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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 6842990

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6842990

MODELO DE CUIDADO DE ENFERMAGEM ÀS PESSOAS COM DIABETES MELLITUS HOSPITALIZADAS

Autores:
Cecilia Arruda ; Denise Maria Guerreiro Vieira da Silva

Resumo:
**Introdução**: Em decorrência ao aumento do número de pessoas com diabetes mellitus (DM) e avanços das complicações provenientes dessa doença, torna-se também crescente o número de pessoas com DM que necessitam de hospitalização1,2. Inúmeras situações cotidianas fragilizam a assistência de enfermagem específica às pessoas com DM no ambiente hospitalar. Essas situações necessitam ser analisadas e repensadas a fim de sistematizar as condutas a serem desenvolvidas na práxis, visando qualidade e segurança dos cuidados prestados com articulação junto aos demais membros da equipe e com outros setores da rede de saúde, em busca da superação de uma atenção fragmentada. Buscando inovação na atenção à saúde e, primordialmente, nos cuidados de enfermagem às pessoas com DM hospitalizadas, foi desenvolvido um Modelo de Cuidado de Enfermagem para as pessoas com DM que se encontram hospitalizadas. **Objetivo**: apresentar o Modelo de Cuidado de Enfermagem às pessoas com diabetes mellitus hospitalizadas (Modelo CEDIAH). **Método:** esse modelo foi construído a partir de uma pesquisa metodológica realizada no período de 2012 a 2015, desenvolvida em quatro momentos. Primeiro momento) Definições conceituais, aprofundando conceitos para estabelecer subsídios teóricos. Segundo momento) Definição de quatro fontes de informações, denominadas de Subsídios-base: a) Revisão de Literatura e Diretrizes; b) Perfil das pessoas com DM hospitalizadas; c) Percepção das pessoas com doenças crônicas sobre a hospitalização; d) Percepção dos enfermeiros sobre o cuidado às pessoas com DM hospitalizadas, buscando levantar subsídios científicos e contextuais-empíricos. Terceiro momento) Cada Subsídio-base passou por duas etapas: coleta de dados e análise de conteúdo convencional dos dados3, seguida de análise dirigida. Quarto momento) Integração dos Subsídios Teóricos, Científicos e Contextuais-empíricos, formando uma base teórica, seguida de interpretação e reflexão para a criação de uma Base Operacional. Foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa com seres humanos sob o protocolo número 710.731. **Resultados:** o MCE-DMh está composto por uma base teórica e uma base operacional inter-relacionadas. A base teórica possui subsídios teóricos, científicos e contextuais-empíricos, além de pressupostos que juntos formam o referencial teórico do modelo no intuito de guiar a prática de enfermagem através de embasamento teórico-científico. Os “subsídios teóricos” estão pautados nos seguintes conceitos: a) ser humano/pessoa; b) pessoa com DM hospitalizada; c) processo saúde-doença; d) condição crônica; e) promoção da saúde; f) cuidado em saúde: interdisciplinaridade; integralidade; humanização; cuidado centrado na pessoa e na família; g) cuidado em enfermagem: dimensão clínica; dimensão educativa; e dimensão gerencial. Os “subsídios científicos” foram organizados nas dimensões clínica, educativa e gerencial do cuidado de enfermagem, abrangendo: Dimensão Clínica - monitorização dos valores glicêmicos; controle glicêmico; hiperglicemia hospitalar; hipoglicemia hospitalar; terapia medicamentosa; terapia nutricional; cuidados com feridas; escala fixa de insulina/_sliding scale_; protocolos; controle do estresse; Dimensão Educativa - significado a educação em saúde; métodos, técnicas ou estratégias de educação em saúde; temas para a educação em saúde; consequências/resultados da educação em saúde; educação no planejamento da alta hospitalar; programa de educação em DM; Dimensão Gerencial - considerações sobre estrutura, material e pessoal; políticas institucionais