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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 6768146

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6768146

VÍTIMAS DE ACIDENTE MOTOCICLÍSTICO ATENDIDAS EM HOSPITAL PÚBLICO DE ENSINO

Autores:
Gabrielly Cristina Quintiliano Alves ; Amanda Diniz Silva ; Rosali Isabel Barduchi Ohl ; Lúcia Aparecida Ferreira ; Suzel Regina Ribeiro Chavaglia

Resumo:
**RESUMO** **Introdução:** As causas externas são definidas como traumatismos, lesões, ou quaisquer outros agravos à saúde de natureza intencional ou não, com início súbito tendo como consequência imediata a violência ou outra causa exógena. Compreendem lesões provocadas por eventos no transporte, quedas, homicídios, afogamentos, queimaduras, agressões entre outros1. Atualmente as causas externas são a primeira causa de morte no país, quando se trata de jovens do sexo masculino. Os Acidentes de Transporte Terrestre (ATT) estão inclusos nas causas externas e tem grande impacto sobretudo na morbimortalidade da população jovem e do sexo masculino. Os acidentes de trânsito causam aumento dos custos para os serviços de saúde. Portanto, estudos nessa área são necessários para assegurar melhor atendimento nos serviços de emergência e auxiliar as ações do poder público como medidas educativas e fiscalizatórias 2. **Objetivo**: O objetivo deste estudo foi caracterizar o perfil sociodemográfico das vítimas de trauma por acidente de motocicleta e identificar a frequência destes eventos ressaltando as variáveis: horários, dias da semana e meses do ano, tempo de permanência e condições de alta das vítimas, atendidas na Unidade de Pronto Socorro Adulto (PSA) de um hospital público de ensino do interior de Minas Gerais. **Método:** Tratou se de um estudo retrospectivo, quantitativo e descritivo-exploratório, desenvolvido em um município uma universidade pública de Minas Gerais. O local de coleta foi o Serviço de Arquivo Médico e Estatística - SAME, e realizou-se de julho a agosto de 2016, utilizando um instrumento adaptado já validado3, composto por variáveis sociodemográficas das vítimas: sexo, idade, procedência, cor da pele e grau de instrução. Também foram avaliados aspectos relacionados ao evento traumático, como mecanismo do trauma, lesões anatômicas, complicações na internação, uso de cinto de segurança e capacete entre outros e aspectos relacionados à internação, como por exemplo, o tempo de permanência hospitalar. Como critérios de inclusão foram estabelecidos os pacientes com idade acima de 14 anos, que sofreram um evento traumático. Para uma população finita de 3598 atendimentos por trauma, chegou-se a uma amostra de 335 sujeitos. Considerando uma perda de amostragem de 20%, o número de tentativas de solicitação de prontuários máximo foi de 419. Foram excluídos da pesquisa os prontuários não encontrados ou que estavam incompletos de maneira que prejudicassem o preenchimento de coleta de dados. Sendo assim, neste estudo foram utilizados os casos de acidentes motociclísticos da amostra, totalizando 64 prontuários. A coleta de dados foi realizada após anuência da instituição e aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer do CEP 1.638.670, os aspectos éticos seguiram a orientação da resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. **Resultados:** Foi evidenciado que 56 (87,5%) pacientes eram do sexo masculino, e que 24 (37,5%) e 15 (23,4%) dos indivíduos representaram as faixas etárias predominantes na amostra, de 20 a 29 anos e de 40 a 49 anos, respectivamente. Constatou-se que 39 (60,9%) tinham cor de pele branca, 7 (10,9%) possuem o ensino fundamental completo, porém em 46 (71,9%) prontuários não foi encontrado informação sobre escolaridade e 41 (64,1%) eram procedentes do município do estudo. O principal diagnóstico médico encontrado de acordo com a Classificação Internacional de Doenças – CID 10, foi o S82.2 Fratura da diáfise da tíbia totalizando 11 (17,2%) pacientes. As principais localizações das lesões anatômicas