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6704318 | PERFIL EMPREENDEDOR PARA A GESTÃO UNIVERSITÁRIA DE ENFERMAGEM | Autores: Alacoque Lorenzini Erdmann ; Fernanda Hannah da Silva Copelli ; José Luís Guedes dos Santos |
Resumo: **INTRODUÇÃO:** O empreendedorismo não é um tema recente, na verdade ele existe desde que o homem empregou a primeira ação inovadora com o propósito de melhorar a vida do próprio homem, seja em relação aos demais ou com a natureza. O estudo do empreendedorismo, portanto, tem atraído maior interesse nos últimos anos, principalmente em virtude da construção e promoção do comportamento ou perfil empreendedor com base nos investimentos feitos pelo governo e instituições de ensino1. No âmbito das universidades, a temática do empreendedorismo vem sendo tratada como uma estratégia para contribuir com a transformação da sociedade a partir da educação e do desenvolvimento de inovação tecnológica2. Na Enfermagem, algumas conquistas já podem ser evidenciadas em relação ao empreendedorismo. Um exemplo disso são os novos campos de atuação, como a prática autônoma de assessoria e consultoria, a formação de consultórios, o atendimento domiciliar e os serviços pré-hospitalares. Apesar dos avanços e práticas empreendedoras já conquistadas, novas possibilidades ainda podem e devem ser desenvolvidas. Nessa direção, o processo de educação ocupa importante espaço na instrumentalização de novos empreendedores. O empreendedor além de ser capaz de desenvolver competências e habilidades próprias, também detém características de personalidade e comportamento que os definem. Os empreendedores de sucesso são visionários, determinados, dinâmicos, dedicados, otimistas, apaixonados pelo que fazem, independentes, bem relacionados, líderes, formadores de equipes, tomadores de decisão, fazem a diferença, exploram as oportunidades, constroem o próprio destino, organizam e planejam, possuem conhecimento, assumem riscos calculados e criam valor para a sociedade3. **OBJETIVO:** Este estudo teve como objetivo compreender os significados do perfil empreendedor de enfermeiros docentes de um departamento de enfermagem de uma universidade pública do sul do Brasil. **DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: **Tratou-se de uma pesquisa qualitativa, orientada pelos preceitos metodológicos construtivistas da Teoria Fundamentada nos Dados4 ou _Grounded Theory_. Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Santa Catarina com parecer número 915.341 e CAAE 38390814.9.0000.0118. O cenário de investigação foi o Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas intensivas nos meses de janeiro a julho de 2015, com 27 sujeitos. Os participantes da pesquisa foram definidos por meio da composição de grupos amostrais. O primeiro grupo amostral foi delimitado de forma intencional, pois acreditava-se que estes eram os indivíduos chave para o desvelar do fenômeno. Porém os demais grupos amostrais surgiram a partir da análise dos dados do primeiro grupo amostral e também por meio da estratégia de bola de neve. Para a amostragem teórica, foram constituídos quatro grupos amostrais – (1) nove enfermeiros gestores universitários, (2) seis enfermeiros ex-gestores universitários, (3) seis docentes de enfermagem e (4) seis discentes de enfermagem. A análise dos dados foi realizada concomitante a coleta de dados. Os dados foram transcritos e organizados no software NVIVO®. Para a análise dos dados foram adotadas duas etapas principais de codificação, a inicial e a focalizada4. Na codificação inicial, codificou-se incidente por incidente das transcrições obtidas a fim de gerar códigos provisórios, comparativos e fundamentados nos dados. Na fase focalizada, os códigos mais significativos e/ou frequentes foram agrupados por similaridades e diferenças conceituais, formando categorias com nomes mais abstratos que sintetizaram e explicaram um segmento maior de dados (incidente/incidente). Do processo de análise dos dados, surgiram oito categorias, 29 subcategorias e o fenômeno “(Intra)empreendendo coletivamente na gestão universitária pública de enfermagem”. Este resumo contempla apenas a categoria “Desenvolvendo um perfil empreendedor para a gestão universitária”. **RESULTADOS:** A categoria “Desenvolvendo um perfil empreendedor