisa foi limitado,
considerando que não se obteve uma boa participação dos enfermeiros
envolvidos. Conclusão: Os enfermeiros apresentaram boa qualidade de vida, no
entanto, observaram-se alto nível de estresse, baixo consumo de frutas e
verduras e altas taxas de excesso de peso. Contribuições para a Enfermagem: os
resultados evidenciaram a necessidade de atenção à saúde ocupacional dos
enfermeiros, bem como às condições de trabalho e à ambiência, a fim de
promover melhor qualidade de vida e saúde dos profissionais e,
consequentemente, melhor qualidade da assistência.
Referências: 1 VIERA, Cláudia S et al. Resolução de problemas de saúde de crianças na rede de atenção à saúde. Ciência, Cuidado e Saúde. v.13, n. 4, p. 705-713, dez.2014. Disponível em :
http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/20869/pdf_252> Acesso em: 18 mai. 2017.
2 BRASIL a. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação em Saúde. Saúde Brasil 2013: Uma análise da situação de saúde e das doenças transmissíveis relacionadas à pobreza / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Análise de Situação em Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014. pag.384
3 NASCIMENTO, Antônio Paula et al., Associação entre concentração de partículas finas na atmosfera e doenças respiratórias agudas em crianças. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 51, n. 3, 2017. Disponível em: . Acessos em 17 nov. 2017.
4 HOUTROW, Amy J.; et al., Changing Trends of Childhood Disability, 2001–2011. Pediatrics. V.134, n. 3, p. 530–538. Jun. 2014. Disponível em: http://pediatrics.aappublications.org/content/pediatrics/134/3/530.full.pdf. Acesso em: 15 nov.2017
5 WITT, Whitney P. et al. Maternal stressful life events prior to conception and the impact on infant birth weight in the United States. American Journal of Public Health. 2014; fev. 2014, n.º 104, v.1, P. 81–89. Disponível em: .
6 MARTINS, Juliana., SANTOS, Marcos Davi dos., VERÍSSIMO, Maria De La Ó Ramallo. Formação em puericultura: práticas ampliadas– 1ª ed. – São Paulo: Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, 2014. Disponível em: http://agendaprimeirainfancia.org.br/arquivos/caderno_08_web_cor.pdf. Acesso em: 11.jun.2017.
7 VICTORA, Cesar G. et al. Amamentação no século 21: epidemiologia, mecanismos, e efeitos ao longo da vida. Lancet. 2016; p. 475-90. Disponível em: http://scielo.iec.pa.gov.br/pdf/ess/v25n1/Amamentacao1.pdf. acesso em: 17 nov.2017. |