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6918041 | CUIDADO DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA: REVISÃO INTEGRATIVA | Autores: Maria José Sanches Marin ; Alana Augusta de Menezes ; Cássia Regina Fernandes Biffe Peres ; Elza de Fátima Ribeiro Higa |
Resumo: ### Introdução: a inserção atual da enfermagem em oncologia vai desde a
prevenção, diagnóstico, diferentes tipos de tratamento e reabilitação, de
forma que houve a ampliação dessas atribuições nessa especialidade com o
decorrer do tempo, antes somente centrada no tratamento. Isso também pode ser
notado pela resolução Conselho Federal Enfermagem 210/1998, que regulamenta a
atuação dos profissionais de Enfermagem em quimioterapia antineoplásicas,
obtendo assim a possibilidade de uma assistência integral ao paciente em todas
as fases da doença.(1) Para tanto, torna-se necessário a ampliação de
conhecimentos científicos e subsídios para a melhor compreensão do cuidado na
oncologia prestado pela enfermagem. Assim, esta pesquisa partiu do seguinte
questionamento: como deve ser o cuidado de enfermagem na oncologia? Objetivo:
identificar evidências literárias dos últimos cinco anos, sobre o cuidado de
enfermagem em oncologia. Método: trata-se de um estudo com abordagem
qualitativa desenvolvida pela técnica de revisão integrativa da literatura,
constituída por seis fases: 1. Elaboração da pergunta de pesquisa- Como deve
ser o cuidado de enfermagem na oncologia?; 2. Definição da amostra - a partir
de critérios de inclusão e exclusão – artigos publicados em português, inglês
e espanhol nos últimos cinco anos, que tenha pelo menos um autor enfermeiro e
esteja disponível online na íntegra; 3. Busca na literatura nas seguintes
bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
(LILACS), Base de Dados de Enfermagem (BDENF), Biblioteca Virtual em Saúde do
Instituto Nacional do Câncer (BVS INCA), e _Scientific Electronic Library
Online_ (SciELO). Como estratégias de busca, foram utilizados os seguintes
descritores contidos nos Descritores em Ciências da Saúde – (DeCS): “cuidado
de enfermagem” e “neoplasias”. Nessa busca obteve-se o resultado total de 63
artigos: 16 da base de dados LILACS; 16 da BDENF; 26 da SciELO e 5 do BVS
INCA. A partir da leitura dos artigos foram excluídos 27 que não atenderam aos
critérios de inclusão. 4. Análise dos dados - foi realizada por meio da
técnica de Análise de Conteúdo na modalidade Temática, constituída de três
etapas: pré-análise, exploração do material e interpretação dos resultados. 5.
Interpretação dos dados – problematização dos achados com os conhecimentos
teóricos já produzidos tendo em vista os objetivos da pesquisa; 6. Síntese do
conhecimento – organização da revisão integrativa e conclusões dos achados na
pesquisa.(2) Resultados: da análise dos dados obtidos emergiu uma categoria
analítica geral: “A tríade: enfermeiro, paciente e família, no processo de
cuidado na oncologia” e três subcategorias analíticas: 1 - A percepção do
enfermeiro inserido no cuidado de enfermagem na oncologia; 2 - Os sentimentos
dos pacientes oncológicos e o cuidado requerido e 3- A família no processo de
adoecimento e tratamento do câncer. Nesse contexto, a literatura apontou, de
modo geral, que o câncer para sociedade é uma doença excessivamente carregada
de estigmas negativos de dor, sofrimento e morte. Desse modo, tanto o
individuo acometido quanto os profissionais que o assistem e também seus
familiares necessitam de cuidados específicos. Na subcategoria um que se
refere ao processo de trabalho do enfermeiro na oncologia, os autores indicam
que esse profissional, em especial, é o que tem mais contato com o paciente
durante o processo de saúde-doença na prática do cuidado, o que favorece a
formação de vínculo mais evidente. Por isso, esses profissionais devem ter
suporte emocional para lidar com sentimentos de incapacidade e frustração
quando não há possibilidade de cura e oferecer ao paciente e sua família,
cuidado integral e humanizado. O descrito na subcategoria dois aborda os
principais sentimentos das pessoas acometidas por câncer, destacando: negação,
raiva, barganha, depressão, medo, incertezas do prognóstico e tratamento,
dificuldades de enfrentamento das intervenções dolorosas, mudanças na sua
rotina diária, preservação da autoimagem, o estigma social do câncer e o
padrão de beleza imposto pela sociedade, dentre outros. Nesse sentido, a
enfermagem deve estar preparada trabalhar em equipe para que todas as
necessidades do paciente sejam atendidas. Por fim, na última subcategoria os
estudiosos descrevem sobre a importância da família no apoio emocional e
cuidado aos portadores de neoplasias e o papel da enfermagem nessa inclusão e
orientação, tendo em vista, a contribuição e suporte que a família precisa,
para o enfrentamento desse período de modo que ela possa colaborar durante os
cuidados prestados pela equipe de saúde e desenvolver os cuidados essenciais
complementares no domicílio.(3,4,5) Conclusões: considerando o objetivo dessa
pesquisa foi possível identificar o que a literatura demonstra sobre o cuidado
da enfermagem na oncologia. Dentre os principais achados, foi apresentada a
importância do preparo do enfermeiro para o atendimento de todas as demandas
do cuidado biopsicossocial e do trabalho em equipe multiprofissional. Essa
abordagem e amplitude exigem conhecimentos especializados que vão além da
eficiência e eficácia nos procedimentos técnicos exigidos para o tratamento,
incluindo também os familiares ou acompanhantes. Contribuições para a
Enfermagem: observou-se importante escassez literária sobre o assunto, o que
indica a necessidade de mais estudos da enfermagem oncológica, a fim de
proporcionar a prática assistencial embasada em evidências científicas. A
pesquisa aprofundou e ampliou o conhecimento sobre o cuidado de enfermagem na
oncologia e assim pode contribuir com subsídios para a qualificação do cuidado
nesta especialidade.
Referências: BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolos da Atenção Básica: Saúde das Mulheres / Ministério da Saúde. Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS: atitude de ampliação de acesso / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. |