para a gestão universitária” revela os comportamentos e atitudes empreendedoras que caracterizam o perfil empreendedor do enfermeiro gestor universitário. Desta categoria emergiram duas subcategorias: _Aperfeiçoando habilidades pessoais _e _Aprimorando atitudes técnicas e gerenciais. Aperfeiçoando habilidades pessoais_ determina a identidade do enfermeiro gestor universitário empreendedor, ou seja, os comportamentos e atitudes intrínsecas (pessoais) do mesmo. Ademais, essa categoria define os empreendedores como pessoas visionárias, criativas, autoconfiantes, ousadas e inovadoras, como descrito nas falas a seguir: _Eu acho que o empreendedor tem uma visão mais distante, uma visão mais de futuro _(P18)._ Eu acho que ele tem que ser criativo _(P27)._ Eu vejo que empreender vai muito de acreditar em si, acreditar na ideia, estar motivado, ter energia para partir para novos rumos _(P6)._ Tem que ser ousado, ousadia para mim é o ponto forte _(P10). [...]_ vejo também que são pessoas muito ativas _[...] (P23)._ Tem que ser inovador, o empreendedorismo exige inovação _(P5)._ Eu acho que _[o empreendedorismo é]_ a busca de coisas novas o tempo inteiro e que te desafiem _(P16). A subcategoria _Aprimorando atitudes técnicas e gerenciais _traz as ações técnicas e gerenciais que os enfermeiros empreendedores tomam em relação à gestão universitária, dentre elas, destaca-se a responsabilidade, pró atividade, liderança, gestão de recursos e senso de oportunidade, de acordo com as falas: _Responsabilidade, acho que a pessoa tem que ser condizente naquilo que faz, compromisso, dedicação, acho que todas essas qualidades são intrínsecas _(P22). [...]_ o grande empreendedor é aquele que procura fazer o melhor que ele pode apesar das condições nem sempre serem as melhores. É aquele que procura com o pouco que tem, fazer o melhor que pode _(P7)._ Eu acredito que o empreendedor na enfermagem é aquele que é liderança, é um modo de liderar _(P17)._ Acho que nessa questão do empreendedorismo a gente alia as oportunidades_ (P14). **CONCLUSÃO: **O empreendedorismo é um conceito emergente, porém incipiente. Pode ser associado à um conjunto de características pessoais e gerenciais em especial à criatividade, inovação e liderança. Tem como pilar as características pessoais de cada indivíduo, o que se pode denominar de espírito empreendedor e; características administrativas, estas inerentes à função administrativa. Acredita-se que o empreendedorismo pode ser fortalecido como ciência na área da educação em enfermagem, a partir de estratégias de ensino-aprendizagem que integrem a estudantes e professores. **CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: **O empreendedorismo na contemporaneidade caracteriza-se como uma necessidade política, econômica e social. Nesse sentido, estudos com o foco no empreendedorismo em enfermagem promovem discussões e estratégias acerca da temática e assim acompanham as demandas, em especial, as nacionais. O empreendedorismo associado a enfermagem contribui com a difusão de uma cultura empreendedora que visa a promoção da enfermagem como ciência, disciplina e profissão.
Referências: Referências
1. OLIVEIRA IC, et al. A frequência dos diagnósticos de enfermagem em pacientes portadores de feridas. Revista enfermagem UFPE online, Recife, 8(7):1937-46, jul., 2014
2. MAFFEI, Francisco Humberto de Abre. Insuficiência venosa crônica: conceito, prevalência, etiopatogenia e fisiopatologia. In: Doenças Vasculares Periféricas. 4 ed v. 2. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p.1796-1814, 2008.
3. DAL SASSO, Grace Teresinha Marcon et al. Processo de enfermagem informatizado: metodologia para associação da avaliação clínica, diagnósticos, intervenções e resultados. Revista enfermagem USP [online]. 2013, vol.47, n.1, pp.242-249. ISSN 0080-
4. CAVALCANTE AMRZ, Moreira A, Azevedo KB, Lima LR, Coimbra WKAM. Diagnóstico de enfermagem: integridade tissular prejudicada identificado em idosos na Estratégia de Saúde da Família. Revista Eletrônica Enfermagem [Internet]. 2010.
5. CALASANS MT, Amaral JB, Carvalho ESS. O manejo da dor em pessoas que vivem com feridas. In: Carvalho ESS, editor. Como cuidar de pessoas com feridas: desafios para prática multiprofissional. Salvador: Atualiza; 2012. p.293-316. 19. |