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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 6822144

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6822144

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM SÍNDROME DE GUILLAIN BARRÉ, FUNDAMENTADA NA TEORIA DAS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS DE WANDA DE AGUIAR HORTA

Autores:
Mayane Cristina Pereira Marques ; Patrícia Ribeiro Azevedo ; Rosilda Silva Dias ; Kallyane Silva Mendes

Resumo:
**Introdução:** A Enfermagem tem como foco de estudos e práticas o cuidado integral e individual dos clientes. Para tanto, utiliza a tecnologia somada às relações interpessoais para organizar e planejar as demandas de cuidado, gerenciais e científicas. Assim, o processo de Enfermagem (PE) apresenta-se como instrumento metodológico e uma estratégia de implementação do cuidado¹. O PE é o modo sistemático e dinâmico que visa à prestação de cuidados humanizados e eficientes. Desenvolve-se por meio de atividades direcionadas ao cuidado individualizado, orientando resultados e baixo custo. Impulsiona os enfermeiros a analisar constantemente sua prática e discutir como poderiam desenvolvê-la com eficácia¹. As etapas do Processo de Enfermagem são: histórico, diagnóstico, plano assistencial, plano de cuidados, evolução e prognóstico¹. A Síndrome de Guillain Barré é uma síndrome clínica rapidamente progressiva, de etiologia desconhecida, envolvendo os nervos cranianos, espinhais e periféricos². Começou a ser observada no século XIX, porém, devido à escassez do conhecimento a respeito do sistema nervoso periférico, não se sabia muito a respeito da síndrome que causava enrijecimento associado a uma fraqueza que evoluía em um período curto, e se seguia de uma recuperação espontânea³. É caracterizada por uma polineuropatia inflamatória desmielinizante aguda, que compromete sobretudo os nervos periféricos e leva a graus variados de fraqueza motora progressiva e ascendente, podendo atingir os membros superiores e a face. É acompanhada de anormalidades sensoriais e disfunções autonômicas, com consequente perda dos reflexos tendinosos profundos4. A SGB é a causa mais frequente de paralisia flácida aguda e subaguda desde a erradicação da poliomielite. A incidência no mundo é de 0,6 a quatro casos por 100.000 habitantes e aumenta com a idade, sendo os homens 1,5 vezes mais afetados¹. O diagnóstico da SGB é primariamente clínico. No entanto, exames complementares são necessários para confirmar a impressão clínica e excluir outras causas de paraparesia flácida. São checados os sinais vitais do paciente, procurando por dificuldades respiratórias ou de deglutição. Além disso, são realizados o teste de velocidade de condução nervosa, eletromielograma, plasmaferese e análise do líquido cefalorraquidiano². O tratamento é à base de imunossupressores, corticóides e analgésicos². Sabe-se que esses pacientes apresentam uma fraqueza muscular progressiva e ascendente, e tal fato contribui para que muitos deles permaneçam em unidades de terapia intensiva, na maioria das vezes imobilizados durante o período de evolução da doença. Essa imobilidade contribui para que o paciente adquira sequelas, que se não tratadas de maneira precoce podem tornar-se irreversíveis5. **Objetivo: **Implementar a sistematização da assistência de Enfermagem, segundo a teoria das necessidades humanas básicas a um paciente acometido pela Síndrome de Guillain Barré. **Metodologia:** Estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado durante as práticas hospitalares da disciplina Saúde do Adulto 1, na Clínica Médica, ala masculina do Hospital Universitário Presidente Dutra ( HUUPD – UFMA), no período de 05 a 18 de julho de 2016. A coleta de dados deu-se por meio de entrevista aberta e exame físico, fundamentado na Teoria das Necessidades Humanas Básicas e no Processo de Enfermagem de Wanda de Aguiar Horta, formalizado pelo Termo de Autorização. **Resultados:** Os problemas de Enfermagem e necessidades humanas básicas afetadas identificadas foram: dor nos MMSS e MMII (percepção dolorosa), fraqueza (mecânica corporal), sono perturbado: (sono e repouso), dor na cabeça (percepção dolorosa), lesão por pressão na região sacral (integridade cutânea-mucosa), eliminação urinaria por sonda vesical de alívio (eliminação), dificuldade na fala (comunicação), dificuldade para andar (motilidade), habitação precária (abrigo). Plano de cuidados – Fazer: aferição dos sinais vitais, hidratação da pele, curativo da lesão por pressão na região sacral, administrar medicação prescrita, cateterismo vesical de alívio. Ajudar: esclarecer dúvidas sobre a doença e o tratamento, manter a cabeceira elevada a 45º. Orientar e supervisionar: mudança de decúbito, massagem nos MMII; aceitação da dieta, ingesta hídrica, higiene corporal e oral. troca de fraldas, exercícios de relaxamento da musculatura da bexiga; Encaminhar: avaliação com neurologia, infectologia, fisioterapia, psicologia. Evolução: paciente apresentou melhora no estado geral, nutricional e na memória atual e remota. Melhora das queixas álgicas. Prognóstico: O paciente recebeu alta hospitalar e alcançou dependência parcial, sendo ainda dependente para o tratamento da lesão por pressão na região sacral, higiene corporal, fisioterapia, locomoção, cateterismo vesical de alivio e também foi orientado quanto ao autocuidado. **Conclusão: **Este estudo de caso podemos perceber que é possível realizar uma assistência diferenciada e comprometida para o paciente, independentemente de sua patologia. A elaboração deste trabalho acadêmico alcançou as metas gerais de relacionar a teoria abordada em salas de aula e prática exercida num ambiente hospitalar, conhecer os desafios emergentes de um cuidado holístico vinculados à deficiência de estrutura e disponibilidade de meios adequados de um Hospital de ensino Público. **Contribuições para Enfermagem:** Promover um estudo mais abrangente sobre a doença e compreender a importância da Enfermagem no tratamento de pacientes portadores da síndrome de Guillain Barré, pacientes estes que necessitam de cuidados e habilidades que promovam sua funcionalidade no período de progressão dos sintomas e após a alta hospitalar. Sobretudo, firmar a Enfermagem como “ser humano cuidando de ser humano”.


Referências:
Marinelli NP, Silva ARA, Silva DNO. Sistematização da assistência de enfermagem: desafios para a implantação. Revista Enfermagem Contemporânea. 2015 jul/dez; 4(2):254-263. Santos WN. Sistematização da assistência de enfermagem: o contexto histórico, o processo e obstáculos da implantação. J Manag Prim Health Care. 2014; 5(2):153-158. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN-358/2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências [Internet]. Brasília: Conselho Federal de Enfermagem; 2009 [acesso em 2018 fev 13]. Disponível em: www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html Silva JC, Moraes ER, Figueiredo MLF, Tyrrell MAR. Pesquisa-ação: concepções e aplicabilidade nos estudos em enfermagem. Rev Bras Enferm, Brasília. 2011 mai-jun; 64(3):592-5. Souza Junior DI, Ribeiro JHM, Santos RP, Fagundes KVDL, Dias PF, Mendes MA. Impasses, condições e potencialidades à implementação do processo de enfermagem na prática hospitalar brasileira: revisão integrativa. Rev enferm UFPE on line. 2017 fev; 11(2): 656-666.