estão associadas. Identificou-se que as lesões dos membros inferiores (MMII) corresponderam a 40 (62%), representando mais da metade das lesões anatômicas, 22 (34,4%) tiveram lesões em membros superiores (MMSS) e 7 (10,9%) lesões no crânio. Não houve casos de lesões no pescoço ou baço. A permanência hospitalar obteve média de 7,0 dias, com desvio padrão de 12,8 dias, e o tempo de internação variou de 1 a 95 dias. Em relação às complicações que ocorreram durante o período de internação, 3 (4,7%) tiveram infecção do sítio cirúrgico (ISC). Não foram encontrados relatos de infecção do trato urinário, sepse, broncopneumonia ou úlcera por pressão na amostra analisada. No momento do acidente 12 (18,8%) pacientes não usavam capacete, nos outros 52 prontuários não havia o registro desses dados. A maioria 23 (35,9%) recebeu atendimento pré-hospitalar pela equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU, foram transportados de ambulância para atendimento hospitalar e regulados pelo sistema do SUS Fácil. Prevaleceu o período noturno e o domingo como de maior ocorrência de acidentes. Os meses de março e julho tiveram maior frequência de internação. De acordo com a condição de alta hospitalar, as vítimas de acidentes motociclísticos tiveram, de acordo com a Escala de Rankin, incapacidade moderada na maior parte dos casos, 23 (35,9%), em seguida, incapacidade ligeira com 20 (31,3%) e 3 (4,7%) evoluíram para o óbito. **Conclusão:** Os acidentes motociclísticos são muito frequentes em nosso meio se configurando como um problema de saúde pública crescente. O perfil da vítima de acidente motociclístico identificado neste estudo foi de um indivíduo adulto jovem, do sexo masculino, que sofreu maior frequência de lesão nos MMII, consequências essas que interferem na qualidade de vida da população e economia do país, pois geram sequelas e limitações importantes e muitas vezes permanente numa população economicamente ativa, ocasionando altos custos ao Sistema Único de Saúde. **Contribuições para a Enfermagem: **Os estudos sobre a caracterização desse tipo de acidente são importantes tanto sob o ponto de vista da formação do profissional enfermeiro como também da determinação de políticas públicas. A enfermagem atua diretamente na assistência à essas vítimas e através de informações como frequência dos eventos e lesões mais frequentes, é possível organizar o serviço de emergência e assim, direcionar a assistência, através da priorização dos atendimentos e desenvolvimento de protocolos. Espera-se também que este estudo forneça subsídios para elaboração de ações de políticas públicas, pois acreditamos que através do conhecimento do perfil das vítimas e de eventos adversos como os acidentes de trânsito, pode-se implementar medidas preventivas e de promoção à saúde que influenciem nos aspectos relacionados ao condutor, e a partir da redução do número dos índices de acidentes, assegura-se a diminuição dos gastos do setor público.


Referências:
1. Ceccim RB, Feuerwerker LCM. O Quadrilátero da Formação para a Área da Saúde: Ensino, Gestão, Atenção e Controle Social. PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva. 2004 [cited 2018 Jan 08]; 14(1):41-65. 2. ESCOLA DE FORMAÇÃO TÉCNICA JORGE NOVIS – EFTS-Ba. Projeto Político Pedagógico. Disponível em: http://www.saude.ba.gov.br/efts/index.php?option=com_content&view=article&id=288&cati d=128&Itemid=193. Acesso em: 05 dez. 2014. 3. Galvão EA, Sousa MF. As escolas técnicas do SUS: Que projetos políticos pedagógicos as sustentam? PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva, 2012 [cited 2017 Nov 15]; 22(3):1159-89. 4. Pinto ICM, Teixeira CF. Formulação da política de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde: o caso da Secretaria Estadual de Saúde da Bahia, Brasil, 2007-2008. Cad. Saúde Pública. 2011 [cited 2017 Dec 14]; 27(9):1777-88. 5. SÓRIO, R; LAMARCA I. Novos desafios das escolas técnicas de saúde do SUS. PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 8(2): 147-164, 1998