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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 6901333

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6901333

CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS PARA DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM EM GESTANTES DE ALTO RISCO HOSPITALIZADAS

Autores:
Iana Linhares Mendes ; Maria Valderlanya de Vasconcelos Frota ; Maria Adelane Monteiro da Silva ; Maria Danara Alves Otaviano ; João Victor Lira Dourado

Resumo:
**CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS PARA DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM EM GESTANTES DE ALTO RISCO HOSPITALIZADAS** _Iana Linhares Mendes_ João Victor Lira Dourado Maria Danara Alves Otaviano Maria Adelane Monteiro da Silva Maria Valderlanya de Vasconcelos Frota **INTRODUÇÃO: **A gestação é um fenômeno fisiológico e, por isso mesmo, sua evolução se dá na maior parte dos casos sem intercorrências. Apesar desse fato, há uma parcela pequena de gestantes que, por serem portadoras de alguma doença, sofrerem algum agravo ou desenvolverem problemas apresentam maiores probabilidades de evolução desfavorável, tanto para o feto como para a mãe.1 Sendo essa fase um fenômeno natural na vida da mulher, deveria ocorrer de forma simples. Porém, infelizmente, por motivos diversos, alguns casos apresentam complicações que levam a condição de risco. Essa parcela constitui o grupo chamado de “gestantes de alto risco”. A presença de problemas em diferentes níveis da atenção perinatal deve ser bem avaliada para a identificação de outros fatores de risco, tanto a partir de condições socioeconômicas das mães como pelas características dos serviços que possam contribuir nas falhas contínuas da assistência.2 É importante alertar que uma gestação que está transcorrendo bem pode se tornar de risco a qualquer momento, durante a evolução da gestação ou durante o trabalho de parto. Portanto, há necessidade de reclassificar o risco a cada consulta pré- natal e durante o trabalho de parto. A intervenção precisa e precoce evita os retardos assistenciais capazes de gerar morbidade grave, morte materna ou perinatal. **OBJETIVO:** Identificar as principais características definidoras que apontam para os diagnósticos de enfermagem em gestantes de alto risco hospitalizadas. **DESCRIÇÃO METODOLOGIA: **Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa, desenvolvido durante o período de agosto de 2016 a julho de 2017, em uma maternidade de um hospital referência para a região norte do estado do Ceará, Brasil. As participantes do estudo foram 61 gestantes hospitalizadas na enfermaria de alto risco da referida maternidade. Como critério de inclusão aplicou-se: gestantes de alto risco internadas por motivos clínicos ou obstétricos, independente da escolaridade, da renda, do estado civil, do tipo de parto e da paridade e que aceitassem participar do estudo, mediante a assinatura de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Quanto aos critérios de exclusão, adotou-se: gestantes adolescentes devido a necessidade de consentimento de um responsável. A coleta dos dados se deu por meio de entrevista semiestruturada, elaborada com base na Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Wanda Horta.4 O prontuário da gestante também foi utilizado como fonte de coleta de dados complementar para pesquisa, buscando-se informações que não foram consideradas na entrevista ou exame físico das participantes. O projeto desse estudo foi submetido à apreciação da Comissão de ética do hospital em estudo e, posteriormente ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Estadual Vale do Acaraú, obtendo parecer favorável, sob CAAE: 44834015.9.0000.5053. Esta pesquisa foi realizada de acordo com os princípios éticos da Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. **RESULTADOS: **Como características definidoras encontradas destacam-se: 44 (72,13%) alteração no padrão de sono; 35 (57,37%) mudanças nas tarefas designadas; 32 (52,45%) dificuldades para iniciar o sono; e 32 (52,45%) insatisfação com o sono, tendo como participantes 60 gestantes. Características como essas, apontam para os principais diagnósticos de enfermagem: ‘Processos Familiares Interrompidos’(57,37%) e ‘Ansiedade’(22.95%). No qual a maioria das gestantes (49%) pertencia a faixa etária entre 26 a 35 