Imprimir Resumo


SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 6959714

E-Pôster


6959714

PERCEPÇÕES DE ENFERMEIROS MESTRANDOS SOBRE A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA ÁREA HOSPITALAR

Autores:
Viviane Queiroz Flain ; Caroline Pacheco Araújo ; Fabiele Rodrigues Maurer ; Daniel Soares Tavares

Resumo:
**INTRODUÇÃO:** A Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE tem por objetivo dar subsídio às ações da assistência, sendo uma atividade privativa do Enfermeiro. A SAE permite organizar e direcionar o serviço de Enfermagem quanto ao método, pessoal e instrumentos, com vistas à operacionalização do Processo de Enfermagem, contribuindo para a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde1. A implantação da SAE deve ser realizada em todas as instituições, públicas ou privadas com intuito de qualificar a assistência e proporcionar visibilidade à profissão, tendo o Conselho Federal de Enfermagem COFEN como incentivador deste processo. A utilização da sistematização na prática da profissão possibilita a evolução da enfermagem como profissão e ciência estabelecendo modelos de cuidado que podem ser utilizados em diferentes contextos/espaços/cenários e que permitem uma melhora na qualidade da assistência, por meio da padronização dos registros e ações que os profissionais das equipes de enfermagem realizam2. **OBJETIVOS:** Relatar a vivência de enfermeiros mestrandos, que atuam na área hospitalar, sobre a sistematização da assistência de enfermagem. **DESCRIÇÃO METODOLÓGICA:** Trata-se de um relato de experiência elaborado a partir da prática de enfermeiros mestrandos, que atuam na atenção hospitalar, sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem. Destaca-se que os enfermeiros mestrandos compõem um grupo de oito selecionados mediante o acordo CAPES/COFEN, de apoio a pós-graduações na área de enfermagem, integrando as atividades do Mestrado Profissional em Saúde Materno Infantil, do Centro Universitário Franciscano no município de Santa Maria - RS. Enquanto campo de atuação, os profissionais atuam em hospitais do SUS localizados na região central do Rio Grande do Sul. Um dos hospitais é de médio porte, recebendo pacientes clínicos, cirúrgicos, ambulatoriais e partos de risco habitual. O outro hospital é de grande porte, de alta complexidade, referência para grande parte dos municípios da região, incluindo gestação de alto risco. Esse trabalho foi desenvolvido no primeiro trimestre de 2018. Ressalta-se que os preceitos éticos foram respeitados. **RESULTADOS: **Na prática hospitalar dos autores, observa-se que a SAE ainda é utilizada de forma fragmentada, desordenada e mecanizada, sem atingir, na sua totalidade, os objetivos que a sistematização propõe e que são imprescindíveis ao cuidado humano pautado no conhecimento científico. Alguns fatores que contribuem para essa realidade são a sobrecarga de trabalho relacionada à superlotação dos serviços e reduzido número de profissionais, a falta de conhecimento e capacitações sobre a SAE, a fragilidade de recursos tecnológicos (como softwares próprios para a realização da SAE) e pouca sensibilização da equipe em integrar o cuidado ao conhecimento científico. No entanto, apesar de vários entraves para implementação efetiva sabe-se que a SAE é reconhecida pelos profissionais como objeto de suma importância e marco na enfermagem brasileira. No contexto hospitalar, o reconhecimento e valorização da enfermagem pelas demais profissões, também é uma importante vitória oportunizada pela SAE.  Estudo realizado por Medeiros, Santos e Cabral3 com 13 enfermeiros de um hospital público do município de João Pessoa-PB mostrou as dificuldades encontradas no que concerne a fatores inerentes a sua própria estrutura, como sua complexidade e a falta de uniformidade no estabelecimento de cada uma de suas etapas; o processo de ensino-aprendizagem, na medida em que o ensino de graduação e de pós-graduação lato sensu não tem sido campo fértil à aquisição de habilidades necessárias para o desenvolvimento desse processo; no âmbito da prática assistencial, exemplificadas na insegurança dos profissionais para realizar as atividades inerentes ao processo e o déficit de enfermeiros, que é recorrente na maioria dos serviços de saúde, comprometendo o desenvolvimento adequado das etapas do processo. Os nós críticos expostos nesse estudo são vivenciados diariamente pelos autores, nas diversas unidades em que trabalham e evidenciam, também, as falhas na formação profissional. O que vai ao encontro de outro estudo, que evidencia a dicotomia existente nas equipes de enfermagem, onde há os planejadores e os executores da SAE, ficando os últimos relegados ao posto de serventes, desqualificando sua atuação na equipe. Essa cisão pode vir desde a época da formação, sendo que a realidade do contato com a SAE durante a formação técnica é muito superficial4. **CONCLUSÃO:** Evidencia-se que os enfermeiros que atuam na área hospitalar encontram dificuldades em efetivar a implementação da SAE no cotidiano de trabalho devido a fatores como: superlotação dos serviços, reduzido número de profissionais, falta de conhecimento e sensibilização da equipe sobre a SAE, bem como a deficiência de recursos tecnológicos. Apesar das dificuldades vivenciadas, se reconhece todos os benefícios da aplicabilidade da SAE, principalmente com relação à qualificação da atuação e reconhecimento da profissão. Desse modo, todas as instituições que prestam o cuidado humano devem conhecer seu contexto, compreender os conceitos acerca do tema estratégia de qualificação das equipes para que assim seja possível a implementação da SAE. **CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: **A realização deste estudo possibilitou aos autores refletir a prática diária, repensar o processo de trabalho em seus locais de atuação, bem como apontou a necessidade de discutir com os gestores dos serviços as inconsistências e dificuldades vividas. Considerando que este estudo é fruto das discussões estimuladas nas disciplinas cursadas no mestrado profissional, se parabeniza a iniciativa do acordo firmado entre a CAPES e o COFEN por financiar a qualificação dos enfermeiros que atuam no Sistema Único de Saúde por meio dos programas de mestrados profissionais os quais terão o papel imprescindível de transformação e mudança nos seus espaços de trabalho.


Referências:
1. Gestão em Enfermagem: ferramentas para prática segura. São Paulo. Yendis: 2010. 2°edição. 2. Oliveira SA, Almeida ML, Santos MF, Zilly A, Peres AM, Rocha FLR. Ferramentas gerenciais na prática de enfermeiros da atenção básica em saúde. Rev. Adm. Saúde [Internet] 2017 Out-Dez; [acesso em 15 Fev 2018] 17(69). Disponível em: http://www.cqh.org.br/ojs-2.4.8/index.php/ras/article/view/64/89. 3. Aguiar ABA, Costa RSB, Weirich CF, Bezerra ALQ. Gerência dos serviços de enfermagem: um estudo bibliográfico. Revista eletrônica de enfermagem [Internet] 2005; [acesso em 13 Fev 2018] 7(3): 318-326. Disponível em: https://www.fen.ufg.br/revista/revista7_3/pdf/original_09.pdf.