e uso de protocolos; educação continuada para enfermeiros e outros profissionais de saúde; multi e interdisciplinaridade; criação de um programa de educação em DM; rotinas; qualidade da assistência de enfermagem; contra referência; tempo de hospitalização e custos hospitalares. Os “subsídios contextuais-empíricos” integram informações obtidas em três pesquisas prévias independentes realizadas pelas autoras acerca do perfil de pessoas com DM hospitalizadas, da percepção de pessoas com doenças crônicas sobre a hospitalização e da percepção de enfermeiras sobre o cuidado às pessoas com DM hospitalizadas. A base operacional compreende o “método de operacionalização na prática ou a metodologia do cuidado” e tem como referência a base teórica. A base operacional é orientada por princípios gerais e organizada nas dimensões clínica, educativa e gerencial do cuidado de enfermagem. Cada dimensão possui princípios específicos, elementos para o cuidado e sistematização para as ações de enfermagem. Essas ações de enfermagem estão sistematizadas no processo de Conhecendo, Definindo problemas, Agindo e Avaliando. Além disso, o modelo sugere o uso de cinco instrumentos pré-definidos: histórico de enfermagem adaptado para pessoas com DM; instrumento de avaliação e acompanhamento dos pés das pessoas com DM; escala de estresse percebido; escala de apoio social; e a tecnologia educativa denominada “Cuidados com os pés para a prevenção de complicações: ouvir-ver-fazer”. Foram estabelecidos seis pressupostos que destacam em sua descrição questões sobre a cronicidade, a hospitalização, o autocuidado, compartilhamento de decisões, interdisciplinaridade e registros de enfermagem. **Conclusão:** a base teórica indica sob qual perspectiva teórica os profissionais de enfermagem devem observar e desenvolver as ações práticas no cuidado em saúde, enquanto a base operacional expõe o método que sistematiza o cuidado de enfermagem. O MCE-DMh aborda a cronicidade numa perspectiva ampliada de ações que vão para além dos cuidados às alterações clínicas, articulando concepções de interdisciplinaridade, integralidade e humanização, abrindo espaço para a promoção da saúde e para o cuidado centralizado na pessoa e na família e busca assim a superação das limitações que fragmentam a assistência às pessoas com DM nos ambientes hospitalares. Compreendemos a hospitalização como um momento que pode ser potencializador da adesão aos tratamentos e aos cuidados quando o hospital e a equipe de saúde estruturam-se como um espaço propício para a promoção da saúde e o desenvolvimento da integralidade da assistência de forma efetiva. **Implicações para a Enfermagem:** o MCE-DMh é uma tecnologia em saúde que pode ser inserida no macro modelo de atenção a saúde do SUS, pois respeita e converge com seus princípios e ideologias, bem como oferece flexibilidade para adaptação e utilização em diferentes contextos assistenciais (privados, filantrópicos). A sistematização do MCE-DMh está de acordo com a resolução do Conselho Federal de Enfermagem, configurando e refletindo o processo de trabalho e fomentando a confiabilidade à categoria profissional da enfermagem. A união dos conhecimentos intrínsecos à base teórica com a realização da assistência sistematizada conforme descrita na base operacional configuram o fazer do enfermeiro que assume o papel proativo de articulador das ações numa perspectiva de reflexão-ação-reflexão.


Referências:
1.Divino AEA, Costa CLNA, Oliveira CEL, Costa CAC, Souza Neta HR, Campos LS, Menezes RMJ, Cabral SCS Cabral. A extensão universitária quebrando barreiras. Cadernos de Graduação – Ciências Humanas e Sociais 2013 Mar; 1(16): 135-140. 2.Oliveira FLB, Almeida Junior JJ. Motivações de acadêmicos de enfermagem atuantes em projetos de extensão universitária: a experiência da faculdade ciências da saúde do Trairí/UFRN. Revista Espaço para a Saúde 2015 Jan/Mar; 16(1): 36-44.