anos, 42 (69%) auto classificaram-se como pardas e 36 (59%) viviam em união estável. Ademais, percebem-se os níveis de ruídos elevados e distintos a rotina alheia e os procedimentos, que podem interferir significativamente no padrão de sono das pacientes. Nesse sentido, as participantes do estudo, 14 (22,95%) apresentaram apreensão, angustia e incerteza; 12 (19,67%) sensação de desconforto, ansiedade e medo. Esses sentimentos se relacionam ao fato de que essas mulheres vivem na dúvida e inconstância, uma vez que não sabem o que acontecerá com elas ou com seus filhos na situação de risco vivenciada3. Desse modo, alguns fatores contribuem negativamente para a intensificação do medo, tal como a hospitalização, que embora necessária, constitui-se como um fator estressante adicional. Entende-se que seu agravo e condição de saúde repercute no interrompimento normal da gravidez, interferindo no contexto familiar.3 Assim, muitas vezes as mulheres acabam assumindo uma postura de submissão e passividade, visto que a falta de informações frente a mudanças importantes na condição biológica e emocional do estado de saúde do binômio. Além disso, a adaptação ao ambiente hospitalar e os novos hábitos, podem acarretar a falta de confiança e a inferioridade, tornando-as ainda mais vulneráveis. **CONCLUSÃO: **O estudo possibilitou identificar a prevalência de alterações no padrão do sono, mudanças nas tarefas designadas, dificuldade para iniciar o sono e insatisfação com o sono. O que torna relevante que o profissional de enfermagem enquanto cuidador incorpore, além do conhecimento científico, as necessidades de cuidados psicossociais à essas mulheres, tornando-as participantes do tratamento e não apenas pessoas cuidadas. Além disso, identificaram-se também os principais diagnósticos de enfermagem presentes, a fim de se obter os principais agravos dessas pacientes. Isso rompe com o modelo biomédico e contribui para minimização da apreensão, uma vez que elas participam e compreendem o processo de hospitalização. Com isso, torna-se essencial o estudo dessa temática dentro da área da enfermagem, implicando assim um maior conhecimento dos profissionais e uma melhoria na qualidade do atendimento dos mesmos para com as gestantes. **CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: **De acordo com as características definidoras, observa- se a importância de uma adequada Sistematização da Assistência de Enfermagem no qual pode desempenhar um papel crucial no processo de gestantes de alto risco. **Descritores: **Diagnóstico de enfermagem; Hospitalização; Gravidez de alto risco. **TEMA 2: Integração ensino-serviço-comunidade como estratégia para a formação profissional e consolidação da Sistematização da Assistência de Enfermagem.** **REFERÊNCIAS** 1Ministério da Saúde (BR). Departamento de ações programáticas estratégicas. **Gestação de alto risco: Manual Técnico.** Brasília: Ministério da Saúde; 2010. 2Martins EF, Rezende EM, Lana FCF. Causas e evitabilidade dos óbitos perinatais investigados em Belo Horizonte, Minas Gerais. **Rev Min Enferm**. 2009; 13(4):550-74. 3Silva, M.R.C. et al. A percepção de gestantes de alto risco acerca do processo de hospitalização. **Rev. Enferm. UERJ. [Internet]**. Rio de Janeiro, v. 21, n.2, p. 792-7, dez 2013. Disponível em<_>._Acesso em: 29 junho.2017 4HORTA, W.A. Enfermagem: teoria, conceitos, princípios e processo. **Rev. Esc. Enf. USR**, 5(1) 7-15, 1974. Disponível em< >. Acesso em: 29 junho 2017.


Referências:
1. Brasil. Ministério da Educação e Cultura (BR). Resolução CNE/CES n° 3 de 17 de novembro de 2001: Dispõe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação em enfermagem. Brasília (DF): MEC; 2001. 2. Brasil. Conselho Nacional de Educação (CNE). Resolução CNE/CP 1, de 18 de fevereiro de 2002: Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Brasília (DF): CNE; 2002. 3. Rodrigues RM, Caldeira S. Formação na Graduação em Enfermagem no Estado do Paraná. Rev Bras Enferm. 2009 62(3):417-23. 4. Moraes JT, Lopes EMT. A formação de profissionais de saúde em instituições de ensino superior de Divinópolis, Minas Gerais. Trab Educ Saúde. 2010; 7(3):435-444. 5. Santos SMR, Jesus MCP, Merighi MAB, Oliveira DM, Silva MH, Carneiro CT, et al. Licenciatura e bacharelado em enfermagem: experiências e expectativas de estudantes. Rev Gaúcha Enferm. 2011; 32(4):711-8.